quinta-feira, 17 de novembro de 2011

PIIGS no EURO 2012


PIGS é o termo pejorativo utilizado por comentadores e pelos "mercados" para classificar os países do sul da União Europeia (Portugal, Italy, Greece, Spain).

Recentemente, houve quem juntasse a Irlanda ao grupo, acrescentando um "I" ao acrónimo - PIIGS -, mas com as iniciais (em inglês) destes cinco países ordenadas de forma a que o carácter depreciativo do termo se mantenha.

Por sinal, a totalidade dos "PIIGS" vai estar na fase final do EURO 2012 e, se não for Portugal, espero que o vencedor seja um dos outros "PIIGS", se possível derrotando a Alemanha na final e com a Angela Merkl a assistir.

31 comentários:

InVicturioso disse...

Sou Portugues e nasci em Portugal, no entanto possuo a dupla nacionalidade (Alema) e vivo neste momento na Alemanha.

Tenho uma enorme dificuldade em perceber este ódio a Alemanha, como se tivesse sido ela que celebrou as famigeradas PPP (Parcerias Público-Privadas) e que consecutivamente aumentou os salários no sector público para garantir que ganhava as próximas eleicoes.
A Alemanha é, em todos os aspectos de que me possa lembrar, um dos países mais competentes do Mundo e compreendo que isso cause dor de cotovelo a muita gente, mas quer se queria quer nao, em vez de criticar a Alemanha devia-se era olhar para ela e aprender alguma coisa.

Já agora caro José Correia, a seleccao da Alemanha nao é da Sra Merkel, mas sim do Sr. Joachim Löw que é dos homens que mais percebe de bola do planeta.

José Correia disse...

InVicturioso disse...
A Alemanha é, em todos os aspectos de que me possa lembrar, um dos países mais competentes do Mundo

Não tenho qualquer dúvida sobre isso, bem como, da incompetência com que Portugal foi (des)governado nos últimos 25-30 anos.
Mas diga-me lá, sendo a Alemanha a "mais melhor do Mundo e arredores", por que razão quis/deixou que países insignificantes como Portugal entrassem no clube dos ricos, o clube da moeda única?
Não me diga que os alemães, um dos países mais competentes do Mundo, só descobriram agora que Portugal era um país endividado e que o orçamento português tinha um défice crónico?
Se calhar, digo eu, é capaz de ter dado jeito às empresas exportadoras alemãs, que os portugueses se endividassem para comprar helicópteros, submarinos, electrodomésticos (Siemens, Miele, ...), Mercedes, BMWs, Audis, Volkswagens, etc.

E já agora, os mecanismos de solidariedade entre países da UE e, particularmente, entre países que partilham a mesma moeda, é algo para levar a sério?

P.S. A divida total da Grécia + Portugal + Irlanda é grande, mas convém termos a noção que representa apenas 9% da divida dos países do Euro.

InVicturioso disse...

Caro José Correia,

nao estou nada de acordo que o Euro seja o "clube dos ricos" como lhe chama. Pela mesma lógica, nunca deveríamos aceitar entao países como a Eslovénia ou a República Checa no Euro, é isso? E por falar em clube de elite, onde estao países como a Inglaterra e a Noruega?

O Euro é um instrumento que serve para unir a Europa e torná-la mais competitiva face ao Dólar.
Aliás o Euro foi tao bem sucedido, que os EUA se viram obrigados a tentar destruí-lo por todos os meios (agencias de rating e tal).

A posicao da Alemanha é muito mais delicada do que muitos fazem querer.
Nao se trata de recusar ajuda aos países em crise para nao irritar o eleitorado, trata-se sim de nao querer passar uma mensagem de impunidade, do género: "voces gastaram mal todos os subsídios que vos demos, viveram muito acima das vossas possibilidades, mas nao ha problema, nos continuamos a pagar!".

