quarta-feira, 6 de maio de 2015

Hóquei e o downsizing das modalidades

Há cerca de um ano atrás, publiquei um artigo (Hóquei, três anos depois do Deca), onde escrevi o seguinte:

«Haverá dinheiro para o FC Porto fazer a renovação que se impõe e, simultaneamente, construir um plantel melhor?
Estará a secção de Hóquei em Patins do FC Porto suficientemente bem estruturada, para viver sem a presença (e apoio financeiro) de Ilídio Pinto, o homem que, do quase nada, transformou o hóquei em patins azul-e-branco numa das maiores potências a nível mundial?
Um ano depois do FC Porto ter ganho a dobradinha, não estou nada optimista com o futuro do hóquei portista.»

Maio de 2015. Onze meses depois de ter publicado esse artigo (quase premonitório)…

O JOGO, 03-05-2015

Olhando para o futuro… É do conhecimento público, há já alguns meses, que na próxima época haverá uma profunda renovação no hóquei portista.

SAÍDAS: Tó Neves, Ricardo Barreiros, Caio e Pedro Moreira, todos para a UD Oliveirense e Reinaldo Ventura para OC Barcelos.

ENTRADAS: Guillém Cabestany (espanhol, novo treinador), Gonçalo Alves (UD Oliveirense), Telmo Pinto (AD Valongo), Alvarinho (AD Valongo) e Reinaldo García Mallea (Barcelona).

Será suficiente para voltarmos aos sucessos nesta modalidade?

Num dos comentários ao artigo que publiquei há um ano atrás (em Junho de 2014), escrevi o seguinte:

«O FC Porto iniciou o processo de renovação na época passada [2012/2013], com a contratação de Hélder Nunes, e para a próxima época [2014/2015] já contratou o Rafa (o qual tinha saído do FC Porto para o Valongo… ).
Chega? Eu acho que não.
Mas será que há dinheiro para mais e melhores jogadores?»


Dinheiro. Esta é a questão fundamental.
Parece-me óbvio, que as modalidades de alta competição do FC Porto estão a passar por um processo de downsizing.

No basquetebol o downsizing foi brutal e, inclusivamente, levou ao fim da equipa principal e à extinção da sociedade desportiva que o clube tinha criado para esta modalidade.

No andebol, há muitos anos que o dinheiro não abunda e, consequentemente, a base da equipa principal são jogadores da formação portista, ou que chegaram ao clube ainda jovens.
Mais. Não havendo dinheiro para manter os melhores jogadores formados e/ou moldados no FC Porto (ex: Tiago Rocha e Wilson Davyes), há uns anos atrás iniciou-se a contratação de jogadores cubanos (Alfredo Quintana, Daymaro Salina, Alexis Hernandez, Yoel Cuni Morales), num mercado que é mais acessível a clubes menos endinheirados.
O próximo a sair deverá ser o MVP do campeonato português, Gilberto Duarte

E o hóquei?
O hóquei está a seguir o mesmo caminho (da redução de custos), substituindo jogadores consagrados (com muitos títulos no currículo), por jovens valores, alguns dos quais com passado nas camadas de formação portista.

Contudo, esta lógica de tentar fazer mais gastando menos, não será fácil de implementar.

O SL Benfica está num processo inverso ao do FC Porto. Cada vez aposta (gasta!) mais nas modalidades (andebol, basquetebol, futsal, voleibol, hóquei, atletismo, etc.) e, por aquilo que se sabe, já terá assegurado dois reforços de top internacional – Marc Torra (FC Barcelona) e Jordi Adroher (HP Braganze) – para o plantel de hóquei da próxima época.

Mas não é só o SLB. Também a UD Oliveirense tem estado em força no mercado e, para além do treinador e dos três jogadores do FC Porto que referi atrás, já terá assegurado as contratações de Carlitos López (SL Benfica) e de dois hoquistas que, na época passada, foram campeões nacionais pelo AD Valongo.

Há quem questione e especule de onde virá esta abundância de dinheiro da UD Oliveirense e, principalmente, do SL Benfica (para o hóquei e para as restantes modalidades).
Para a realidade interna do FC Porto, isso é irrelevante.

O que me parece evidente é que as modalidades de alta competição do FC Porto terão de apreender a viver com menos e fazerem o “impossível”, isto é, disputar títulos com quem gasta o dobro, o triplo ou mais.

O JOGO, 05-05-2015

Ora, por aquilo que se sabe nesta altura, na próxima época o plantel do hóquei portista deverá ser o seguinte:

Guarda-redes: Edo Bosch, Nelson Filipe
Jogadores de campo: Jorge Silva, Vítor Hugo, Hélder Nunes, Rafa, Reinaldo Garcia, Telmo Pinto, Alvarinho, Gonçalo Alves

É com estes e com um novo treinador, que o FC Porto terá de construir uma nova equipa de hóquei em patins, com muitos jogadores jovens e, no início de um novo ciclo, procurar fazer o “impossível”.

