terça-feira, 13 de agosto de 2013

O 4-2-3-1 de Paulo Fonseca...entender o conceito! (II Parte)

Está claro que o Paulo Fonseca teve pouco a dizer nas contratações mas terá muito pelo que responder com aquilo que o seu plantel pode oferecer durante o ano.

Desde Fernando Santos - aquele 4-2-3-1 com Paulinho+Chainho atrás de Deco, com Alenitchev no banco - que a equipa se habituou ao 4-3-3 como modelo base, salvo pelo segundo ano de Mourinho e o 3-4-3 de Adriaanse. É um modelo formatado, assimilado e que faz todo o sentido. Mas também é uma táctica para a qual o plantel oferece poucas opções individuais. A ausência de extremos desequilibradores (que já foi um problema no ano passado, depois da saída de Hulk e da situação com Atsu) afunilava em excesso a equipa, com James a meter a marcha para dentro e Varela muitas vezes a encostar-se a Jackson num 4-1-2-1-2. Este ano não houve mudanças radicais nesse capitulo. E portanto o plantel continua a oferecer poucas opções individuais.

O 4-2-3-1, pelo contrário, encaixa melhor nos jogadores disponíveis. E é o modelo que o técnico utilizou no Paços, que conhece bem. Quer entrar com cautela, jogando pelo seguro. É compreensível, mas também é preciso lembrar que a defesa do Paços não jogava tão alta como deverá jogar a nossa, o que implica que os espaços entre linhas eram menores e, portanto, o risco de descompensação zonal entre-linhas inferior.


Nesta imagem fica claro o que vamos ver este ano.
4 defesas em linha, com os laterais com ordem para subir. Um avançado fixo, dois extremos abertos e um jogador livre. E dois box-to-box que se têm forçosamente que complementar no meio-campo. Ora é aí precisamente que geramos um considerável over-booking.

Para as alas o "mister" sabe que tem o Varela, o Ricardo, o Licá e o Kelvin (não sei onde o Iturbe ou o Ismailov encaixam aqui, já veremos o que passa). Dois extremos puros (Ricardo, Varela), um batalhador que vai ser muito útil (Licá) e o joker, Kelvin. No ataque contamos, finalmente, com duas opções válidas em Jackson e Ghilas. É no meio-campo que está o busílis.

Quintero chegou e triunfará, mas precisa de tempo (como Anderson, como James). Lucho fará o posto de 10 desde o início e a transição será progressiva. Se a táctica fosse o 4-3-3, o argentino teria problemas em jogar, porque como se viu no ano passado, o 4-3-3 exige muito do trio do meio-campo fisicamente. E Lucho já não está para isso, enquanto Quintero ainda é verde para esse ritmo. "El Comandante" é o grande beneficiado desta metamorfose táctica. Vai permitir manter-se vivo e activo mais tempo do que poderíamos imaginar. Fernando é o grande prejudicado.

"O Polvo" tem sido fundamental desde que substituiu o Paulo Assunção a tapar todos os buracos que apareciam na linha defensiva. Sempre funcionou melhor varrendo do que com um jogador ao seu lado. Por estatuto será titular mas tenho as minhas dúvidas que se sinta cómodo. O contrato acaba este ano, até ao fim do mês ainda pode sair ou, eventualmente, pensando já no futuro, o técnico procura um modelo para o que tem. E como não há outro Fernando no plantel, acha mais adequado apostar num modelo onde sim funcionam todos os outros médios de que dispõe.

Este 2-1, este triângulo invertido, encaixa bem no perfil de Defour, de Herrera, de Carlos Eduardo, de Josué (que também pode fazer o 10) e de Castro. Apostando neste modelo, o técnico garante que terá jogadores a quem pode distribuir minutos, rentabilizando as suas características técnicas e tácticas ao máximo em vez de as forçar a um modelo que dependia em excesso de Fernando para funcionar realmente.

Portanto, o 4-2-3-1 é o modelo ideal para esta época?