Mas penso que estamos a fugir ao tema do Post.
Voce por acaso viu o jogo da Alemanha contra a Holanda, caro José Correia?
É impossível nao se gostar do futebol praticado por ESTA Alemanha...um autentico regalo para os olhos!

José Correia disse...

InVicturioso disse...
Nao se trata de recusar ajuda aos países em crise para nao irritar o eleitorado, trata-se sim de nao querer passar uma mensagem de impunidade, do género: "voces gastaram mal todos os subsídios que vos demos, viveram muito acima das vossas possibilidades, mas nao ha problema, nos continuamos a pagar!".

Conforme referi no comentário anterior, parte significativa do despesismo português, parte do “viver acima das possibilidades”, foi para comprar equipamentos e tecnologia… alemã!

Mais. Parte (sublinho parte) dos problemas de competitividade da industria exportadora portuguesa, deve-se aos acordos de comércio externo que a UE fez com a China e outros países emergentes. Ou seja, para abrir grandes mercados às exportações (essencialmente de países como a Alemanha), a UE teve também de abrir o meu mercado às importações de países onde a mão-de-obra é muito barata e cujos produtos (muitos de baixa tecnologia) concorrem, não com os produtos alemães, mas com o que era produzido em Portugal. Quantas fábricas em Portugal, particularmente no Norte, fecharam por causa disso?

Quanto ao “não há problema, nós continuamos a pagar”, é evidente que é necessário arrepiar caminho e corrigir os desequilíbrios estruturais da economia portuguesa. Agora, exigir aos portugueses que corrijam em dois ou três anos desequilíbrios de décadas é que me parece inaceitável e revelador de muito pouca solidariedade dos países ricos do Euro, particularmente da Alemanha.

José Correia disse...

InVicturioso disse...
É impossível não se gostar do futebol praticado por ESTA Alemanha...um autentico regalo para os olhos!

Confesso que desde o Alemanha x França do Mundial de 1982 (três anos antes de Portugal entrar na CEE…), que tenho uma grande antipatia pelas selecções alemãs de futebol.

InVicturioso disse...

Estou perfeitamente de acordo que o prazo de 3 anos para equilibrar as contas é perfeitamente injusto, mas que eu saiba, a "troika" é formada por organismos independentes que NAO estao sob a tutela da Alemanha, pelo menos nao directamente.

Mas penso que a própria Troika tem perfeita consciencia que o prazo é curto, já vimos várias e várias vezes no passado o FMI a renegociar ou adaptar contratos quando viu que a coisa estava a andar bem...Creio que é isso que acabará por acontecer no caso de Portugal, no entanto penso que esta pressao obriga a agir e a agir rápido, o que certamente nao é nada mau.

Como já dizia Gary Lineker, futebol sao 11 contra 11 e no final ganha sempre a Alemanha.
Houve muitos casos em que isto realmente parecia verdade como, por exemplo, o Mundial de 2002 em que a Alemanha nao jogava nada e mesmo assim lá conseguiu chegar a final.

Mas esta equipa de Joachim Löw é diferente, é jovem e joga um futebol entusiasmante.
Veja os golos deste último Alemanha vs Holanda e garanto que nao se arrependerá...:)

MrCosmos disse...

Clap, clap, clap!

José Correia disse...

InVicturioso disse...
que eu saiba, a "troika" é formada por organismos independentes que NAO estao sob a tutela da Alemanha, pelo menos nao directamente

A Troika? Os senhores da Troika, apesar da pose e dos hotéis de luxo em que ficam instalados, não passam de meros funcionários.
Mas qual é a dúvida? Se há coisa que ficou clarissima nas últimas semanas, é o facto de a Alemanha mandar na UE e, particularmente, no grupo de países do Euro.

José Correia disse...

InVicturioso disse...
penso que a própria Troika tem perfeita consciencia que o prazo é curto, já vimos várias e várias vezes no passado o FMI a renegociar ou adaptar contratos quando viu que a coisa estava a andar bem...

