terça-feira, 24 de março de 2009

A sustentável leveza da credibilidade


O FCP é um clube centenário. Apesar dos êxitos do clube, a nossa história e cultura vão para além dos tempos de sucesso. Nem só de vitórias se constrói um clube. Na dor também e na solidariedade que cimentou a unidade que nos deu força para acreditar no futuro.

Clube menor, ou regional, que tremia mal passasse a ponte. Éramos “parolos”, ingénuos e incompetentes relativamente aos rivais directos. Ganhavam no campo. Dominavam no futebol de forma feudal.

A nossa história é, pois, uma história de resistência. É uma cultura de luta. É um clube feito a pulso. Mas, não foi o silêncio a nota mais marcante. Foi o grito de revolta, que teve a sua máxima expressão com a tomada do poder pelo duo José Maria Pedroto e Jorge Nuno Pinto da Costa. E falaram, e denunciaram, e provocaram, e apontaram, e arriscaram, e aproveitaram, e negociaram, e intimidaram, e confraternizaram, e uniram, e fizeram inimigos, e ganharam. Passámos a ser temidos.

Trabalho, acção e energia. A resposta era pronta e sibilina. Não mudos e quedos. O silêncio é uma estratégia para atenuar as provocações e as tensões. Mas a luta, uma boa luta, não deve ser esgrimida no silêncio, mas menos ainda tendo como ruído de fundo, a gritaria a propósito da arbitragem.


Os tempos são outros – muita água passou debaixo da ponte – e nada mais é como dantes, a não ser a vontade de ganhar e de ter uma equipa altamente competitiva. A estratégia é de contenção. Por isso, continuo a pensar que o FCP não deve falar da arbitragem de modo avulso.

A Comunicação Social (CS) tem uma grande influência sobre a arbitragem, condiciona-a de forma objectiva e subjectiva, o que quer dizer que aproveita todos os acontecimentos directos e indirectos para fragilizar o FCP e avalizar todos os erros cometidos contra a nossa equipa.

Não vale a pena chover no molhado porque a CS - nomeadamente as TV's - formatam a verdade, segundo o seu critério jornalístico que sabemos não prima pela independência. E, por isso, cuidaram de manter programas em que misturam formadores de opinião das diversas cores clubísticas dominantes, para atenuar a conotação e "vender" um pouco mais. Os jornais seguiram modelo idêntico, e O JOGO levou esse modelo ao extremo, fazendo o acompanhamento dos três grandes por jornalistas totalmente identificados com esses clubes e da sua pena não sai a mais leve crítica para os da cor que, de facto, representam.

Considero que valerá a pena falar do sistema na arbitragem: da organização, do recrutamento, da formação, da profissionalização ou da padronização (que reconheço ser complicado) de certas decisões arbitrais face às leis do jogo. O FCP não se deve alhear do tema, mas deve interferir, preferencialmente, em sede própria. Seja sobre a arbitragem ou as arbitragens.

O FCP tem (seguramente) canais abertos para se fazer ouvir junto das instâncias do futebol, prioritariamente, ou através da Comunicação Social, mas nunca como rotina.

O que mais chateou no Cosme foi mesmo o amarelo ao Lisandro. É inacreditável que num campeonato que tem jogadores que batem em tudo o que mexe, principalmente nos sectores defensivos, no FCP os avançados já todos foram castigados com 5 amarelos, qualquer deles alvos, com a frequência, de defesas impiedosos que têm passeado incólumes essa dureza e violência (utilizada raramente de forma ocasional) durante muitos jogos, alguns deles no Dragão. O caso do Hulk é paradigmático: leva forte e feio, e quando usa o físico é punido com castigo e com amarelos.


Por outro lado, a arbitragem não nos deve desviar das culpas que nos cabem nos maus resultados, nas más exibições e na ineficácia. As arbitragens com o AMadrid, cá e lá, foram bastante mazinhas. Tão más, como habitualmente são cá.

JF tem falado pouco e bem sobre a arbitragem. O jogo com a Naval não foi excepção. Poderá ter passado despercebido, mas falou na arbitragem do Cosme e em eventuais decisões do árbitro com influência no resultado. Confio no JF: tem desempenhado muito bem esse papel que tem chamado a si. Com peso e medida. E quando assim é, as denúncias têm a sustentável leveza de credibilidade.