Como em tudo, tem aspectos positivos e negativos.
Defensivamente causa muitos mais problemas do que o 4-3-3 e nos jogos europeus, sobretudo, a segurança defensiva é absolutamente fundamental. Podemos nesse jogo voltar, pontualmente, ao 4-3-3?
Podemos e, talvez, devemos. É também um sistema que não saca o melhor de um dos melhores jogadores do plantel, Fernando, e que gera sérios riscos nos jogos em casa contra rivais claramente inferiores.
É um modelo cauteloso, com dois médios sempre no apoio (e ás vezes vai fazer falta um desses médios lá à frente) e que funciona melhor em equipas onde o meio-campo é uma zona curta de passagem, mais de contra-golpe do que de futebol de posse constante.



No entanto, não se pode dizer que seja, exclusivamente, um modelo defensivo mas sim que se adapta melhor a equipas mais pequenas, que queiram ter menos tempo a bola e procurem mais as transições rápidas e as linhas próximas entre si (numa zona do terreno mais recuada).
O 3-2-3-1 vai permitir ter sempre um segundo homem na área. Vai gerar maior dinamismo nas transições, quebrando o ritmo "pastelento" do ano passado. Em momentos de posse, pode tornar-se num 2-4-1-2, com a subida dos dois laterais para a linha do 2-1 no meio-campo, mas isso só funcionará se as linhas estiverem para lá da linha de meio-campo. Permite sacar o melhor de um grande jogador, que é Lucho, e de outro que seguramente o será, Quintero. E adapta-se melhor ao plantel desenhado para a temporada.

Será um ano largo.
Ninguém pode antecipar que durante os jogos o próprio técnico faça mudanças que permitam oscilar entre um modelo e outro. Não é uma mudança demasiado radical (como foi o 3-4-3 de Adriaanse), não é um modelo estranho aos adeptos. É uma interrogante mais, a par do treinador e de muitas das caras novas. Esperamos que, em Maio, a nota positiva se aplique aos três e que a nova variante permita contornar os problemas que tínhamos o ano passado sem, por sua vez, criar outros já resolvidos.

O 4-2-3-1 de Paulo Fonseca...entender o conceito! (I Parte)

34 comentários:

João disse...

Completamente de acordo, salvo quando diz que corremos riscos sérios em casa contra equipas inferiores. O Vitória era claramente inferior, ficou-se pelos 30% de posse de bola com um ou outra lance que podemos classificar de forma ligeira como perigo, isto sem o modelo estar devidamente oleado e muito devido a paragens cerebrais do Mangala, que é muito solicitado pela sua velocidade para as bolas nas costas.

Não é menos verdade que qualquer sistema de Porto e Benfica adoptem chega e sobra, à partida, para as despesas internas e que com o tempo até poderá perder alguma efectividade quando os adversários começarem a fazer melhor o trabalho de casa.

Portanto acho que o ideal era um misto dos dois sistemas, se possível, com a equipa a adensar os blocos em vantagem e a alargar as linhas quando precisasse de marcar. Não sei se será possível.

PS: Não deixa de ser irónico que a selecção do Brasil, para onde o Fernando aponta as baterias todas, jogue num sistema em que ele desaparece.

Anónimo disse...

Nalguns blogs e mesmo neste fazem-se linhas bastante enviesadas para descrever a posição dos jogadores. A fotografia que se vê aqui nem é a mais significativa, mesmo assim pode-se ver os dois laterais adiantados, ainda que pouco neste caso. Noutras fotografias que vi isso é bastante nítido, fazendo uma linha de 2 centrais e mais à frente uma linha de 3 , os laterais e um médio em princípio o Fernando. Não diria que é o velho WM mas na defesa, sobretudo quando da posse de bola, pode verificar-se facilmente um w. A fotografia que está aqui mostra linhas que não são paralelas. Podíamos falar de 4-2-2-1-1, ou 4-4-2, tudo é possível. Defesas em linha raramente vi, quando em posse, o que é a maior parte do tempo. Também-se diz que não há extremo de raiz. Como se viu na pré-época temos o Iturbe, só que querem fazer dele médio e depois dizem que não rende. Não aprenderam nada com a pré-epoca. Quando há extremos não os deixam jogar como tal. Assim mais vale jogar com o Licá que dá para tudo. E ainda bem, porque tem feito boas exibições.