60 comentários:

José Rodrigues disse...

O futebol suga tudo (dinheiro) à sua volta. Esse é o problema principal das modalidades do FCP.

Miguel Lourenço Pereira disse...

"É com estes e com um novo treinador, que o FC Porto terá de construir uma nova equipa de hóquei em patins, com muitos jogadores jovens e, no início de um novo ciclo, procurar fazer o “impossível”."

O impossivel não é obra do acaso e do destino, uma fatalidade como ás vezes parece que se quer fazer crer. É consequência de uma decisão estudada e consensuada por uma equipa liderada por um homem que chegou ao poder no clube não só com um passado nas modalidades como prometendo que ia fazer do FC Porto um clube genuinamente polidesportivo e com um enfoque importante nas secções.

30 anos depois o processo inverso está de caminho das mãos da mesma pessoa, uma contradição andante, para que depois o projecto de futebol apresente piores resultados. Começou com a retirada do dinheiro das quotas dos sócios do FC Porto, passou pela transferência de bens do clube para as mãos da SAD e poderá acabar na eliminação definitiva das modalidades.

Enquanto outros clubes fazem - E BEM - uma aposta real e incisiva nas modalidades, outros concentram todas as cartas numa só jogada. A única que pode dar lucro, a nova (velha) palavra de ordem no Dragão.

José Correia disse...

Para apostar em mais modalidades, ou reforçar a aposta nas modalidades de alta competição actuais – Andebol, Hóquei em Patins, Basquetebol – é preciso mais dinheiro.

E de onde pode vir mais dinheiro?

Actualmente, 75% das cotas dos associados do Futebol Clube do Porto ficam para o Clube e 25% são para a SAD.
Faria sentido que passasse a ser 100% das cotas para o Clube e 0% para a SAD?
Talvez (eu defenderia esse cenário).

Uma alternativa, que não prejudicaria as receitas atuais da SAD, seria fazer uma grande campanha para angariação de novos sócios do Futebol Clube do Porto e, partindo do princípio que essa campanha teria sucesso, alterar a repartição percentual.
Por exemplo, passar a ser uma repartição 80-20 ou mesmo 85-15, entre o Clube e a SAD.
(nota: 25% de 4 milhões de euros é uma receita igual a 20% de 5 milhões de euros)

José Correia disse...

Uma outra possibilidade de aumentar as verbas para as modalidades, seria o FC Porto fazer algo semelhante ao que o SL Benfica fez há uns 10 anos atrás: criar cotas especiais para as modalidades.

Por exemplo, poderia ser criado o conceito de “Sócio das Modalidades” e/ou “Sócio da Modalidade X”.

Um “Sócio das Modalidades” pagaria uma cota de 3 euros por mês (36 euros por ano).
Um “Sócio da Modalidade X” pagaria uma cota de 1,5 euros por mês (18 euros por ano).

Evidentemente, os sócios atuais do Futebol Clube do Porto, se assim o desejassem, poderiam acumular com “Sócio das Modalidades” ou “Sócio da Modalidade X”.

José Correia disse...

Num cenário em que fossem angariados 30 mil “Sócio das Modalidades”, isso significaria uma receita anual (bruta) de aproximadamente 1 milhão de euros, o que significaria um acréscimo de 360 mil euros (brutos) para cada uma das atuais 3 modalidades de alta competição.

José Rodrigues disse...

Essa da mudança de 75% das quotas para o clube foi "smoke & screens": imediatamente a SAD foi retirar um montante equivalente ao clube por outro lado e pela calada, mencionado de forma obscura no R&C em FSE (escrevi aqui um artigo sobre isso, aliás).

O facto é q o clube fica com muito menos do q o seu fairshare das receitas por decisão da Direção. Esteja a favor ou contra (e estou contra) nao tinha grande problema se isso fosse decidido de forma transparente pelos sócios, mas nao é o caso.

Pedro ramos disse...

Penso que a questão é: porquê que ano após ano as modalidades têm de fazer downsizing, num clube, em que o futebol continua a bater recordes orçamentais?

Mas nao é pelo dinheiro que estamos a ser ultrapassados mas pelo vazio de ideias que tem existido no clube. Nao é por acaso que no futebol somos cada vez mais como os novos ricos no futebol, que para solucionar a falta de competencia pensamos que solucionamos todos os problemas gastando mais dinheiro.

Miguel Lourenço Pereira disse...

"Actualmente, 75% das cotas dos associados do Futebol Clube do Porto ficam para o Clube e 25% são para a SAD.
Faria sentido que passasse a ser 100% das cotas para o Clube e 0% para a SAD?
Talvez (eu defenderia esse cenário)."

