sexta-feira, 31 de maio de 2013

O declínio do Dragão


O nível de assistências no Estádio do Dragão tem sofrido uma queda preocupante nas últimas épocas. A que agora findou (2012/13) representou mesmo a pior época em termos de assistências dos últimos 8 anos. Pela primeira vez neste período (e suspeito que desde a inauguração do Estádio) a ocupação média do Dragão ficou abaixo dos 60%.


Podemos, de certa forma, justificar esta evolução negativa com o ambiente de crise generalizada que se vive em Portugal e que se agudizou principalmente a partir de 2011 mas, em minha opinião, isso não explicará totalmente o que se está a passar. O SLB, por exemplo, viu subir o número médio de espectadores no seu estádio na penúltima temporada e conseguiu manter um registo semelhante em 2012/13, o que significa que os efeitos da crise foram suplantados pela performance e exibições da equipa (excepto nas últimas jornadas!). O crescimento das expectativas dos adeptos fê-los comparecer e apoiar a equipa mais vezes.


Se atentarmos ao comportamento do Dragão neste capítulo, nos últimos 8 anos vemos que as três primeiras épocas em que Jesualdo Ferreira foi o treinador (as épocas do TETRA) representam os anos com maiores assistências e, simultaneamente, aqueles em que a SAD apresentou maiores proveitos com esta rubrica. Na última época de Jesualdo no FC Porto, em 2009/10, a ocupação do Estádio caiu 14% e isso poderá estar relacionado com a época menos conseguida tanto em termos de exibições como de resultados desportivos. 

Com a entrada de André Villas-Boas e com a mudança operada na qualidade do futebol praticado pela equipa as assistências cresceram, em média, 10% fixando-se em torno das 37.000 presenças por jogo. Foi uma época excepcional a todos os níveis e do aumento das assistências demos conta aqui no RP. Depois, na primeira época de Vítor Pereira, o nível médio de assistências sofreu uma ligeira quebra (5%) mas foi na época que agora finda que as assistências mais diminuíram - em termos médios 14% - para uma percentagem de ocupação inferior a 60%. Refira-se que o SLB manteve uma ocupação de 65% nas duas últimas épocas. [Sendo detentor de um Dragon Seat tenho que confessar que quase adormeci em alguns jogos desta época no Dragão].


A relação entre os treinadores, o futebol praticado e as expectativas geradas na massa associativa parecem-me ser os factores determinantes para se conseguir uma boa casa no decorrer de cada temporada desportiva. E disso dependerá, também, o nível de proveitos com Bilheteira, naturalmente. As receitas com esta rubrica ainda não são conhecidas para 2012/13 mas a queda na percentagem de ocupação do Estádio, por um lado, e a subida na taxa de IVA sobre os espectáculos desportivos por outro, deverão fazer com que a SAD volte a apresentar uma queda nos proveitos obtidos nesta rubrica (de notar que parte significativa da subida do imposto foi suportada pelo próprio FC Porto).


Nota: os dados apresentados foram obtidos na edição de 24 de Maio de 2013 do jornal OJOGO, num artigo de Paulo Anunciação. As percentagens de ocupação foram obtidas por comparação com a lotação máxima dos respectivos estádios.

64 comentários:

José Rodrigues disse...

Bem, antes de mais há a crise que aperta com muitas bolsas – mas como o Nuno diz, isso está longe de explicar tudo.

Além disso a procura é elástica e depende dos preços praticados, o que faz com que se deva ter algum cuidado quando se comparam taxas de ocupação em diferentes estadios (praticando os clubes preços diferentes) – e faz também com que em teoria basta baixar um pouco os preços para manter as mesmas assistências (ceteris paribus).

Mas acima de tudo e como o Nuno diz, há uma enorme correlação entre a performance da equipa & a qualidade do espectáculo, e as assistências. É um facto.