Em Portugal as coisas estão a andar bem?
Bem, se o objectivo é que os salários e prestações sociais em Portugal, país membro da UE e da moeda única, sejam semelhantes aos dos chineses, eu diria que sim, que estamos no bom caminho. Aliás, os senhores da Troika chamam a isso, eufemisticamente, melhorar a competitividade da economia portuguesa...

P.S. Portugal, que já era um dos países mais pobres da UE, depois desta "receita" da Troika, aplicada intensivamente em 2-3 anos, vai ver os seus índices de pobreza disparar (sim, porque os cortes brutais que estão a ser implementados irão incidir, essencialmente, na depauperada classe média portuguesa). Seja como for, quando em Portugal deixar de haver dinheiro para pagar subsídios de desemprego (e já faltou mais para isso), estou convencido que os alemães não vão deixar que em Portugal haja pessoas a passar a fome, até porque a PAC (que subsidia essencialmente os agricultores franceses e alemães) produz muitos excedentes...

Saci Pererê disse...

Não sei se sabe ler castelhano, mas convido-o a ler este artigo de um artigo interessante que saiu no jornal alemão Der Spiegel, e depois comente senhor InVicturioso.

http://blogs.lainformacion.com/zoomboomcrash/2011/06/22/un-historiador-recuerda-que-alemania-fue-el-pais-de-las-mayores-bancarrotas-del-siglo-xx/

E não é uma questão somente de estar contra a Alemanha, os portugueses estão cansados de ser enganados, manipulados, roubados pelos decisores politicos nacionais e agora pelos internacionais aos quais nem sequer votámos. A Alemanha não é a primeira vez que pressiona os governos portugueses para negociatas mais obscuras, relembro-lhe que inclusive chegaram a ameaçar com a AutoEuropa (empresa que mais contribui para o PIB nacional) para que não se travasse o negócio ruinoso dos submarinos, aí não os vi tão preocupados com a nossa divida e o nosso despesismo.

José Correia disse...

InVicturioso disse...
esta equipa de Joachim Löw é diferente, é jovem e joga um futebol entusiasmante

E, admito perfeitamente, é uma das selecções favoritas a ganhar o EURO 2012. Agora não me peçam é que fique satisfeito se isso acontecer.

A falta de solidariedade que os alemães estão a revelar com países que são seus parceiros da UE e que partilham a mesma moeda, e a forma como estão a impor cortes brutais, contrasta com a solidariedade e apoio maciço que os alemães receberam várias vezes de outros povos, alguns dos quais seus ex-inimigos, nos últimos 60 anos.

Já ouviu falar no Plano Marshall?
Sabe durante quantos meses os aliados mantiveram Berlim ocidental abastecida por via aérea, durante o bloqueio soviético?
Lembra-se quando John F. Kennedy foi a Berlim Ocidental e pronunciou a frase: "Ich bin ein Berliner"?
Quanto custou à UE (antiga CEE) a reunificação alemã e o estratégico (para os alemães e americanos) alargamento da UE a leste?

Jorge disse...

Ja que estamos off-topic, estou bastante surpreendido por nao encontrar nos blogs que leio habitualmente nenhum artigo a criticar as posicoes retrogradas e Blatterianas do Eusebio e mais recentemente do Jorge Jesus acerca de insultos racistas durante jogos de futebol.

Saci Pererê disse...

Qual Eusébio, o preto? Agora tenho que chamar-lhe Eusébio o preto, porque o homem pode pensar que eu sou estupido por não perceber a cor de pele que tem.
Andamos anos e anos a tentar mudar mentalidades, para depois este subsidiário dar este tipo de desculpas para atitudes altamente reprováveis (independentemente se é do SL e Batota ou de qualquer clube do mundo).

eumargotdasilva disse...

Caro José Correia, quem viu esta Alemanha a jogar, desde o último mundial que só pode dizer: - querias! querias muito que perdesse, mas acho difíl...muito difíl.
Além disso a Sra merkel já viu a Itália a ser a campeã no seu próprio país e, se houver alguma conclusão a tirar, quem caiu foi o Berlusconi!...

