sexta-feira, 28 de março de 2014

Não matem as promessas

O jogo com o SLB foi muito bem conseguido e respeitou o guião. Um FCP forte e um visitante que entrou cheio de medo, como habitualmente, e não produziu tanto quanto prometiam os seus adeptos e a maioria da comunicação social, que já nos tinha passado a certidão de óbito pela degola de que íamos ser vítimas.

Fizemos uma primeira parte sempre por cima e quando estivemos menos bem, conseguimos disfarçar algumas fragilidades que ainda se notam e sair com a vitória no bornal; o resultado pecou por escasso, porque há uma segunda mão na Luz mas, ainda assim, foi uma cabazada de um a zero, como diria Mourinho. Uma equipa que parecia ter caído na inevitabilidade da derrota ao menor percalço, está mais personalizada e confiante, desde que LC tomou conta da equipa, pois já consegue mitigar e ultrapassar bem melhor as suas insuficiências. Mas, há um longo caminho a percorrer e a SAD não deve deixar de ler o que correu mal e avaliar o que ainda não está bem. 

O FCP teve dificuldades com o Belenenses e vai continuar a tê-las. Não acabaram, ontem. Desde AVB que o nosso erário tem sido desvalorizado: o saldo das vendas tem sido muito positivo financeiramente e deficitário na vertente desportiva. Não é uma crítica, é uma constatação. Os êxitos de VP disfarçaram essa corrosão e as críticas maiores, ainda nesse período, foram sempre dirigidas ao treinador. Por isso, o que veio por mal pode acabar bem, se soubermos ler os sinais e actuar em conformidade; a época de 2014/15 promete ser complicada e tem de ser gerida com muita sabedoria, até porque estão, na porta de saída, jogadores fundamentais e a entrada directa na CL é quase uma miragem.
                                                                                                                                      

Mas, os treinadores não seguem sozinhos na vertigem crítica dos adeptos: há ciclicamente jogadores sujeitos a marcação cerrada ou por serem velhos, ou por serem novos, ou porque sim. Por estes dias, o Carlos Eduardo que foi o herói em alguns jogos é sujeito às mais severas dúvidas quanto à sua valia. Foi muito bem substituído em Nápoles, mas acho que Carlos Eduardo tem tudo para ser um elemento valioso, mas como toda a equipa do FCP sente dificuldades quando se bate com equipas muito fechadas ou quando é sujeita a uma grande pressão. O FCP integrou, esta época, jovens de muita qualidade: Carlos Eduardo, Reyes, Herrera, Quintero, Ricardo, Josué, Ghilas e Licá. Alguns, provavelmente, não resistirão e ficarão pelo caminho, mas precisam dum treinador competente e de todo o seu magistério de influência para evoluírem e se integrarem no modelo da equipa. Se Luís Castro o fizer com lucidez e os sócios e adeptos forem capazes de compreender que aqueles atletas vivem um período de transição e aprendizagem, talvez a pressão que se abatata sobre esses jovens seja apenas a necessária para um desempenho profissional apropriado. Por favor, não matem as promessas antes do necessário tempo de maturação. Este pedido é obviamente extensivo aos decisores a quem cabe, prioritariamente, esse dever.
 

3 comentários:

Cadeira10 disse...

Acredita que Luís Castro vai continuar no Futebol Clube do Porto?
Eu gostaria. Não é entrar em euforias, pelos últimos resultados e exibições, mas valerá o risco apostar outra vez no escuro?
É que não existindo jogadores-referências no plantel com o conhecimento claro do que é ser PORTO, essa identificação tem de vir do treinador e aí o Luís Castro tem uma palavra a dizer.
Abraço

Paulo Marques disse...

Pelo que tenho visto, que não é tanto quanto isso, não me parecia nada mal. No fim da época terei uma melhor opinião, vendo o que progride ou não a equipa.
Que sabe mais que o Paulo Ferreira, isso não há dúvida.

Joao Goncalves disse...

Quem estava a matar as promessas(e o clube) já lá não está...