Já agora, ninguém comenta o baixo rendimento do Ismaylov. Mais valia ficar o Castro ou o Tiago Rodrigues do que um jogador que até agora pouco fez e não mostra capacidade para mudar as coisas. Com a diferença que aqueles dois são portugueses, têm mais garra e capacidade de progressão.

Joao Goncalves disse...

Muito bem Miguel nesta análise sub-consequente.

O problema agora é saber que plantel vamos realmente ter depois do fecho do mercado que agora até o Jackson já aprendeu a "ameaçar"... o futebol está mesmo perdido.

DC disse...

Só não concordo com a eterna questão da capacidade física do Lucho.
Ele nunca, nem com 21 anos foi um jogador de ir ao choque. Sempre jogou neste ritmo de tratar a bola muito bem e evitar o choque, nem sequer saltar nas disputas aéreas.
De resto, na época passada eu vi-o a ser o jogador do Porto com mais km na Champions e muito provavelmente no campeonato também. Pressionava como um louco, fazia o meio-campo e ainda aparecia na direita quando o James vinha para o meio.
Acho que ele está muito bem fisicamente, simplesmente nunca foi jogador de meter o pé.

Miguel Lourenço Pereira disse...

João,

Sem dúvida, uma dor de cabeça para a qual o mercado agora não oferece grandes soluções!

Miguel Lourenço Pereira disse...

DC,

Não falo da cultura de meter o pé. Eu vi muitas vezes, a partir do minuto 70, o Lucho desligar do jogo. Fisica e mentalmente. Até lá mantém uns niveis espantosos, mas seria curioso realizar uma análise estatistica aos números (kms corridos, passes acertados vs errados, movimentação em campo) nesses dois periodos para ver até que ponto essa sensação é real!

Miguel Lourenço Pereira disse...

João,

Inferiores nem sempre significa fazer o que o Vitória fez.
O Vitória tentou jogar mais do que aquilo que podia. Viu-se na escolha do onze, no posicionamento e na falta de reacção. Quando os jogos foram com os profissionais dos autocarros - o que o Vitória não é - formatados para meter oito gajos dentro da área e dois a correr entre linhas, será diferente.

PS: O Brasil joga nesse sistema, em parte porque ao Scolari não lhe convence nenhum dos jogadores disponíveis. Mas viu-se na Confederações que o modelo só funcionava porque a defesa subia muito e o Paulinho e o Luis Gustavo muitas vezes se colocavam ao David Luiz e ao Thiago Silva. Na final, foi aí que ganharam o jogo, pela pressão asfixiante a um meio-campo espanhol habituado a mover-se nessa área de forma mais lenta e pausada!

Miguel Lourenço Pereira disse...

Anónimo,

Tenho dito, repetidamente, que o Ismaylov neste plantel não faz sentido absolutamente nenhum. O Iturbe não é um extremo puro, é um "media punta" que joga em qualquer zona da linha ofensiva, o que é bem diferente.

Em posse naturalmente que não há linhas sacchianas, os laterais vão sempre subir e oferecer alternativas, e um dos dois médios vai oferecer-se para receber a bola e iniciar o jogo. Sempre. Agora, sem bola, a defesa tem de estar em linha e os dois médios na sua posição original, o 2-1!

Unknown disse...

A minha dupla de médios centro perfeita para o 4-3-3 do Porto foi Deco e Zahovic (desculpem ir tanto ao passado…), pela sua qualidade e complementaridade. O ano passado, a falta de extremos desequilibradores, apenas veio acentuar o que já vinha de trás: a pouca apetência atacante da dupla de médios. Apesar da qualidade indiscutível do Lucho e do Moutinho, o Lucho apenas conseguia desequilibrar se tivesse espaço para passes de rutura e o Moutinho, mesmo tendo melhorado e tornado mais rematador nunca foi suficientemente decisivo no ataque. Para este ano, concordo com o 4-2-3-1, pois é o ideal para 90% dos jogos. Espero que nos jogos mais complicados o meio campo já esteja mais sintonizado defensivamente e cometa poucos erros.

