sexta-feira, 24 de junho de 2011

Morreu Tomislav Ivic


Faleceu esta tarde, vítima de problemas cardíacos, o treinador croata Tomislav Ivic que, em Portugal, treinou o FC Porto em 1987/88, o slb em 1992/93 e de novo os dragões em 1993/94. Ivic tinha 77 anos.

Em 1987/88, na primeira passagem pelo FC Porto, Ivic fez história ao conquistar o campeonato nacional, a Taça de Portugal, a Supertaça Europeia e a Taça Intercontinental.

Do seu vasto currículo, destacam-se os oito títulos nacionais em seis países diferentes - Jugoslávia (3), Holanda, Bélgica, Grécia, Portugal e França - aos quais juntou ainda sete taças e os dois títulos internacionais ganhos ao serviço do FC Porto.

Para além de algumas polémicas, que com o passar dos anos foram vistas com outros olhos, os portistas nunca esquecerão o homem e a forma como comandou a equipa na fantástica época 1987/88.

Paz à sua alma.

18 comentários:

Antonio Silva disse...

Grande homem. Ainda me lembro dele dizer que o Rui Barros seria o protótipo do jogador do futuro.

RS disse...

Associarei sempre o Ivic aos dois jogos mais épicos do FCP que alguma vez vi: a final da Taça Intercontinental no manto branco de Tóquio e a 2ªmão da pré-eliminatória de acesso à liga dos Campeões 93/94, onde o FCP foi literalmente defender o 1-0 da 1ªmão à banheira de Roterdão contra o Feyenoord. Nesse jogo, o Ivic cometeu a proeza de colocar no mesmo 11 inicial o Jorge Costa, o Aloísio, o Fernando Couto, o José Carlos, mais o João Pinto, Secretário e Rui Jorge!

Daniel Gonçalves disse...

Paz à sua alma.
Marcou uma época no FC Porto. À magia da equipa de Viena, Ivic acrescentou uma frieza e calculismo na estratégia de jogo.

meirelesportuense disse...

Sinto muito.Os meus sentimentos para a sua família...
-Era um homem especial, engraçado, irrequieto, com uma linguagem muito particular repleta de termos italianizados, os treinos eram interessantes, mas o seu futebol era muito frio e irritante, quantas vezes abandonei o Estádio porque acompanhava alguns amigos que não suportavam aquele tipo de espectáculo...Se permanecesse ficava só e aborrecido, se saísse não perdia muito, o resultado depois de feito -se o Porto marcasse- raramente se alterava assim como a fisionomia do jogo.

rbn disse...

Numa só época CAMPEÃO :
MUNDIAL,
da SUPERTAÇA EUROPÉIA,
de Portugal
e da Taça de Portugal.

2 conquistas internacionais,
2 conquistas nacionais.

Campeão do Mundo é muitíssimo mais que campeão da liga europa

E entre as supertaças, a européia CLARAMENTE vale muitíssimo mais.

Não foi campeão INVICTO, mas foi campeão IVIC.

Melhor que libras-boas...

Alexandre Burmester disse...

Grande homem e grande treinador.

Quem se recorda do descalabro de 2004/05 poderá ficar com uma ideia dos problemas que Ivic teve de defrontar em 1987/88. Mesmo com esses problemas conseguiu ser campeão com 15 pontos de avanço, quando a vitória valia apenas dois pontos, e ganhar a Taça de Portugal. Muitos nunca lhe perdoaram a muito verdadeira frase "Gomes è finitto!". Mas estava mesmo (mas, pior que isso não o assumia).

A vitória de Tóquio na Taça Intercontinental é um dos mais épicos episódios da história do FCP, e a ela o nome de Tomislav Ivic ficará para sempre associado.

O seu regresso em 1993/94 esteve longe de ser auspicioso, mas isso em nada diminui a sua grande estatura na história do nosso clube.

Um grande homem e um grande treinador.

Paz à sua alma.

Silver(io) disse...

onde o FCP foi literalmente defender o 1-0 da 1ªmão à banheira de Roterdão contra o Feyenoord. Nesse jogo, o Ivic cometeu a proeza de colocar no mesmo 11 inicial o Jorge Costa, o Aloísio, o Fernando Couto, o José Carlos, mais o João Pinto, Secretário e Rui Jorge!

Diz o Rs...pois foi nesse desenho tactico que o Mou foi a barcelona como inter ganhar o acesso à final da Champions...o que prova que o Ivic era um pragmático e um visionário sem ser special!

Daniel Gonçalves disse...