Naturalmente que quando o clube usurpou as cotas dos sócios em quase a sua totalidade para a SAD - a saber, para o futebol - deixou as modalidades á sua sorte. Sendo os dirigentes os mesmos em clube e SAD está claro que essa manobra foi feita á consciëncia e portanto a mensagem da presidência é claro: que se lixem as modalidades!

José Correia disse...

José Rodrigues disse: «Essa da mudança de 75% das quotas para o clube foi "smoke & screens": imediatamente a SAD foi retirar um montante equivalente ao clube por outro lado e pela calada, mencionado de forma obscura no R&C em FSE»

Isso foi feito uma vez ou é uma operação feita todos os anos?

Em concreto, em que consiste a esse "a SAD retirar um montante equivalente ao Clube em FSE"?

José Correia disse...

"porquê que ano após ano as modalidades têm de fazer downsizing, num clube, em que o futebol continua a bater recordes orçamentais?"

A resposta é muito simples e tem duas componentes:

1) As modalidades praticamente não têm receitas próprias;

2) A esmagadora maioria das receitas da SAD são receitas que derivam unicamente do Futebol (direitos televisivos dos jogos; prémios UEFA; mais-valias das transferências; patrocinadores e publicidade; lugares anuais e bilhética; etc.)

Luís Vieira disse...

Acresce que a política da SAD não contempla mecanismos de solidariedade para as modalidades. Assiste-se a um darwinismo básico que redunda neste definhamento. O José Rodrigues disse tudo no 1° comentário.

Unknown disse...

basicamente a SAD facturou ao clube um montante semelhante ao que perdeu com as quotas. Ficou tudo na mesma, de forma maquilhada.

José Correia disse...

Luís Vieira disse: "a política da SAD não contempla mecanismos de solidariedade para as modalidades"

E por que razão é que uma SAD do Futebol deveria prever mecanismos de solidariedade para com modalidades como o Andebol, Basquetebol, Hóquei, Bilhar ou Natação?

José Correia disse...

Eu já ficaria satisfeito, se uma percentagem significativa (real!) ou mesmo a totalidade das cotas pagas pelos associados do Futebol Clube do Porto ficassem no Clube e não fossem transferidas para a SAD.

José Correia disse...

"basicamente a SAD facturou ao clube um montante semelhante ao que perdeu com as quotas"

Mas como é que isso foi feito?

Foi inventada uma sub-rubrica nova nos FSE, especificamente para este fim?

Miguel Lourenço Pereira disse...

"E por que razão é que uma SAD do Futebol deveria prever mecanismos de solidariedade para com modalidades como o Andebol, Basquetebol, Hóquei, Bilhar ou Natação?"

Sendo os gestores da SAD os mesmos do Clube, a resposta é óbvia. Ou melhor, seria óbvia, se houvesse um genuino interesse por parte desses gestores nas modalidades. Da mesma forma que pilharam os já escassos fundos das modalidades, naturalmente que não estariam interessados em sustentar as mesmas através das suas contas.

Se a SAD e o Clube tivessem presidentes e dirigentes distintos, a conversa seria outra. Mas todos sabemos que não é.

Unknown disse...

Arranjaram uma desculpa qualquer. Qual agora não me recordo.

jnporto disse...

Interessante discussão.
"Pilhagem" é um termo forte que aqui se lê mas que ilustra o que sentirá um sócio ao perceber que a sua contribuição como associado vai para a SAD e para os seus accionistas e não para o clube. Entendo que a cobrança de quotas de associados da forma como continua a ser praticada no Porto e creio que nos principais clubes portugueses é coisa do passado que deixou de fazer sentido quando os clubes se transformaram em empresas com movimentações milionárias e gestores pagos a peso de ouro. Quanto ao financiamento das modalidades, parece-me que para além da participação de sócios ou de simpatizantes, por exemplo nos moldes em que aqui aventa o Sr José Correia, terá também de passar pela qualificação dos seus gestores e pela qualidade dos projectos para atrair investidores. E, já agora também que o futebol pare de sugar tudo, como aqui muito bem refere o Sr. José Rodrigues...

Anónimo disse...

1. O desinvestimento nestas equipas serve para criar espaço no orçamento para o basquetebol?

1.1 Isso não poderá vir a revelar-se muito contraproducente visto que pode colocar em causa a hegemonia do andebol/hóquei* e também não garante vitórias no basquetebol (tendo em conta a vantagem orçamental e competitiva que tem o rival)?

*Onde, no conjunto, existem mais 6 (!!!) equipas com ambições legítimas.

2. O que mudou em 12 meses para que o que na altura não fazia sentido, subir o basquetebol, hoje já faça?

"O SL Benfica está num processo inverso ao do FC Porto. Cada vez aposta (gasta!) mais nas modalidades"

Diria antes que tanto nesse clube como no SCP trata-se verdadeiramente de uma aposta, pois ambos "perderam" troféus devido à diluição do orçamento por várias equipas/desportos (são dezenas). No SCP isso leva até que só sejam relevantes no futsal.