O que me leva a um ponto importante: porque é que é assim no FCP, mas já não é assim em outros clubes (o SCP por ex fez a pior época de sempre mas conseguiu ter quase as mesmas assistências que nós) e principalmente em outros países (começando por uma Inglaterra ou Alemanha, mas também podia dar o exemplo), onde a elasticidade da procura é muitíssimo mais baixa em função da performance & qualidade?

Penso que assim é porque um número de factores levam a que a grande maioria de quem vai ao estádio fá-lo muito mais como «espectador» (i.e. consumidor de um espectáculo) do que como «apoiante», ao contrário desses países; e cabe à SAD tentar encontrar maneira de tentar virar isso ao contrário.

Factores como um papel preponderante das claques organizadas («eles que façam o barulho»); a pouca flexibilidade no lugar a ocupar no estádio (difícil juntar um grupo de amigos); o horário dos jogos; mentalidade típica portuguesa; e em grande parte a atitude do clube para com os seus sócios, em que são tratados cada vez mais como meros consumidores de um produto.

Pessoalmente acho que um pequeno primeiro passo seria tentar encher o estádio mesmo fazendo menos dinheiro. E quando falo em «encher», falo em ter um target da taxa de ocupação média superior a 90%. E porquê?

Psicologia. Por um lado quem vem o jogo na TV ao ver as bancadas cheias passava a ter mais vontade de lá estar no meio da multidão; por outro tornava o bilhete num produto mais exclusivo, que não é para todos – e as pessoas gostam de sentir que têm um produto exclusivo.

Para isso seria contraproducente baixar imenso o preço dos bilhetes ao público, ao ponto de que quem compra lugar anual deixava de ter interesse nisso, comprando avulso. Melhor forma seria distribuir por exemplo imensos bilhetes de borla pelas escolas secundárias com a condição 2 em 1, i.e. que cada bilhete de borla teria que ser acompanhado por um adulto com bilhete pago. Alias, é importante meter o bichinho ou ritual de ir ao estadio enquanto sao jovens... Mas para tal seria tambem importante acabar com jogos a horas improprias.

Haveria muito mais a dizer mas termino com isto: com crise ou sem crise, acho inaceitável que nao se consiga meter em media 45mil no estadio quando existe UM MILHÃO de adeptos a menos de 30mins do Dragão.

Anónimo disse...

O problema deste ano foi a crise e as exibições, muito fracas, com a CS a empolgar os encornados já se sabe a malta desmoraliza deixa de ir e vê na tv.
Os clubes da 2ª circular oferecem bilhetes às casas do clube e as casas oferecem os autocarros, parecendo que não sobretudo os encornados metem lá mais 6 ou 7 mil tipos por jogo à conta de isso. O que acho que pode ser feito é o sócio poder comprar 5 bilhetes por o preço de 3 em jogos de menos procura, oferecer um bilhete aos lugares anuais e como diz e muito bem fazer campanhas no liceus de angariação de sócios e oferta de bilhetes.

Eduardo Nunes disse...

Concordo plenamente com o Nuno e com a opinião do José Rodrigues.

Simplesmente, eu era detentor de Dragon Seat juntamente com um irmão e um primo. Sempre adoramos ir ao "velhinho" Estádio das Antas como depois ao Dragão.
Posso afirmar que os Super Dragões e a SAD são os responsáveis equitativamente pela "desistência" dos 3 e não a crise...

José Correia disse...

Bom artigo (reflexão) do Nuno, mas este comentário do José Rodrigues justificava ser um artigo (complementar) à parte.

José Correia disse...

a crise e as exibições, muito fracas

Atenção que no início da época, quando ainda cá estava o Hulk e antes de se saber se as exibições iam ser "boas", "mais ou menos", "fracas" ou "muito fracas", já tinha havido uma queda substacial no número de dragon seats vendidos.

José Rodrigues disse...