Anónimo disse...

Acho que o Fernando terá sido uma das razões para a mudança de sistema. Paulo Ferreira terá sido já informado sobre a sua (não) continuidade. Não havendo, no plantel actual, uma alternativa credível ao polvo e que o seu hipotético substituto, o Fernando do Grémio, também assinou pelo Shakhtar, PF , juntou o útil ao agradável e operou a alteração no sistema táctico. Podemos ter começado com Fernando, Defour e Lucho. Acabaremos com Herrera, Defour/Lucho ou Josué e Quintero.

Pedro Albuquerque disse...

Podem tirar o Castro deste artigo e do resto da temporada.
Mais um jogador da formação desperdiçado. Mais um jogador da formação que não vamos puder inscrever e menos uma opção para a Liga dos Campeões.

Só o amor do Castro ao FC Porto o fez renovar até 2015, pois um jogador profissional nunca o faria. Seria emprestado este ano e ficando livre no próximo para assinar por qualquer outro clube.

Daniel Gonçalves disse...

Excelente análise Miguel,

considero que serão os resultados, e a eficácia, o critério determinante para avaliar qual o melhor dos sistemas.

Sobre a última temporada do Fernando Santos convêm assinalar que foram as mexidas no plantel que condicionaram as alterações tácticas na equipa: "Paulinho+Chainho atrás de Deco, com Alenitchev no banco..." Paulinho, considerando a lesão que sofreu, acabou por ter o seu lugar ocupado pelo Emílio Peixe, que foi titular quase toda essa temporada. Alenitchev chegou para em princípio ocupar o lugar de Zahovic, chegaram ainda Pavlin que obrigou a repensar o meio-campo. Mas sobretudo foi a saída de Jardel que obrigou Fernando Santos a alterar a táctica da equipa, porque continuar a centrar para a grande área (com Drulovic, Capucho a extremos), quando o avançado era o Pena, e tinha menos uns centrímetros do que o Jardel, já não fazia sentido. E ainda chegou Maric, que foi titular durante o 1º terço do campeonato, que condicionou a equipa a ter outro sistema de transição do meio-campo para o ataque.

Anónimo disse...

Queria dizer Paulo Fonseca em vez de Paulo Ferreira, obviamente

Miguel Lourenço Pereira disse...

Depois dessa dupla, Maniche e Deco, bem complementados por Costinha, foi algo que o futebol português não voltou a ver!

Miguel Lourenço Pereira disse...

Uma explicação perfeitamente lógica!

Miguel Lourenço Pereira disse...

Sem dúvida,

Sinceramente, uma pena. Não tenho nada contra o Carlos Eduardo (sugeri a sua contratação) mas que o jogador da formação, útil, seja preterido em relação ao Eduardo ou ao Ismailov na salada russa de médios que temos é um sintoma de como as coisas são!

Miguel Lourenço Pereira disse...

Sim,

O Peixe e o Chainho, com o Deco e/ou Alenitchev, foi um modelo muito habitual na segunda metade da época (o Pavlin jogou bastante menos) mas o 4-2-3-1 manteve-se com o Drulo e o Capucho no apoio ao Pena. É a última vez que o clube utiliza o 4-2-3-1 até agora, e não foi a melhor das épocas!

Unknown disse...

Sim, claramente, mas aí também beneficiando muito da dinâmica de toda a equipa, que jogava de olhos fechados!

João disse...

"útil" é discutível e se a formação fosse critério andávamos a passear o Hugo Almeida e Postiga na frente de ataque. Izmailov e Carlos Eduardo têm características completamente do Castro e pelo menos o segundo merece a oportunidade de mostrar aquilo que o Castro nunca conseguiu mostrar.