Portanto, estando andebol/hóquei a perder força, será que faz sentido a continuidade do basquetebol (incluindo a formação)? Das duas uma:

1. Ou o clube tem dinheiro para 3 equipas muito fortes e é incompreensível a direcção ter deixado o basket na Proliga a época passada.

2. Ou o clube, em resultado da estratégia da direcção, só tem recursos para 2 grandes equipas, e o regresso do basquetebol irá ter um efeito adverso no andebol/hóquei que são responsáveis por 31 dos 39 campeonatos conquistados por esta direcção.

Só falta saber, no meio disto tudo, qual é a vontade da maioria dos sócios (que são os donos do clube) e que voto na matéria têm em relação à estratégia para as modalidades.

Cumprimentos.

PS. O Real Madrid, por exemplo, só tem basquetebol.

Luís Vieira disse...

José, no rigor das coisas ou numa perspectiva meramente economicista, por razão absolutamente nenhuma. Mas se considerarmos que o core business do FCP é o futebol, que a maior parte das suas receitas provém do futebol, que existe uma disparidade financeira abrupta entre o futebol e as restantes modalidades, que a SAD do futebol também se deve preocupar com as restantes modalidades porque os adeptos que a sustentam prezam o clube como um todo e não apenas reduzido a uma modalidade, então, nesse caso, os mecanismos de solidariedade já farão algum sentido. Ou isso ou deixar as modalidades entregues à bicharada, passe a expressão, e salve-se quem puder: se não tiverem capacidade para se auto-sustentarem, azarito, desapareçam. E a SAD do futebol, alegremente, continuará "rica"(?), enquanto o clube fica mais pobre.

José Correia disse...

MLPereira disse: "Sendo os gestores da SAD os mesmos do Clube, a resposta é óbvia"

Não concordo.
Nem acho que seja óbvio.

José Correia disse...

Não concordo que receitas que são específicas do Futebol, sejam desviadas para outras modalidades, independentemente dos gestores da SAD serem, ou não, os mesmos do Clube.

José Correia disse...

O que eu acho que é discutível e que deveria ser amplamente discutido com os sócios do Clube, é se alguma parcela das receitas do Clube deve ser canalizada para a SAD que gere os destinos do Futebol.

José Correia disse...

"...os clubes se transformaram em empresas..."

Não!
O Futebol Clube do Porto não se transformou numa empresa.

O Clube continua a existir, a possuir diversas modalidades, um museu e 53% do Estádio do Dragão.

Além disso, o Clube criou uma SAD para gerir o Futebol e, nesta altura, o Clube é o accionista maioritário dessa SAD.

José Correia disse...

"Quanto ao financiamento das modalidades, parece-me que para além da participação de sócios ou de simpatizantes, por exemplo nos moldes em que aqui aventa o Sr José Correia..."

Falta saber quantos adeptos portistas, sócios ou não do FC Porto, estariam dispostos a aderir e a serem "Sócio FCP Modalidades" ou, por exemplo, "Sócio FCP Hóquei".

O jnporto estaria na disposição de aderir a uma destas categorias de sócio, nos moldes que eu referi num comentário anterior?

José Correia disse...

"...o clube, em resultado da estratégia da direcção, só tem recursos para 2 grandes equipas, e o regresso do basquetebol irá ter um efeito adverso no andebol/hóquei..."

Mesmo sem ter uma equipa de basquetebol na Liga, o FC Porto já está, há alguns anos, num processo de desinvestimento / contenção / corte de custos no Andebol e no Hóquei em Patins.

Por que razão pensa que saíram Tiago Rocha e Wilson Davyes e, para colmatar as suas saídas, o FC Porto foi buscar jogadores a Cuba?

Por que razão pensa que saiu Pedro Gil, na altura considerado um dos melhores hoquistas do Mundo?

José Correia disse...

"Só falta saber, no meio disto tudo, qual é a vontade da maioria dos sócios"

Ora bem, esta é a grande questão?

O santosanonymus colocou várias questões pertinentes, mas qual é a sua opinião?

Por exemplo, o santosanonymus estaria na disposição de aderir à categoria "Sócio FCP Modalidades" ou, por exemplo, "Sócio FCP Andebol", nos moldes que eu referi num comentário anterior?

jnporto disse...

Não posso garantir, Sr José Correia mas estaria certamente disposto a aplicar os estéreis 120 €uros que pago ano numa coisa semelhante. Quanto ao facto do Porto não se ter transformado numa empresa, tem razão. Formalmente o FC Porto ainda é um clube, mas na prática parece-me que é isso que acontece. Pouco sei do que se passa por dentro do nosso clube mas hoje em dia vejo que há pouco clube e muito, muito dinheiro. Mas isso não é só no Porto. São os tempos. Cumprimentos

José Correia disse...

