sábado, 14 de julho de 2012

Mais um triunfo num cenário de dúvidas



Em final de estágio por terras helvéticas, segue o FC Porto com um registo imaculado de vitórias nos particulares até ao momento realizados. Se à lisura dos triunfos nos dois primeiros encontros pouco se pode apontar, já o mesmo não se poderá dizer da contenda desta tarde perante o Evian. O conjunto de Vítor Pereira esteve longe controlar a partida e, só a espaços, conseguiu fazer circular a bola de forma pensada. Isto apesar das visíveis limitações no plantel que o treinador portista se verá cingido ao longo de toda a pré-temporada.

Com efeito, a falta de algumas opções dentro deste grupo que já se encontra ao trabalho não permite aplicar e vislumbrar todo o manancial tático trabalhado ao longo destes dias. Os embates com o Servette e Evian têm sido eloquentes neste problema, onde a total ausência de defesas laterais não possibilitam a explanação de um futebol mais aberto e fluído, obrigando, inclusive, a adaptações que roçam o caricato.

Os centrais vêem-se forçados à condição de totalistas e alternativas no meio campo não são muitas (apesar de este não ser apenas um problema pontual). Mas não se pense que estes handicaps são o princípio e o fim dos largos períodos de futebol fastidioso que a nossa equipa se pautou. As muitas perdas de bola e passes transviados – um mal que já transita da época passada – marcaram o incaracterístico jogo azul e branco, pondo em xeque nalguns momentos até, as redes da nossa coutada.

Denota-se a intenção de Vítor Pereira fazer entranhar os automatismos do 4-3-3 base, pautado aqui e ali com algumas flutuações de James ao centro, não modificando a sua estrutura mesmo após as várias substituições. Não seria descabido o ensaio de algo alternativo que não só pudesse encaixar melhor na mão-de-obra ao dispor, mas, também, incrementasse o “golpe de asa” sempre importante quando surgirem outros desafios mais árduos.

No cenário sempre confuso que as pré-temporadas e os seus peculiares jogos propiciam, nem sempre se consegue avaliar da melhor forma qual ou quais as feições individuais de cada atleta poderão trazer ao interesse geral e coletivo. Iturbe e Cristian vivem dentro desse limbo, com Castro também expectante. Provavelmente, mais do que a competência de cada um, as saídas ditarão as escolhas. Quanto a Fabiano, que hoje se estreou, tem lugar de caras na estrutura final.

Dúvidas. É disto e neste misto em que se vive nos defesos. As incertezas nas escolhas, a valia das opções e o jogo de paciência das transferências. Um bailado caótico de equações que atiram para as calendas gregas a palavra planeamento. Tudo se faz (e só pode ser feito) ao sabor do momento ou de um acontecimento,  ficando para um espectro secundário as trocas de Kléber e Janko, o inusitado jeito de Maicon para os livres ou simples resultado deste particular que daqui a uma semana já ninguém lembrará.


3 comentários:

P. Ungaro disse...

Boas,

o que dizer sobre o jogo ??? pouco, o Porto jogou mal, o Evien fez aquilo que a maior parte das equipas do nosso campeonato vão fazer ... defender e jogar no contra-ataque.
Sem Danilo, Rolando, Alex Sandro, Alvaro Pereira, Moutinho, Hulk, Varela, Sapunaru, etc, é complicado trabalhar desta forma. Por isso mesmo, é que acho que o jogo foi fraquinho e ainda as dimensões reduzidas do campo não nos permitiram espaço para os nossos criativos darem espaço á sua imaginação.

Um abraço

http://fcportonoticias-dodragao.blogspot.pt

Mário Faria disse...

As dúvidas pulam, avançam e recuam. Atsu que parecia uma certeza deixou de o ser depois do jogo de ontem, Maicon que tantas dúvidas deixava passou a constituir uma certeza, próximo do estatuto de insubstituível. O que se mantém é este insuportável condicionamento dos mercados que não há meio de desbloquearem e nos confortarem quanto ao futuro.
O jogo foi pior que o anterior porque o adversário foi mais forte, incómodo e distribuiu muita mais lenha. Para combater uma equipa de combate faltaram meios e sobrou fadiga. De resto, o que mudou de mais substancial, a meu, ver foi os créditos de confiança que VP recebeu que lhe dão uma margem de manobra que antes não tinha. Esperemos que a coisa corra bem.

Anónimo disse...

Mais do que as alas, o que me assusta é a falta de qualidade no meio-campo. Precisamos urgentemente de mais um trinco e um médio ofensivo. Castro tem pouca qualidade na construção e Mikel até para a equipa B vai ser fraco. Ganso e Custódio seria excelente!