Só para acrescentar que o corolário do que eu escrevi é que é um erro travar esta batalha das assistências primariamente numa perspectiva da qualidade das exibições, ou melhor, de que o "espectaculo" nas 4 linhas deve chamar o adepto: primeiro porque é inevitável que numa ou noutra época as exibições e performance seja mais baixa, e segundo porque as pessoas podem seguir o jogo pela TV e têm hoje em dia muitas alternativas (cinema, etc) em como se «entreterem» - um contexto bem diferente do que tinhamos há 20 ou 30 anos. O »produto» tem que ser sentido como único e insubstituível.

Não: a batalha tem que ser travada primariamente na perspectiva da qualidade da EXPERIÊNCIA INDIVIDUAL de quem vai ao estádio. Essa experiência tem que ser sentida única, desde as conversas com os vizinhos do lado ao sentir o privilégio de sentido de comunidade puxando pela equipa durante o jogo rodeado de gente a fazer o mesmo, passando por actividades antes, durante e após o jogo, etc.

O que importa a bem dizer para chamar adeptos ao estadio nao e' primariamente o que se passa nas 4 linhas, mas fora delas. E nesse aspecto parece-me que ainda há muito a fazer.

Isso não invalida que queiramos naturalmente boas exibições, mas primariamente porque assim é mais fácil ganhar.

Pedro Matias disse...

Concordo que um estádio cheio é muito mais apelativo mas é preciso ter bastante cuidado com politica de oferta de bilhetes de modo a não banalizar o espectáculo.

Penso também que uma boa política seria facilitar a venda de bilhetes para grupos, quiçá destinando zonas especificas do estadio para isso.

além disso, acho que o clube devia pensar nao apenas no 1M de adeptos a 30m do estadio. Há adeptos num raio maior que também devem ser público alvo para os jogos em casa.
Assim, deviam facilitar (pelo menos nos jogos de menor procura) a venda de bilhetes pela internet. Uma coisa que me parece básica seria deixar cada sócio ao comprar o seu bilhete online ser-lhe permitido comprar + 1 ou 2 para acompanhantes (mesmo que seja a preço de publico normal).

E também acho que a liga/olivedesportos têm alguma responsabilidade ao marcar muitos jogos quase em cima do acontecimento. Jogos marcados uma ou duas semanas antes não ajuda muito a alguém com uma agenda mais apertada ou que necessite de programar a deslocação.

José Rodrigues disse...

A SAD como eu disse trata os adeptos e socios como meros consumidores, e nao parte de uma familia a quem quer ouvir a opiniao, parece-me. Quando assim e', nao admira q os adeptos encarem ir aos jogos na mesma perspectiva ir ao cinema ou a um concerto.

Ha' tanta coisa q podia ser feita, comecando por muito maior interactividade com os adeptos... alias, eu pergunto: o Eduardo Nunes recebeu algum questionario da SAD para tentar perceber as razoes da desistencia do lugar anual? Duvido muito.

Anónimo disse...

Não ESQUECER:

1)O Rendimento Per Capita na Zona da Grande Lisboa é bem Superior ao Grande Porto;

2)A "intoxicação social" centralista galvaniza os adeptos;

3)O Desemprego e a Pobreza a Norte.

O NORTE não tem sabido Unir-se no essencial para olhar por si neste país ferozmente centralista e isto pesa em tudo.

Anónimo disse...

JOGAR BEM ?

Que é isso?

Neste tipo de actividade o essencial é GANHAR, o resto é um tanto treta.

HULK 11M disse...

"A SAD como eu disse trata os adeptos e socios como meros consumidores"
Esse é, também, um ponto importante e eu aproveito para dar um exemplo recente.
Há cerca de 1 mês fui convidado apra ir receber a minha "roseta de ouro" (50 anos de associado). Pensei que se iria tratar duma cerimónia semalhante à da entrega da "roseta de prata", há 25 anos atrás, mas fui surpreendido com uma acção feita a correr para cumprir os estatutos.

João disse...

As desculpas que os "Pereirinhos" inventam para o óbvio são hilariantes.. Sabem quantos autocarros saem de Famalicão e de Paredes para a Luz todos os jogos? É o PIB, é.. "vai à volta!"