Luís Vieira disse: "...a SAD do futebol também se deve preocupar com as restantes modalidades porque os adeptos que a sustentam prezam o clube como um todo..."

Calma aí.
Vamos admitir que o FC Porto tinha 20 modalidades (e até poderia ter mais).

Se o Clube quisesse/"necessitasse" gastar 500 mil euros/ano em média em cada uma delas, a SAD teria de financiar o Clube em 10 milhões de euros por ano?

E se em vez de 500 mil euros/ano (em média) fossem "necessários" 1 milhão de euros/ano (em média)?

Não, o caminho não é este.

O que eu acho que é discutível e que deveria ser amplamente discutido com os sócios do Clube, é se alguma parcela das receitas do Clube deve ser canalizada para a SAD que gere os destinos do Futebol.

José Correia disse...

O caminho que me parece mais adequado é o Clube procurar aumentar as suas receitas (receitas de cotas de associados, merchadising não especifico do futebol) e criar receitas específicas das modalidades (ex: Sócio FCP Modalidades, patrocinadores, "padrinhos" das modalidades, etc.)

Faço-lhe a mesma pergunta que já fiz a outros leitores/comentadores do RP:

O Luís Vieira estaria na disposição de aderir à categoria "Sócio FCP Modalidades" ou, por exemplo, "Sócio FCP Basquetebol", nos moldes que eu referi num comentário anterior?

José Rodrigues disse...

É só o procurar o meu artigo sobre isso (usando a etiqueta "R&C") e ficam esclarecidos. Isso, ou ler a parte do R&C sobre FSE.

José Rodrigues disse...

Bem, antes de mais nao se trata necessariamente de uma questão do futebol subsidiar as modalidades: uma boa parte das receitas da SAD são receitas do FCP num sentido lato, e nao se pode dizer se pertencem a uma ou outra modalidade.

Eu quando compro um casaco FCP por 75€ comprei-o por ser adepto do FCP, nao por ser adepto do futebol do FCP. No entanto todas as receitas e lucro de merchandising vão para a Futebol SAD.

Para alem disso, o clube cobra o q bem lhe apetecer à SAD pela utilização do estádio (nao só para os jogos como para eventos e os escritórios e outras áreas comerciais). Nao estou a ver a SAD a mudar-se de armas e bagagem para, sei lá, o Bessa. No entanto hoje o clube (leia-se modalidades) nao vêm um único tusto desse lado: o q a SAD contribui é estritamente o necessário para pagar o empréstimo do estádio. Se os dirigentes do clube assim o quisessem, cobravam mais.

E se cobrassem uns 3M/ano q fosse isso nao ia fazer mossa na competividade do futebol mas ia ajudar dramaticamente a competividade das principais modalidades.

Tudo isto é portanto uma questão de vontade dos dirigentes - e manifestamente a vontade deles é canalizar o mais possível para o futebol. Se isso tem alguma coisa a ver com ser a SAD a pagar-lhe os chorudos ordenados, nao sei.

Anónimo disse...

Já existe algo próximo da "quota modalidades", é o Dragão Caixa Seat, que custa 92€. Para mim a questão vai muito além disso, pois que vontade terá um sócio de fazer esse esforço quando, segundo o que aqui é escrito, a direcção utilizou uma engenharia financeira para anular a transferência de 50% das quotas para o clube?

Se uma nova quota modalidades gerasse 0.2M€ de receitas, o que impediria a direcção de, novamente sem dizer nada aos sócios, aumentar na mesma proporção as contribuições do clube para a SAD?

Quanto à minha opinião, ela é muito objectiva e simples de compreender:

1. As quotas devem ficar no clube, sem engenharias financeiras, porque essa é a "verdadeira" quota modalidades. Os adeptos/sócios devem ter a certeza absoluta que 1€ de quotas = 1€ no CLUBE.

A SAD não tem sócios, tem accionistas.

1.1 Convocar uma AG para discutir as modalidades e esclarecer as dúvidas dos sócios sobre, por exemplo, o valor líquido que transita da SAD para o clube (é positivo ou negativo? quem financia quem?). Daqui a 5, 10, 15 anos é suposto as modalidades estarem a que nível, alguém sabe? Ou vão-se criar e extinguir equipas ao sabor do vento?

A partir daqui, e com os sócios esclarecidos sobre o valor base disponível para as modalidades, ficava a cargo do clube (e SAD através dos dragon seat) angariar novos sócios criando assim um ciclo virtuoso:

+sócios +quotas +receitas no clube +dinheiro para investir nas modalidades +melhores resultados etc. etc. Assim as modalidades serão tão fortes quando a massa associativa.

Concluindo, antes de tudo o resto é preciso os sócios estarem informados sobre o que se passa no clube e participarem na definição da estratégia base de longo prazo, caso contrário tudo não passa de uma conversa de surdos.

