terça-feira, 22 de junho de 2010

44 Anos Depois!



Não direi que parece que foi ontem, de facto não parece, pois tenho bem a noção do tempo que passou - e que não volta mais, diriam os nostálgicos! Mas ainda tenho uma ideia razoável dos dois mais memoráveis jogos da selecção portuguesa no seu Mundial de estreia, o de 1966, que os mais velhos ainda recordam com entusiasmo. Foram precisamente os jogos contra a Coreia do Norte, nos quartos-de-final, pela sensacional reviravolta (de 0-3 aos 23 minutos para 5-3), e contra o Brasil, o bi-campeão na altura (3-1), na fase inicial. Ambos os desafios se disputaram em Goodison Park e dos 9 golos que Eusébio marcou na competição (da qual foi o melhor marcador), 6 foram obtidos no conjunto daqueles dois jogos (os feitos do Eusébio em Goodison Park foram celebrados este ano pelo Everton, que homenageou a Pantera Negra antes do jogo contra o Benfica para a Liga Europa).



É pena que a Coreia do Norte só apareça no Mundial de 44 em 44 anos: é que pode ser que a coincidência de Portugal de novo ter conseguido um resultado histórico e de ir também novamente defrontar o Brasil, dê origem a outra coincidência: nova vitória lusa sobre o "escrete". Eu sei que os brasileiros acham que para todos os outros a bola é quadrada, e por isso Portugal tem aqui nova oportunidade de demonstrar o contrário. Mesmo que os Eusébios de agora se chamem Liedson ou Hugo Almeida. Como diria o antigo seleccionador nacional Fernando Cabrita, numa frase que ele declarou ser apócrifa: "Vamos a eles como Tarzões!"

P.S. Não é só para os portugueses (e para os norte-coreanos, apesar de tudo) que o Mundial de 1966 é uma bela recordação, claro. Os anfitriões dessa prova também a recordam com saudade, aumentada pelas exibições pouco brilhantes da sua equipa na África do Sul, até agora. Deixo aqui também a primeira página de um jornal inglês da época festejando o título mundial, feito que não me parece que possa também beneficiar da coincidência da presença da selecção do país mais secreto do mundo nas duas provas.

6 comentários:

dragaovenenoso disse...

Também não é demais lembrar o que os ingleses obrigaram à nossa selecção: deslocar-se até Londres quando as regras ditavam claramente que a equipa que tivesse mais pontos não teria de se deslocar. E assim foram de véspera e de combóio para Londres.
Serve para justificar a derrota com os anfitriões? Não sei, mas que chateia ver que há filhos e enteados, isso chateia. Esta não é a primeira vez que os ingleses nos lixam. E na final ouve um célebre remate à trave dos alemães e que entra. Mas na altura os árbitros acharam que não e deixaram os ingleses ganhar. Já havia tv, por isso podemos confirmar. É assim que uns ganham e outros perdem.

Hoje deu-me um gozo especial ver a França a apanhar na bolha.

Penta disse...

@ Alexandre Burmester

como um puto imberbe que pertence à geração de '75, só lhe posso agradecer a publicação de 'posts' como este.

MUITO OBRIGADO! e bem haja!

saudações PENTACAMPEÃS!

meirelesportuense disse...

Assisti a parte do Argentina/Grécia e a partir da entrada de um miúdo chamado Javier Pastore, o jogo mudou radicalmente...De um jogo de trocas sem ritmo, passou-se a um jogo completamente organizado e coerente.
Continuo a não perceber porque não se foi mais longe para o contratar e colmatar a saída do Lucho, era mais que óbvio que teria sido muito acertado...

Anónimo disse...

@ dragaovenenoso

Quem trocou o local de realização das duas meias-finais do Campeonato do Mundo de 1966 foi a FIFA e não os ingleses. E a razão é simples: em Goodison Park, onde estva previsto realizar-se o Inglaterra-Portugal, cabiam á época 60.000 espectadores, enquanto que em Wembley cabiam 100.000. Como era muito duvidoso que 100.000 pessoas fossem assistir à meia-final Alemanha Ocidental - U.R.S.S., a FIFA decidiu realizar esse jogo em Goodison Park, tendo a outra meia-final passado para Wembley.É esta a realidade, e o resto não passa, das habituais lamúrias portuguesas.

@ penta 1975

Pode crer que a mim me dá imenso gosto fazer estas incursões pelo passado. Obrigado pela sua simpatia e atenção.

Paulo Marques disse...

Portanto, Alexandre, vale sempre mudar as regras quando se quer. É como inventar um playoff onde antes não existia, ou as mudanças na taça da liga.
As regras são para alterar quando nos apetecer, e deiam graças por vos deixarmos jogar.

Anónimo disse...

Nightwish: onde é que eu disse que concordo com o que se passou? Apenas rectifiquei a versão sempre em voga em Portugal, país fértil em teorias conspirativas.