HULK 11M disse...

Não é assim para todos.
Tenho lugar anual e faltei a muitos jogos precisamente por ter baixas expectativas de ir assistir a uma exibição razoável da minha equipa. Digo razoável e não boa!
E tenho amigos com lugar anual junto ao meu que fizeram o mesmo. Aliás, a SAD sabe que a % de detentores de lugar anual que falha aos jogos em tempos de crise exibicional é grande.
Mas concordo quando diz que "o essencial é GANHAR" pois sou do tempo em que ia ao estádio ver o FCP jogar muito bem e não ganhar nada!
Só não concordo com "o resto é um tanto treta" porque não corresponde à realidade.

José Rodrigues disse...

Bullshit. O estadio do Dragao leva 52mil, o FCP tem pelo menos 1 mihao de adeptos a uns meros 30mins do Dragao (de transporte publico ou carro), i.e. de Braga ate' Olveira de Azemeis.

Ou seja, a capacidade do estadio e' uns meros 5% do publico-alvo.

Ora nao me venham dizer q desse milhao nao ha' pelo menos 20% ou 30% para quem ir ao Dragao esta' perfeitamente ao seu alcance sem sacrificios, financeiramente falando!

Mesmo que por uma ou outra razao uma boa parte deles nao possa ir ou nao queira ir num dado jogo, sobra gente mais do q suficiente para encher o estadio - se os soubermos atrair...

Mais: ha' muitos poucos clubes na Europa q têm tantos adeptos relativamente perto do estadio. É uma vantagem q nao devia ser desaproveitada.

eumargotdasilva disse...

Muito bom comentário, até ao ponto que devemos meter jovens no estádio à borla... Os "júniores" já pagam tão pouco, que não seria por aí... O problema é que a capatação não continua... os meninos chegam aos 18 anos e toca a pagar como adultos. Aí os pais deixam de estar interessados, por razões óbvias, e os meninos não têm esse dinheiro. Estão na universidade, montes de novidades, a vida ali à disposição - ir ao Dragão? a preço inteiro? na! - Aí é que me parece que tudo emperra... - preços especiais para estudantes e até os do Erasmo estariam lá.
A crise é um pouco essa... mas isso só documentado por uma análise às idades dos que vão ao Estádio.
(Quase que aposto que entre os 18 e os 30 há pouquíssimos...)

Hugo disse...

Adoro estes admiradores do catedrático e do clube campeões dos segundos lugares.

Joao Goncalves disse...

Eu sou de Faro e faço um esforço imenso para ir ver um a dois jogos no Dragão por ano.

Normalmente vou com o meu Pai e vou ver a LC por ser mais barato marcar avião, já que o jogo é marcado com a antecedência necessária que assim o permite, e ficou-me marcado algo que ele me disse à dois anos quando fomos ver o jogo com o Apoel.

Ele virou-se para mim mais ou menos a meio da segunda-parte e disse-me "Com este treinador nunca mais venho ver um jogo no Estádio".

A equipa estava a jogar arrastada e sonolenta no estilo VP... muito controle de jogo pouco ataque ou jogadas perigosas... muito sono.

Tal e qual o meu Pai, muito milhares de adeptos olham para o nosso jogo e sentem o mesmo.

Ao contrário do nosso adversário directo, que joga um futebol de ataque e desequilíbrios constantes (seja no adversário como para eles próprios) nós jogamos na segurança de jogo e para o resultado.

O nosso modelo futebolicamente falando pode ser mais vantajoso e perto de nos deixar vencer mais jogos/campeonatos mas o publico não vai ao Estádio pois para dormir fica no sofá.

Nuno Nunes disse...

É à SAD que compete estudar os dados existentes, perceber o que se está a passar e tentar encontrar formas de voltar a elevar o nível das assistências no Estádio do Dragão.