José Correia disse...

"uma boa parte das receitas da SAD são receitas do FCP num sentido lato"

Não é verdade.

Como é fácil de comprovar (se for preciso vamos a números concretos dos relatórios e contas), mais de 90% das receitas da SAD são de rubricas estritamente ligadas ao Futebol, nomeadamente:
- transferências de jogadores;
- prémios UEFA;
- direitos televisivos;
- lugares anuais + bilhetes;
- publicidade;
- patrocinadores (camisolas, equipamentos, etc.)

José Correia disse...

"Eu quando compro um casaco FCP por 75€ comprei-o por ser adepto do FCP, nao por ser adepto do futebol do FCP. No entanto todas as receitas e lucro de merchandising vão para a Futebol SAD."

Inteiramente de acordo que deveria haver uma distinção entre o merchandising estritamente do Futebol e o merchandising do FCP num sentido lato, com uma divisão justa dos lucros entre o Clube e a SAD.

Mas qual é o lucro anual do merchandising?
Chega a 1 milhão de euros?

Anónimo disse...

Salários dos órgãos sociais dos três grandes em 2013/2014:

2.297M€
0.529M€
0.221M€

Têm mais de obesos que de chorudos.

José Correia disse...

"o clube cobra o q bem lhe apetecer à SAD pela utilização do estádio (nao só para os jogos como para eventos e os escritórios e outras áreas comerciais)"

Sim, poderia fazer-se uma análise de mercado e, por exemplo, haver ajustes no valor que a SAD paga ao Clube anualmente, pelos escritórios e áreas comerciais que ocupa e/ou comercializa (através de empresas do Grupo).

Contudo, convém lembrar o seguinte: o Estádio do Dragão foi construído com receitas provenientes, em grande parte, do PPA.
Ora, como é sabido, o FC Porto entrou para o PPA com terrenos e infraestruturas que detinha, os quais, na sua maior parte, estavam ligados ao Futebol (1 estádio e 4 campos de treinos).

José Correia disse...

"Tudo isto é portanto uma questão de vontade dos dirigentes"

E também dos sócios e adeptos portistas.

Por exemplo, vamos admitir que tu gostas das modalidades, ou de uma modalidade em especial.

Estarias disposto a pagar uma cota mensal de 1 euro (12 euros por ano) para ser sócio dessa modalidade?

José Rodrigues disse...

Para quê? Para depois a SAD arranjar outra vez forma encapotada de cobrar um valor equivalente ao clube, como já foi aqui dito?

Isto tem q ser visto na sua globalidade, olhando para a floresta e nao para as árvores.

José Rodrigues disse...

E já agora, porque nao fazer ao contrario, se é para complicar?

Porque é q as quotas nao ficam na totalidade no clube e se cria "sócio do futebol" aparte, seguindo a tua lógica?

Seria interessante ver quantos deixavam de ser sócios do clube...

José Rodrigues disse...

"Nao é verdade [q uma boa parte das receitas da SAD sejam do FCP em geral".

Nao "é verdade"?

Receitas de eventos, receitas de merchandising, receitas de quotas, receitas dos ecrãs do estádio (fora dos jogos) e mais umas quantas são no agregado muitos milhões de euros. Bem mais de 10.

No teu livro nao sei, mas no meu "mais de 10M" já é uma "boa parte".

José Correia disse...

santosanonymus disse: "Salários dos órgãos sociais dos três grandes em 2013/2014..."

- Os salários da Administração da SAD são uma despesa da SAD.
- Os valores gastos em passes de jogadores são uma despesa da SAD.
- Os valores pagos em comissões são uma despesa da SAD.
- Os encargos financeiros são uma despesa da SAD.
- etc.

Ir por este caminho é como dizer "a SAD gasta dinheiro mal gasto e por isso pode/deve dá-lo ao Clube".

No âmbito da discussão que estamos a ter, este tipo de argumentos não fazem qualquer sentido e não levam a qualquer proposta ou sugestão construtiva.

José Rodrigues disse...

...mas volto ao ponto fundamental: o clube podia cobrar à SAD o q bem entendesse pelo uso do estádio.

Nao há conceito de "valor justo" nessa questao (com a excepção de escritórios e espaços comerciais) porque temos um monopólio e a SAD certamente nao vai levar os jogos para o estádio do Bessa ou do Mar.

Ou melhor, o valor justo é aquilo q o clube e os sócios bem entenderem. Mas eles já andam a preparar caminho para q quando o estádio estiver pago (2018) a SAD passe a pagar apenas um valor simbólico ao clube.

José Correia disse...

"Receitas de eventos, receitas de merchandising, receitas de quotas, receitas dos ecrãs do estádio (fora dos jogos)..."