De recordar que o FC Porto de Ivic em 1987/88 só não foi campeão invicto (sem derrotas) porque fomos perder a Alvalade, quando já eramos campeões, num jogo que o Sporting precisava de ganhar para segurar o 3º lugar; jogo no qual apanhamos uma arbitagem caseira que não marcou um penalty evidente a nosso favor após um empurrão ao Rui Barros na grande área leonina.

Alexandre Burmester disse...

Muito bem visto Silver(io). Mas no caso do auto-denominado "Special One " ("o treinador que em toda a Europa mais à defesa joga contra o Barcelona") isso é considerado um golpe de génio, uma coisa digna de predestinados! Tomislav Ivic, esse, limitou-se a apresentar "futebol negativo".

Mais vale cair em graça do que ser engraçado.

Unknown disse...

Lamento muito.

Lembro-me bastante bem da sua abordagem, de certa forma "italiana", do futebol, cujo expoente máximo foi esse jogo épico em Roterdão, que o RS referiu! Por isso, acho que foi o patinho feio dos treinadores do Porto pós-Viena mas, se calhar, era dum como ele que precisávamos na altura... Como em 2004/05. Enfim, goste-se ou não das tácticas, a estatística da sua longa carreira diz-nos que era competente e sabia vencer.

Luís Carvalho disse...

Uma simpatia de pessoa. Um homem de bom coração. Um muito bom técnico. Deixa muitas saudades.

Para além desses jogos já aqui referidos, existe ainda um outro que, para muitos, terá sido uma das melhores exibições de todos os tempos de uma equipa do FCP no estádio das Antas: aqueles 7-1 ao Belenenses, na jornada inaugural dessa gloriosa época de 1987/88. Quem lá esteve, jamais esquecerá essa noite.
Com direito a novo calcanhar do Madjer e tudo.

rbn disse...

Há coisas que não consigo perceber, desculpem lá.

O homem ganhou 4 títulos numa só época, os 2 mais importantes dentro de portas e os outros 2 que haviam para ganhar fora de portas, fazendo o pleno total e uma temporada que qualquer clube no mundo desejava.

Ao invés de valorizarem principalmente as até então inéditas conquistas internacionais,o assunto é a banheira de roterdão e autocarro em frente à baliza.

O homem fez melhor que libras-boas, quer queiram quer não.

Se calhar, Artur Jorge não tinha conseguido.

José Correia disse...

meirelesportuense disse...
os treinos eram interessantes, mas o seu futebol era muito frio e irritante

Isso é verdade, mas apenas na sua 2ª passagem pelo FC Porto.
Em 1987/88 lembro-me de jogos extraordinários, como os 7-1 ao Belenenses do Marinho Peres (que ficou em 3º lugar no campeonato), a 1ª mão da Supertaça em Amesterdão (ganhamos por 1-0 mas não fossem vários falhanços escandalosos poderia ter sido por 4 ou 5), a meia-final da Taça de Portugal contra o slb, entre outros.

José Correia disse...

rbn disse...
Não foi campeão INVICTO, mas foi campeão IVIC

Muito bem visto!

José Correia disse...

Luís Carvalho disse...
aqueles 7-1 ao Belenenses, na jornada inaugural dessa gloriosa época de 1987/88. Quem lá esteve, jamais esquecerá essa noite. Com direito a novo calcanhar do Madjer e tudo.

Eu estive lá.

meirelesportuense disse...

Eu vi esse jogo contra o Belenenses treinado pelo Marinho Peres, foi um jogo excepcional ainda na ressaca da final de Viena.E recordo bem esse golo do Madjer, aliás ele próprio o considera melhor que o de Viena.
Mas na passagem segunda pelo Porto o Ivic tinha uma equipa inferior em qualidade à de 1987 e na primeira passagem, foi assim como a descrevi, de início ainda era interessante ver como o Porto resolvia os problemas, depois tornou-se complicado mobilizar pessoas para verem os jogos especialmente nas Antas...Muito especialmente após a saída do Madjer -para Espanha- ele que dava um toque muito requintado à equipa e sem Madjer as coisas ficavam muito enfadonhas.
Enfadonhas mas objectivas, numa época ganhamos com uma diferença abissal de pontos...

Daniel Gonçalves disse...

Meireles Portuense disse: "Mas na passagem segunda pelo Porto o Ivic tinha uma equipa inferior em qualidade à de 1987". Estou de acordo, a qualidade diminuiu porque havia jogadores em final de carreira que já não estavam na plenitude da forma: João Pinto, André, Jaime Magalhães e Semedo, que se notava na produção da equipa; Bobby Robson entrou a meio e teve as mesmas dificuldades, foi só na época seguinte já com Emerson, Kulkov, Latapy e o crescimento de Secretário a ala que o rendimento da equipa do meio-campo para a frente melhorou.

guedesnet disse...

R.I.P.