Daniel Gonçalves disse...

José Correia disse "sendo a Alemanha a "mais melhor do Mundo e arredores", por que razão quis/deixou que países insignificantes como Portugal entrassem no clube dos ricos, o clube da moeda única?" Penso que foi Portugal que solicitou a entrada na então CEE e não um convite dos outros países para Portugal aderir. A aceitação da entrada de Portugal na CEE foi, sobretudo, uma decisão francesa - a potência determinante na altura em questão, embora as aparências possam sugerir o contrário - e tendo em vista o espírito original da organização, criar um mercado único europeu contribuindo consequentemente para a paz na Europa «ocidental».

"é capaz de ter dado jeito às empresas exportadoras alemãs, que os portugueses se endividassem para comprar helicópteros, submarinos, electrodomésticos (Siemens, Miele, ...), Mercedes, BMWs, Audis, Volkswagens, etc." Aquando da entrada em Portugal dos fundos comunitários, a Alemanha não exigiu que os portugueses comprassem unicamente produtos alemães, houve liberdade de escolha, podiamos ter comprado produtos franceses, asiáticos ou norte-americanos.

Mário Faria disse...

A própria formação da sigla não é, obviamente, inocente. É a representação de uma forma perigosa de fazer política, na minha perspectiva, porque radica numa visão totalitária de observar o mundo e dividir os povos.

A supremacia da raça já levou a humanidade ao holocausto e a uma guerra brutal.

Chegámos a proclamar, cheios de vaidade, que não éramos a Grécia, até que um obsceno rating nos atirou para o lixo. Obama, aproveitou o nosso mau exemplo, para afirmar solenemente “ que os USA não são Portugal”. Não sabia, mas fiquei a saber. Neste pântano em que se tornaram tantos países, reféns das dívidas soberanas e do poder dos mercados financeiros, poucos políticos ocidentais saem ilesos. Infelizmente!

Devemos temer o pior, para que o pior não aconteça. O que duvido é das receitas. Mas, essa é uma matéria para ser discutida noutro local.

Ficaria muito feliz se Portugal vencesse a Alemanha que tem uma equipa muito forte. Aprecio o estilo simples, rectilíneo, prático e confiante dos germânicos, mas a Espanha é que domina com os minorcas cheios de criatividade.

Daniel Gonçalves disse...

José Correia afirmou "Quanto custou à UE (antiga CEE) a reunificação alemã e o estratégico (para os alemães e americanos) alargamento da UE a leste?" Existe outra visão/teoria que afirma que à CEE a reunificação da Alemanha não custou nada, a haver custo foi totalmente suportado pela Alemanha, mas acabou por afectar o resto da Europa, porque a Alemanha era a potência económica e virando-se esta para "dentro", para os seus problemas internos e relegando para segundo plano as questões europeias o resto da Europa que dependia da beneficiência - sejamos claros - e da pujância económica alemã foi claramente afectada, agora o custo «directo» da reunificação foi totalmente suportado pelos alemães.

O alargamento a leste foi, sobretudo, iniciativa dos franceses e ingleses que viram assim uma forma de contrabalançar o crescente poderio económico da Alemanha, esta é que soube tirar partido desse alargamento para vender mais produtos e uma maior implantação nos mercados de leste.

José Correia disse...

Daniel Gonçalves disse...
Penso que foi Portugal que solicitou a entrada na então CEE e não um convite dos outros países para Portugal aderir

O que eu escrevi é muito claro. Eu não falei na adesão à CEE, mas sim na entrada no "clube da moeda única".
Se os alemães (e franceses) querem uma Europa a duas velocidades, se querem dividir a Europa em Europa dos ricos e Europa dos pobres, por que razão aceitaram a adesão do "PIG Portugal" ao Euro?
Por acaso, a falta de competitividade da economia portuguesa é uma coisa recente, ou já era assim em 2000, 2001 e 2002?
Por acaso, o crónico défice orçamental português é uma coisa recente, ou sempre foi assim desde o 25 de Abril?