Como é óbvio, o que interessa para esta discussão não são as "receitas de eventos" ou "receitas de merchandising", mas sim os lucros dos eventos realizados e os lucros do merchandising.
E eu sei que tu sabes que os lucros dos eventos realizados + os lucros do merchandising, são baixos e não chegam a 2M por ano.

Quanto às receitas liquidas das cotas dos associados (que rondam os 4M por ano), já disse o que pensava em comentários anteriores.

José Rodrigues disse...

Zé, volto a perguntar-te:

Tu gostas muito da modalidade chamada futebol, certo?

Estarias disposto a pagar uma quota especial para "sócio de futebol" para alem da quota q pagas para sócio do clube?

Essa pergunta faz até mais sentido do q ao contrario, já q as quotas de sócio são para o clube em geral, e é no clube q estão as modalidades amadoras (mas nao o futebol).

José Rodrigues disse...

Nao fui eu q disse q nao era verdade q uma boa parte das RECEITAS da SAD eram "universais".

José Correia disse...

José Rodrigues disse: "Para depois a SAD arranjar outra vez forma encapotada de cobrar um valor equivalente ao clube, como já foi aqui dito?"

Sendo garantido que o valor pago nas cotas "Sócio FCP Modalidades" ou "Sócio FCP modalidade X" iria na totalidade para essa(s) modalidades, estarias disposto a aderir a uma iniciativa destas?

José Correia disse...

«Estarias disposto a pagar uma quota especial para "sócio de futebol" para alem da quota q pagas para sócio do clube?»

No meu caso, este cenário e esta pergunta não fazem qualquer sentido, porque eu já disse (mais do que uma vez) que, na minha opinião, as cotas pagas pelos associados do Futebol Clube do Porto deveriam ser uma receita 100% do Clube.

A SAD não tem sócios, tem accionistas e, por isso, não deveria receber uma parte (25%, 50% ou 75%) das cotas dos associados do Clube.

José Rodrigues disse...

Fosca-se, mas eu falo chinês?

Eles bem podiam encaminhar essas receitas na totalidade para essas modalidades, q nada impedia q fossem depois tirar dinheiro ao clube numa rubrica obscura de FSE.

Mas se querem inventar quotas especiais acho muito mais limpo a opção q avancei: criem a quota especial "FCP Futebol" e a partir daí nao haveria a mínima duvida de q as quotas gerais q continuavam a ser pagas pertenciam (na pratica e moralmente) a 100% ao clube.

Mas como disse, isso é continuar a olhar para uma árvore com pouca diferença pratica: a questão fundamental é o balanço global de transferências entre as duas entidades, e quanto é q queremos q o clube cobre ao futebol pelo uso do estádio.

Anónimo disse...

Como já foi dito devemos olhar para a situação de forma global.

25% das quotas: 1M€.

Uma revisão das remunerações permitia reduzir a transferência de quotas para, por exemplo, 12.5%, sem 1€ de prejuízo para a SAD. É que nestas questões além de "ser", também fica bem "parecer".

José Rodrigues disse...

"A SAD nao tem sócios, tem acionistas"

Olha, o andebol do FCP nao tem NEM sócios nem acionistas, logo pela mesma lógica nao faz sentido falar em quotas de "sócio andebol".

José Correia disse...

José Rodrigues disse: «Nao fui eu q disse q nao era verdade q uma boa parte das RECEITAS da SAD eram "universais".»

Como sabes, as "receitas de eventos" e as "receitas de merchandising" não estão na SAD, mas sim em participadas da SAD (Porto Estádio e Porto Comercial).

Ou seja, o que chega à SAD são os lucros ou os prejuízos dessas actividades.

José Correia disse...

Quanto ao "boa parte" das receitas, depende do que cada um considera "uma boa parte".

Eu estou convicto que a percentagem de receitas estritamente ligadas ao Futebol corresponde a 90 a 95% das receitas totais da SAD, mas podemos fazer um exercício e tirar isto a limpo.

Pegamos no Orçamento 2014/2015 da SAD e verificamos qual é a percentagem de receitas estritamente ligadas ao Futebol e a percentagem das receitas "universais".

José Correia disse...

José Rodrigues disse: «Mas se querem inventar quotas especiais acho muito mais limpo a opção q avancei: criem a quota especial "FCP Futebol" e a partir daí nao haveria a mínima duvida de q as quotas gerais q continuavam a ser pagas pertenciam (na pratica e moralmente) a 100% ao clube.»

Sendo garantido, como eu defendo e já repeti em N comentários, que 100% das cotas dos associados do Futebol Clube do Porto ficavam (deveriam ficar) no Clube, criar uma quota especial "FCP Futebol" não faria qualquer sentido e muito menos iria contribuir para aumentar as verbas destinadas às modalidades.

José Correia disse...

José Rodrigues disse: "É só o procurar o meu artigo..."