A nós não nos custa encontrar justificações mas algumas que levantaste fazem todo o sentido. Na verdade é difícil, quase impossível, comprar bilhetes em lugares consecutivos para um grupo de 8 a 10 pessoas porque depois da venda dos Dragon Seats os lugares no Estádio ficam todos fragmentados (a SAD poderia proceder à venda dos Dragon Seats e avisar os titulares de lugar que findo o período de venda o lugar definitivo poderia variar num pequeno número de cadeiras de forma a "arrumar" os lugares e permitir que os lugares não vendidos sejam consecutivos).

Por outro lado, o agendamento dos jogos é feito pela Sporttv com apenas uma a duas semanas de antecedência, o que é mau para quem planear as deslocações ao Dragão atempadamente.

Nuno Nunes disse...

A questão do preço dos bilhetes já foi explorada pela SAD no decorrer de 2012/13. O preço dos bilhetes de sócio e público para os jogos "menos importantes" baixou qualquer coisa (bilhetes sócio para o meu sector que eram normalmente vendidos a 12 euros foram vendidos a 8 euros num ou outro jogo). E não funcionou, como está bom de ver.

Anónimo disse...

Há é hoje em dia muito adepto "PIPOQUEIRO", completamente Aburguesado com tanta vitória, quer :

Ganhar, jogar bem, pipocas e sei lá que mais...

Portistas de "meia tijela".

Portistas da fartura.

DC disse...

A crise económica explica muito, a má interacção da SAD com o adepto explica outra, e obviamente, há sempre os meninos que fazem birra e dizem logo ao 1º ou 2º jogo da época em casa que não voltam ao estádio com este treinador (grandes adeptos estes, fazem uma falta tremenda...).

Acho que a SAD se devia preocupar essencialmente com os adeptos mais fiéis, os de lugar anual e os sócios. A esses devia ser comunicada devidamente todo o tipo de ofertas (e devidamente não é um e-mail na véspera do jogo) e deviam ser dados mais privilégios de vez em quando para trazer amigos, família, etc...
Esses é que estão lá sempre e são esses os que se for preciso se sacrificam pelo clube. Agora os que vão lá em Agosto quando estão de férias, passam o jogo a assobiar e dizem que não voltam mais? Esses até é bom que não venham porque tornam o ambiente no estádio desagradável.

Joaquim Lima disse...

"O que me leva a um ponto importante: porque é que é assim no FCP, mas já não é assim em outros clubes (o SCP por ex fez a pior época de sempre mas conseguiu ter quase as mesmas assistências que nós) e principalmente em outros países (começando por uma Inglaterra ou Alemanha, mas também podia dar o exemplo), onde a elasticidade da procura é muitíssimo mais baixa em função da performance & qualidade?"

Não falo por conhecimento próprio de causa, mas por ter amigos a trabalhar em Lisboa. Todos eles dizem que lá se sente menos a crise. Pode ajudar a explicar esse ponto. Outro factor que pode ajudar a explicar isso é a comunicação social. Capas de jornais sempre, sempre, sempre com notícias do slb e scp, quer percam quer ganhem... vem sempre notícias a elevar o ego dos seus adeptos!

Joaquim Lima disse...

"(bilhetes sócio para o meu sector que eram normalmente vendidos a 12 euros foram vendidos a 8 euros num ou outro jogo)"

Será que os sócios sabiam que o preço do bilhete era mais baixo nesses jogos? Se houvesse uma publicidade sobre esses jogos, se calhar o seu sector ficaria com mais gente.

João disse...

Ponto final.

E eu moro a cerca de 15 Km do Dragão, imagino que vem de longe ver o "descansar com bola".

Mário Faria disse...