José Correia disse...

Daniel Gonçalves disse...
a Alemanha não exigiu que os portugueses comprassem unicamente produtos alemães, houve liberdade de escolha, podíamos ter comprado produtos franceses, asiáticos ou norte-americanos.

Óbvio. Mas é um facto que o aumento do poder de compra dos portugueses (em grade parte suportado pelo endividamento do Estado e das famílias), e que agora é tão criticado, durante anos deu muito jeito às empresas exportadoras alemãs, quando estas ainda não estavam viradas para os países emergentes (China, Índia, etc.) e exportavam, essencialmente, para o chamado mercado interno comum.

Por cada Euro (Marco) que a Alemanha enviou para Portugal através dos Fundos Comunitários, quantos Euros regressaram a bolsos alemães por via da compra de helicópteros, submarinos, carros, electrodomésticos ou outros equipamentos made in Germany?
Seria interessante que um dia destes alguém fizesse estas contas, talvez houvesse algumas surpresas.

José Correia disse...

Mas que fique claro, os grandes culpados, e que deveriam ser julgados, são os políticos portugueses que tiveram responsabilidades governativas nos últimos 25-30 anos.
Sim, a UE "deu-nos" dinheiro para abatermos os barcos de pesca, mas ninguém obrigou os governantes portugueses a aceitar.
Sim, a UE "deu-nos" dinheiro para arrancar árvores e deixar campos de cultivo ao abandono, mas ninguém obrigou os governantes portugueses a aceitar.

pedro disse...

Confesso que quando vi o post torci o nariz, mas gostei muito da discussão.

Acho que nenhum país é Santo, nem Demónio, todos querem o melhor para si primeiro e cada um carrega a cruz que merece.

..e o nosso FCP é tão bom que nem parece Português, hehe ;)

Daniel Gonçalves disse...

"Por cada Euro (Marco) que a Alemanha enviou para Portugal através dos Fundos Comunitários, quantos Euros regressaram a bolsos alemães..." José Correia tem razão ao afirmar que os alemães esperavam um retorno da ajuda que deram, e novamente razão ao atribuir as maiores responsabilidades aos responsáveis políticos e económicos portugueses pela forma como lidaram com a integração na moeda única, no mercado europeu e no fraco crescimento económico de Portugal.

Sobre o Euro 2012, como português torço pela selecção nacional, mas na eventualidade de Portugal não ser o vencedor não nutro grandes simpatias ou preferências pelos outros países do Sul da Europa, e não é o - algumas vezes compreensível e, a maior parte das vezes, injusto - despeito que os germânicos e anglo-saxónicos nutrem por aqueles (os PIGS) que me vai levar a torçer por uma Grécia ou Itália.

InVicturioso disse...

Caro José Correia,

as medidas de austeridade que o Estado Portugues está a tomar neste momento, tem somento um objectivo: convencer a Troika a continuar a nos emprestar dinheiro. É que se a Troika "fechar a torneira" e visto que Portugal deixou de ter condicoes para se financiar nos mercados, amanha nao temos dinheiro para pagar a médicos, professores e reformados. Pura e simplesmente nao temos dinheiro.

Saci Perere,

sou leitor assíduo do Spiegel e li esse artigo no dia em que foi publicado, por isso dispenso bem a versao castelhana.
É uma opiniao tao válida como qualquer outra.
A Sra. Merkel devia demitir-se? A Alemanha continou a crescer economicamente durante toda a crise e tem neste momento a mais baixa taxa de desemprego dos últimos 20 anos. Realmente, comparando com o nosso Portugal, a Sra. Merkel é bem mais incompentente que o Eng. Sócrates...

Hugo disse...

Falando apenas de futebol, a Alemanha é das selecções que melhor joga na actualidade, fruto dos jovens de grande talento como Ozil,Goetze,Muller etc.