8 comentários:

Manuel Guedes disse...

Mário subscrevo completamente a sua opinião. O Jesualdo tem-se queixado das arbitragens quase sempre quando deve e não sempre que o Porto é prejudicado, senão teria de o fazer após a maioria dos jogos. Mas também só o tem feito porque a diferença de rendimento da nossa equipa para os adversários tem compensado os "erros" dos árbitros. :)

prata disse...

O basculacao.blogspot.com está a promover uma petição com vista à renovação do contrato de Lisandro Lopez. Para participar é só aceder ao endereço:

http://www.peticao.com.pt/lisandro-lopez

Pedro disse...

Concordo. A postura a seguir é muito aquela que o Adriansse no sdeixou. Uma postura virada para o jogo em si, a análise ao comportamento da equipa. Acho também que a SAD do FCP faz bem em falar menos das arbitragens, começamos a ganhar simpatias e empatias.
Ps: Jesualdo tem a postura séria que o clube exige. Espero que continue no clube...

Nelson Carvalho disse...

Tenho uma opinião muito proxima do Mário. Sem esquecer a filosofia que tornou o FCP um Clube temido e alvo preferêncial da mediocridade reinante neste País, só deveremos intervir publicamente sobre questões da arbitragem em momentos pontuais e cirurgicos.

Veja-se o caso das equipas da 2ª circular, onde no Sporting a figura do Calimero encaixa na perfeição dada birra que recriam de cada vez que um arbitro lhes prejudica. Ou então no SLB, onde se recriam as sessões do "papagaio" perpretadas por João Malheiro, agora na voz de João Gabriel.

Pese embora a cobertura que a comunicação social lisboeta se presta a esses clubes, ninguem os leva verdadeiramente a sério dada a frequência e estilo a que se dirigem à arbitragem.

Jesualdo Ferreira, nesse capitulo, tem sido sem qualquer duvida exemplar.

pc disse...

muito bem visto e escrito...
Agora é precisso que os "não sei quantos anos de Luciliosismo da Luz Batista sejam URGENTEMENTE investigados!
Essa vergonha do futebol Português está ligado às 3 recentes vitórias das papoilas : Taça de Portugal com o FCP no Jamor , consultem os arquivos com a palavra chave FARSA dita pelo José Mourinho aacerca do trabalho dessa Gloriosa Vergonha do Futebol Português depois fez um percurso de Roubaleiras sucessivas na época da VERGONHA do jogo no Algarve... CSI Luzcílio pf! JÁ e POLÍCIA em acção!
PS. Este corrupto enviou o meu Beira Mar para a 2ª divisão ao marcar 5 min depois da hora um penalty em q o simulão se atirou com a perna para cima de um jogador do BM numa vã tentativa de não deixar as Papoilas saltitantes fora da corrida para o título desse ano.

Unknown disse...

http://www.maisfutebol.iol.pt/noticia.php?id=1052066&div_id=1456

"Lucílio Baptista, árbitro da final da Taça da Liga, também estava convidado para a conferência, subordinada ao tema «A psicologia no contexto da arbitragem de futebol», mas foi substituído por Bruno Paixão."


Lucílio Batista substituido por Bruno Paixão numa conferência relacionada com a psicologia no contexto da arbitragem; é sintomático do estado calamitoso da nossa arbitragem!!!

pc disse...

http://fcportogualtar.blogspot.com/2007/04/penlti-fantasma.html

ver aqui Luzcilio CSI
+ comentsManrib disse...

sempre o mesmo filho da p*** este Lucilio só faltou pegar na bola e mete-la na baliza dos desgraçados do Beira Mar.Um escandalo à antiga portuguesa nem o calabote faria melhor.No entanto já estamos a 3 pontos das codornizes e agora ninguém nos para.

Mefistófeles disse...

"Lucílio Baptista, árbitro da final da Taça da Liga, também estava convidado para a conferência, subordinada ao tema «A psicologia no contexto da arbitragem de futebol», mas foi substituído por Bruno Paixão."

LOL. É de ir às lágrimas !!