quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Dragon Seats e quotização em baixa

«A bilheteira, no seu sentido amplo, aumentou 571m€ relativamente a 2009/2010. Este crescimento não foi mais significativo uma vez que houve uma quebra das receitas obtidas com a comercialização de Dragon Seats e com o proveito das quotizações pagas pelos associados do FC Porto que são proveito da sociedade desportiva. No que diz respeito aos dragon seats, esta queda poderá ser explicada pelo facto do FCP estar a disputar a UEFA Europa League, o que poderá levar a um interesse menor dos associados na procura deste produto. No caso das quotas, cumulativamente a ter diminuído a receita global da quotização, a percentagem destinada à sociedade desportiva baixou de 80 para 75%. Já as receitas dos bilhetes vendidos jogo a jogo aumentou tanto nos jogos do campeonato nacional, como das competições europeias.»
in Relatório e Contas Consolidado 2010/2011 (pp 12-13)


A explicação que a Administração da FC Porto SAD apresenta para o decréscimo de receitas obtidas com a comercialização de lugares anuais é uma possibilidade, mas não me convence.

Contudo, do meu ponto de vista, mais preocupante é a diminuição da receita global da quotização numa época que foi, indiscutivelmente, uma das melhores de sempre. Explicações? O que fazer para inverter esta tendência?

Para o Clube e para a SAD é muito importante que o FC Porto cresça em número de sócios. Os resultados desportivos têm sido favoráveis a esse desiderato, mas é preciso que fora das quatro linhas também haja iniciativas nesse sentido.

4 comentários:

Duarte disse...

"Para o Clube e para a SAD é muito importante que o FC Porto cresça em número de sócios"

Só se for em teoria, caro José Correia. Tenho um amigo meu que foi pai há coisa de 3 meses e tratou logo de inscrever o seu filho como sócio do FCP através da Internet. Pois bem, o cartão ainda não chegou a casa, a criança nem sequer está ainda registada como sócia e, depois de dois e-mails a pedir explicações pelo sucedido, não houve nenhuma justificação até ao dia de hoje.

Um clube que funciona tão mal ao nível de serviços e comunicação para o exterior, dificilmente poderá elevar significativamente o seu número de associados, por mais e melhores que sejam os sucessos desportivos. Isto é algo que Pinto da Costa insiste em não querer perceber e provavelmente não irá entender nunca.

Duarte disse...

"é preciso que fora das quatro linhas também haja iniciativas nesse sentido. "

Na mouche.

Miguel Magalhães disse...

Pertinente artigo na linha de outros sobre o mesmo tema.

Na minha perspectiva haverá uma razão conjuntural e que tem impacto em ambas as quebras e que é a redução do rendimento disponível das famílias e a percepção geral de que essa redução terá tendência para se acentuar. Haverá depois razões específicas de cada "produto":

1. Redução da cotização - ser sócio dá direito a quê para além de bilhetes mais baratos (ainda assim caros para o nível de vida e a qualidade média dos espectáculos) nos jogos no Dragão e no Dragão Caixa? Quanto paga de quotas por ano uma família de pai, mãe e dois filhos entre os 10 e os 18 anos e que benefício tem com isso? Se tem algum palpável não é suficientemente divulgado

2. Lugares anuais - caros para o nível de vida Dos portugueses e a qualidade média dos espectáculos. Acresce que com as imposições da televisão e as conjugações entre a Liga e os compromissos europeus são várias as vezes que os jogos são em dias e horários menos convenientes.

A ligação afectiva "irracional" entre o clube e a massa de adeptos já conheceu melhores dias (hoje, fruto das políticas desportivas existe uma relação diferente dos adeptos com os jogadores e o clube), a crise também afecta o rendimento para gastar em futebol, com a SportTv existe um maior e mais barato acesso a futebol quase diariamente e a espectáculos de qualidade superior à generalidade dos jogos em Portugal.

Diria que temos vindo a passar da figura do adepto/sócio para a figura do adepto/consumidor/cliente de um espectáculo com o qual mantém uma relação afectiva mas assente já numa racionalidade bem maior do que no passado. E isso obriga o promotor do espectáculo a arranjar novas formas de cativar consumidores disponíveis para pagar pelo produto. Têm sido feitas algumas coisas mas o declínio do número de sócios e do número de lugares anuais mostra que há que fazer algo mais ou algo de diferente.

Pedro M. disse...

Dps de ter deixado de ser sócio há alguns anos queria voltar a fazer-me socio há 2 anos atrás ao que me disseram que como tinham passado 4 anos só tinha 2 hipóteses: ou pagava as quotas todas em atraso ou esperava mais um ano para a minha inscrição prescrever e poder fazer-me sócio novamente.
custa-me a entender o porquê de não aceitarem uma nova inscrição (com a perda do nº e da antiguidade, evidentemente). Nesse ano perderam um sócio e a possibilidade de venderem + um dragon seat.

este ano voltei a fazer-me socio (através de uma promoção que fizeram para sócios regressados).

no entanto, querendo informações sobre como adquirir o dragon seat e pagar as quotas foi o cabo dos trabalhos. troquei vários mails com eles (usando os contactos que tem no site oficial) e penso que o prazo medio de resposta (a perguntas simples...) foi de cerca de 1 semana.
comprei dragon seat mas sinceramente não notei qualquer interesse nessa venda por parte dos serviços do Porto.

recentemente, para utilizar outra promoção relativa a oferta de um bilhete de acompanhante mais barato, contactei-os telefonicamente e mesmo aí foi o cabo dos trabalhos para me esclarecerem sobre como funcionava a oferta.


Assim, penso que se o Porto quer ser realmente um clube que cative adeptos de todo o país e nao só, terá de fazer mais, não apenas para os cativar mas principalmente para valorizar os sócios e isto pode fazer-se de variadas formas, seja a nível de descontos em lojas, comunicações e combustível, mas principalmente através de um tratamento "especial" para aqueles que mais ajudam o clube.
Imagino que este tratamento seja dado através da loja do associado mas devem compreender que nem todos os sócios têm disponibilidade para se deslocar ao estádio (principalmente para colocar uma qualquer duvida)