José Correia disse...

«Depois de tentar bloquear o resgate português, a Finlândia volta a afirmar-se como um defensor arreigado de uma zona euro de elite, onde só os mais fortes sobrevivem e os mercados se encarregam de fazer essa selecção natural. A ideia de fazer da zona euro um clube de países com rating máximo (‘AAA') circula entre os mais ricos desde a génese da zona euro, mas ainda não tinha sido verbalizada desta forma tão clara, encaixando no discurso de uma Europa a duas velocidades que ecoa de Paris e Berlim.

Alexander Stubb, o ministro finlandês dos Negócios Estrangeiros, deu a cara por essa bandeira, desdobrando-se em entrevistas aos media internacionais. "Temos andado a olhar para países que temos de salvar, ajudando-os o tempo todo", isso é "um prisma errado", disse à Reuters. "Para mim o euro é um sistema darwinista, é a sobrevivência do mais forte. Os mercados podem-se encarregar disto e penso que esta é a melhor forma de manter a pressão dos mercados", disse Stubb, que "é um fanático do fitness", explica a agência de notícias.

Denunciando a sua intenção, Stubb recorda nesta entrevista: "O euro, no início, [na tese dos responsáveis alemães] quando propuseram o núcleo do euro, era de apenas cinco países. Deixaram a Itália de fora". Depois da Grécia, Irlanda e Portugal terem ido ao ‘tapete', os mercados começam a apertar o cerco à Itália e Espanha, fechando o ciclo dos países periféricos mais debilitados da UE, que Berlim e Haia queriam deixar de fora do euro nos idos anos 90.»
in http://economico.sapo.pt/noticias/finlandia-quer-seleccao-natural-no-euro-para-excluir-os-fracos_131691.html

David Duarte disse...

A Alemanha sempre foi um pais imperialista (na Europa existem dois grandes paises imperialistas, Russia e Alemanha). Neste momento o seu imperialismo manifesta-se economicamente.

A verdade é que é uma situação complexa. A Europa sairia muito mais facilmente da crise se pudessemos não apenas controlar o valor da moeda como igualmente peidr emprestado à Banca central europeia (sempre nos endividariamos connosco mesmo e não mà fora). O problema é que a independência da banca central é um dogma na Alemanha (esteve na base da reconstrução da Alemanha pos-45, a manipulação politica do valor da moeda tendo permitido a Hitler de rearmar o pais).

Isto deve ser tido em conta. Mas os alemães devem igualmente ter em conta que os paises ESTAO A SANGRAR!!! Não existe nenhuma dor de cotovelo em relação à Alemanha (podemos estar em crise mas uma dourada grelhada, uma boa média é muito melhor que uma salsicha e as cervejas alemãs^^), existe antes incompreensão face à insensibilidade alemã perante o estado em que estão os paises europeus.

E não me venham dizer que a culpa das dividas soberanas é dos Estados. Elas eram sustentaveis (se fosse realizada uma reforma fiscal decente) até à crise de 2008. Parece que existe muita gente que se esqueceu de como tudo isto começou.

Por isso digo : AMEN a um PIIGS ganhando na final à Alemanha!!

Paulo Marques disse...