Jogador muito limitado, se o Castro é o pináculo do projecto 611, mais vale fazer outsourcing da formação para outro clube qualquer.

João disse...

É um facto, o Vitória foi tentando disputar o jogo a espaços, mas das vezes que tentou sair em transição foi completamente abafado. E nunca conseguiu afectar mais do um, dois jogadores, completamente desapoiados, o Mangala recupera muito bem, o Alex Sandro também e um jogador mais pato (como foi o Maazou) passa metade dos lances em fora-de-jogo. Sinceramente fiquei mais preocupado com a manobra defensiva em progressão, com o Celta e durante a digressão viram-se muitas vezes vários jogadores a aparecerem no espaço entre os pivots e a defesa e aí estivemos mais à rasca.
Não vejo muitas equipas portuguesas com moral para isso, muito menos no Dragão. Mas na Champions vai ser mato.

Acho que a final das Confederações teve mais a ver com os 120mins de desgaste e menos 24h de descanso que a Espanha trouxe do que com mérito táctico do Brasil :)

Anónimo disse...

Miguel,

ficarias espantado com a estatistica!!! Houve um jogo em que o Lucho até saiu mais cedo (cerca de 75')e ainda assim foi o jogador com mais kms percorridos.

É o jogador do Porto que melhor cobre os espaços e que mais disponibilidade tem para acorrer aos lances.... e mais uma coisa: é um verdadeiro LIDER dentro do campo e isso é uma qualidade que não tem medida. É alias, a unica critica que faço ao teu excelente trabalho. As táctivas podem ser muito boas mas sem alguém dentro do campo para a "orquestração" a coisa pode nem funcionar.

Como diria o Churchill, "por muito boa que seja a estratégia, convem de vez em quando olhar para os resultados".

Abraço
JP

Quantas vezes o vemos a corrigir posições dos colegas dentro do campo?

Miguel Lourenço Pereira disse...

JP,

"É alias, a unica critica que faço ao teu excelente trabalho. As táctivas podem ser muito boas mas sem alguém dentro do campo para a "orquestração" a coisa pode nem funcionar"

Isso não questiono, a prova é que há equipas que funcionam sem estrelas mas com "lideres natos" e uma táctica mais primária e outras, com movimentações mais arrojadas, mas sem uma união em campo á volta de uma ou duas figuras chave, que estão destinadas a perder!

Miguel Lourenço Pereira disse...

João,

O Vieirinha, o Bruno Gama e o Paulo Machado, todos eles podiam ter feito parte do plantel. O Postiga, como segundo avançado, também. Não digo que sejam jogadores titulares, que se abandone o core do projecto, mas que se tenha em consideração os dois mundos.

Eu vi tanto ao Castro como ao Ismaylov no último ano, e quanto ao Carlos Eduardo, de quem gostei bastante no Estoril, ainda não vi um só detalhe que me inspire a sensação que pode superar a labor do Castro.

João disse...

Sim, não e não. Veirinha terá sido o que de melhor saiu dali, não me importava de o ver por cá outra vez. O Josué anda lá perto, não acredito que o Bruno Gama ou Paulo Machado (Ukra, Tengarrinha, Bura, Chula..) tivessem lugar no plantel actual. Na minha opinião não tinham certamente é o Castro não provou muito mais. É relativamente fácil "bater" no Izmailov, até porque se tornou num caso clínico do pior, mas pfv, não comparemos.. Nem a capacidade nem a folha de serviços, de qualquer forma nos jogos em que entrou nunca o vi comprometer, muitas vezes era dos mais esclarecidos,e isto fora da posição. É um caso clínico, certo, mas é um caso clínico com mais classe numa muleta que o Castro nas duas pernas.

O Carlos Eduardo fez uma época incomparavelmente superior à do Castro. O Castro quando se introduz um sistema que até o devia potenciar, consegue ser mais inconsequente e nulo em tudo o que fazia do que na época passada (o que é dizer muito). Só por aí..

O "labor" incompetente e o "amor à camisola", infelizmente, não ganham rigorosamente nada.