Fui procurar e encontrei.
É este...
http://www.reflexaoportista.pt/2013/12/as-receitas-da-sad.html
... referente às contas 2012/2013.

«...a Direção da SAD decidiu tirar mais ao clube com a mão esquerda do que os sócios tinham decidido dar com a mão direita – nomeadamente, ao passar a atribuir à SAD na totalidade as receitas relacionadas com suportes publicitários para as modalidades, num montante de cerca de 3M€ em 12/13, ficando o clube ainda pior do que antes (gostava de saber com que raio de lógica – a única comunicação que houve sobre isto foi uma curta nota de passagem na página 97 do R&C da SAD)...»


Independentemente de tentar perceber melhor o que é isto de "suportes publicitários para as modalidades", estamos a falar de algo que surgiu repetido nos relatórios seguintes?

Luís Vieira disse...

José, não entro em números, por hipotéticos e por não conhecer as necessidades efectivas de cada modalidade, mas não me parece nada escandaloso que a SAD do futebol, que será sempre mais capaz de arranjar um volume infinitamente superior de receitas quando comparado com o das modalidades, possa destinar uma percentagem, por ínfima que seja, às mesmas, socorrendo-se do tal mecanismo de solidariedade. Não defendo um financiamento astronómico às modalidades, mas um complemento, uma pequena ajuda, já seria bem bom e, porventura, evitaria o desaparecimento das equipas. Neste particular, tenho uma posição radicalmente diferente da Direcção, que entende que o clube só pode participar nas competições se tiver, à partida, uma equipa teoricamente vencedora. Contrariamente, entendo que se houver condições mínimas de participação com uma equipa competitiva se deve avançar. É possível fazer mais com menos, desde que haja organização, qualidade, competência. Voltamos à velha história: o dinheiro não é tudo e o Porto europeu é a prova disso mesmo. Neste caso, censuro o Presidente porque tem este discurso para a extinção do Basket e para a não criação, por exemplo, de uma equipa de futsal. De resto, o mecanismo de solidariedade poderia ser somado às suas propostas, das quais partilho, sendo que a sua pergunta é de resposta fácil: não me importaria nada, principalmente nas modalidades que mais gosto - Basket (o exemplo foi acertado) e Futsal (na eventualidade de ser criada, anseio por esse dia).

José Correia disse...

santosanonymus disse: «Já existe algo próximo da "quota modalidades", é o Dragão Caixa Seat, que custa 92€»

O que eu sugiro é algo muito diferente do Dragão Caixa Seat, quer no conceito, quer no preço.

O que eu sugiro está muito mais próximo de um donativo, num valor simbólico (1 euro por mês ~ 1 café por mês), do que um lugar anual, que só interessa a quem vai ver muitos jogos ao Dragão Caixa.

Anónimo disse...

Mas se defende que 100% das quotas devem ficar no clube, e isso representa 1M€ extra, que sentido faz criar essa quota?

Primeiro as quotas ficam no clube, e depois, se isso não for suficiente para estabilizar o clube, alteram-se as transacções clube/SAD.

Sejamos objectivos: o clube neste momento tem 2 equipas. É necessário uma quota extra (ou seja, pedir MAIS dos sócios) para sustentar uma equipa de basquetebol de 4ª ou 5ª linha europeia num clube que esta época esteve no top 8 do futebol e paga mais de 2M€ à sua direcção?

Para mim não tem qualquer lógica.

José Correia disse...

"receitas relacionadas com suportes publicitários para as modalidades, num montante de cerca de 3M€"

Há qualquer coisa aqui que não bate certo.

Desde quando é que as modalidades, no seu conjunto, conseguem angariar 3M/ano em suportes publicitários?
É que nem 1M/ano!

Já agora, não vi qualquer referência a isto no R&C da SAD do exercício 2013/2014

ver em:
http://web3.cmvm.pt/sdi2004/emitentes/docs/PC52514.pdf

meirelesportuense disse...

O que eu penso sobre o nosso hóquei, é que o Tó-Neves Treinador, não chega aos calcanhares do Tó-Neves Jogador. Ou então a sua estreita ligação a muitos dos seus jogadores foi prejudicial à sua acção como treinador. A verdade é que falhou muito mais no Dragão-Caixa em jogos cruciais, que nos jogos fora. Mas prefiro ter uma equipa como a do Basquete, que equipas altamente profissionalizadas como são as do Andebol ou do Hóquei em Patins. No Andebol está a acontecer o mesmo que no Hóquei, os jogadores olham para outros horizontes com olhos gulosos e lá se vai a coesão do grupo. E a desilusão acontece muito frequentemente, porque se pede sempre mais e mais, a quem já deu tudo o que tinha a dar. Há que começar do ponto zero.
Sem grandes expectativas criar uma equipa fortemente identificada com o Clube e ver onde se pode chegar, sem fazer face a despesas extraordinárias e cumulativamente muito elevadas.