É evidente que os sucessivos governos nacionais causaram que a economia nacional estivesse má.
Mas isso é culpa dos dois aumentos abaixo da inflação esta década ou dos submarinos, BPNs, Freeports e quejandos?
É que, entrando na UE, fomos obrigados a cortar e a destruir a agricultura, pesca e indústria, sendo enorme a lista de empresas que fecharam em Portugal sem qualquer ajuda, ajuda essa que não faltou para ajudar a falida alemã Quimonda, por exemplo.
Naõ só isso, como deveriamos ter estado atentos à entrada numa moeda demasiado valorizada para a nossa capacidade, mas a "esquerdalha" nunca tem razão e a europa é sempre para a frente a todo o vapor.
Nada tenho contra os alemães, mas era bom que não se esquecessem do plano Marshall e como de certos países foram obrigados a perdoar a dívida para que a Alemanha ficasse forte: é que só em reparações de guerra não pagas, a Grécia estaria muito muito melhor hoje... E pode ser que o queira cobrar.
Isto não implica que não sejam precisos reajustamentos, mas pretendemos reajustar para baixo um salário médio de 800€ ou um serviço de saúde que cada vez mais deixa morrer pessoas por falta de operações? o problema da ajuda è que obriga à destruiçâo sistemàtica da economia o que nâo permitirà pagar porra nenhuma e nos farà andar de emprèstimo em emprèstimo com desemprego galopante e ninguèm tem ideia onde pode parar a reacçâo de uma populaçâo que procura comida nos caixotes do lixo. É que até o the Economist há meses afirmou que os mercados sabem que a dívida não é pagável, esse antro de socialismo ultrapassado...
Há que estimular a economia, há que imprimir dinheiro porque nada disto vai ficar resolvido e a violência espreita por quem quer comer e nada fez por isto.

Alexandre Burmester disse...

InVictorioso disse:

"O Euro é um instrumento que serve para unir a Europa e torná-la mais competitiva face ao Dólar.
Aliás o Euro foi tao bem sucedido, que os EUA se viram obrigados a tentar destruí-lo por todos os meios (agencias de rating e tal)."

Este é o típico argumento conspirativo euro-cêntrico e anti-americano primário.

O que o Euro fez foi tornar países como Portugal menos competitivos face a Alemanha, França, etc. O euro-beatismo a isso nos conduziu.

Alexandre Burmester disse...

Daniel Gonçalves disse:

"O alargamento a leste foi, sobretudo, iniciativa dos franceses e ingleses que viram assim uma forma de contrabalançar o crescente poderio económico da Alemanha, esta é que soube tirar partido desse alargamento para vender mais produtos e uma maior implantação nos mercados de leste."

Errado. O alargamento a Leste foi iniciativa alemã e inglesa, os primeiros para alargarem o seu hinterland, os segundos por serem defensores do comércio livre e por acharem que quanto mais membros a UE tiver, melhor, pois assim se diluiria o poder franco-germânico. Os franceses, na sua tacanha mentalidade, é que sempre se opuseram a esse alargamento. Mas foram eles os inventores do euro - que impuseram aos alemães em troca da reunificação germânica. O resultado está à vista

Alexandre Burmester disse...

Só os portugueses inocentes e líricos podem surpreender-se com o rumo que a UE tomou. Nos tempos do PREC, Mário Soares dizia - e muito bem - que o povo não come ideologia. Pois hoje eu digo: o povo não come "europeísmo", eufemismo que serve para encapotar o neo-imperialismo franco-germânico.

David Duarte disse...

O Alexandre Burmester està a exagerar. Uma coisa são os principios da construcção europeia, motivados pelos projectos de paz perpetua do século XVIII e pelo movimento paneuropeu do inicio do século XX. Outra coisa é aquilo em que a Europa se transformou (sobretudo apos o fracasso da Comunidade Europeia de Defesa e da integração da Inglaterra, dois acontecimentos que reduziram a construcção europeia a um mero mercado sem finalidade politica).

Sobre o imperialismo franco-germanico... que a construcção europeia dependa destes dois paises, isso não me coloca problema algum. Alias, os momentos em que a Europa evolui mais em termos de integração politica (o que nos falta neste momento!!) foi nos momentos de aliança entre estes dois paises : Adenauer-Schuman, Kohl-Mitterrand. A diferença é que nesses periodos França e Alemanha utilizavam a sua força a proveito da Europa. Hoje, com Merkel e Sarkosy, temos dois paises que utilizam a Europa para proveito nacional (sobretudo Merkel, jà que o Sarkosy nesta relação é o... agente passivo digamos assim).

Mas pronto, tal como relativizo a posição do Alexandre, a minha também merece varias nuances.