Pedro Albuquerque disse...

João, se não é útil porque não vendê-lo?

Porque renovar fazendo gastar mais dinheiro em contratos e assinaturas para empresários e tudo o que vem atrás?

Miguel Lourenço Pereira disse...

João,

O Paulo Machado e o Bruno Gama, para mim, tinham lugar no plantel de caras (não digo onze), mas isso é uma opinião pessoal. Não digo que o Castro seja um génio, tem muitas limitações. Mas num grupo de 25, onde uns jogam muito poucos, é um modelo de jogador que gosto de ter.

O Carlos fez uma grande época sim senhor, recomendei-o num artigo em Maio como contratação (antes de saber que vinham 3 médios para a mesma posição) e não quer dizer que valha. O Isma tem muito talento técnico e não cometeu nenhum erro, mas não me acrescenta nada, não faz a diferença, foi um remendo em Janeiro que ajudou mas não alterou profundamente o rumo da época com a sua contribuição e agora há jogadores no plantel que oferecem tanto como ele e com outra margem de progressão.

O amor à camisola pode não ganhar títulos, mas como já tenho dito aqui (e outros co-autores também) as regras da UEFA convidam a ter jogadores formados no clube no plantel para inscrever os 25 jogadores e o Castro dava jeito nessa lista!

João disse...

Miguel o Josué preenche essa vaga e parece-me, apesar de tudo, um jogador com outros recursos técnicos. O Paulo Fonseca deve partilhar dessa opinião e sendo que disputam ambos a mesma posição, ter mantido o Castro só para encher a lista da UEFA também não seria o mais aconselhável porque ia jogar muito poucos minutos.

Agora o que o Pedro diz é bem verdade, para o emprestarem nesta fase da carreira mais valia tê-lo vendido.

Fernando Moreira disse...

O Benfica costuma jogar em 4-2-3-1, às vezes até em 4-2-2-2 com 2 avançados e 2 extremos mas sempre com os mesmos 2 médios mais defensivos: Matic e Enzo Perez. Ora Matic é o mais defensivo, mais posicional, mas também é um jogador que não raras vezes avança no terreno e ajuda na construção de jogo. Enzo não, é mais estilo box-to-box, anda na luta no centro do terreno. Este é o sistema que Jesus usa desde sempre, sem Matic mas com Javi Garcia, sem Enzo mas com Witsel ou com Ramires e a verdade é que funciona bem na nossa liga. Nos jogos a doer costumam levar no pelo mas também não têm uma defesa tão boa como a do FC Porto nem o Jesus é tão bom taticamente como o pintam.

O que quero dizer é que se o Paulo Fonseca quiser insistir neste sistema (o que acho bem porque gosto de ver o FC Porto com um 10 em campo seja Lucho ou Quintero) pode muito bem faze-lo e deixar o Fernando ser titular como merece. Ao seu lado é que faz mais sentido colocar Herrera do que Defour porque é um box-to-box puro, um jogador muito vertical que ataca e defende e não estorva a acção de Fernando quando toca a defender. Defour não tem essas características, é um jogador mais posicional, mais agressivo e com menor qualidade no transporte de bola, no fundo vejo-o como o sucessor de Fernando pois considero que a sua posição é a de trinco, onde ele rende mais e onde devia ser trabalhado.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Muito bem, veremos nos jogos a sério, onde o Benfica tem levado correctivos importantes, tal como ser eliminado da fase de grupos da Champions várias vezes!

Miguel Lourenço Pereira disse...

Essa vaga?

Há quatro vagas, não uma!

João disse...

"Essa vaga" = a vaga que o Castro ocuparia

Miguel Lourenço Pereira disse...

João,

Há quatro vagas para jogadores formados no clube. O Castro e o Josué ocupam duas das quatro vagas. Agora só está o Josué, ficam ainda 3 vagas livres!

João disse...

Kadú, Abdoulaye, Tozé.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Bolat? Para quê então?
Reyes? Para quê então?
Carlos Eduardo? Para quê então?