Considero que todas as ideias para atrair os sócios e adeptos deve ser avaliada e testada, nomeadamente as que parecerem exequíveis, por quem de direito. Porém, acho que a não presença dos sócios é muito por “preguiça” e/ou porque se exige que o espectáculo saia conforme o argumento, a encenação, a qualidade dos artistas e o desejo de cada um, o que no futebol não é fácil de garantir. Para além disso, as intempéries são difíceis de dominar, o frio também e como pesam na nossa vontade, porque ao desconforto o mais certo é associar-se um mau jogo.
Repetidamente, leio que há sócios que não se sentem bem por serem tratados como meros consumidores de futebol. E tem razão, porque o FCP nem sempre acomoda a condição de sócio como deveria, a meu ver. Mas, o contrário também é verdade. Os sócios ponderam sempre estas questões como se não tivessem deveres para com o FCP, ou seja : pagam logo exigem a contrapartida que acham justa, que para muitos é extraordinariamente exigente. Não há volta a dar a isto. Somos óptimos na critica e medíocres no agradecimento, reconhecimento e participação.
Vou ao Dragão (só faltei a um jogo na época que acabou) porque sou do Porto, carago. É um misto de vontade e de obrigação. É verdade que saio mais vezes do que queria insatisfeito com a qualidade ou o resultado, mas isso não me impedirá de voltar na próxima jornada. Ir ver o FCP é uma espécie de missão que quero cumprir. Enquanto puder, assim será, porque jurei esse comportamento a mim mesmo e o passei aos que me seguem.
A maior alegria que tive este ano, foi passada no Dragão em 11 de Maio ao minuto 92. Não há palavras que a definam e muito poucos exercícios definirão a importância do ocorrido. A retórica sobre tudo (futebol, negócio, saídas, entradas, etc, etc) é tão asfixiante que ignora o sabor da felicidade, quando esses momentos únicos, mágicos não deveriam ser secundarizados relativamente ás qualidades ou defeitos de VP.
Concluindo : há menos assistência por comodismo e penso que essa praga é difícil de combater porque podemos ver tudo na TV, na caminha nos dias de inverno e aproveitar o intervalo para uma rapidinha.

Miguel Lourenço Pereira disse...

Aí entra a velha correlação de sempre. Os adeptos que vão ao estádio são adeptos do Futebol Clube do Porto, nos bons e nos maus momentos, nas vitórias e nas derrotas, nas grandes e nas médias exibições ou são pessoas que procuram entretenimento durante 90 minutos e se esse não está ao seu nível, então procuram uma alternativa (cinema, teatro, ópera, subscrição de canal pago).

Porque há que diferenciar o volume de adeptos de clube, fixos, que vão faça chuva ou faça sol e aqueles que por um motivo estético, vão quando lhes convém.

Douro disse...

..."Somos óptimos na critica e medíocres no agradecimento, reconhecimento e participação.
Vou ao Dragão (só faltei a um jogo na época que acabou) porque sou do Porto, carago. É um misto de vontade e de obrigação. É verdade que saio mais vezes do que queria insatisfeito com a qualidade ou o resultado, mas isso não me impedirá de voltar na próxima jornada. Ir ver o FCP é uma espécie de missão que quero cumprir. Enquanto puder, assim será, porque jurei esse comportamento a mim mesmo e o passei aos que me seguem.
A maior alegria que tive este ano, foi passada no Dragão em 11 de Maio ao minuto 92. Não há palavras que a definam e muito poucos exercícios definirão a importância do ocorrido. A retórica sobre tudo (futebol, negócio, saídas, entradas, etc, etc) é tão asfixiante que ignora o sabor da felicidade, quando esses momentos únicos, mágicos não deveriam ser secundarizados relativamente ás qualidades ou defeitos de VP.
Concluindo : há menos assistência por comodismo e penso que essa praga é difícil de combater porque podemos ver tudo na TV, na caminha nos dias de inverno e aproveitar o intervalo para uma rapidinha."

PARABENS MÁRIO FARIA. Tudo dito.

João disse...

Já li muita.. coisa aqui, agora sugerirem que eu, com anual há 6 anos, me "abstenha" de ir ao Dragão para os Pereirinhos poderem desfrutar do jogo em paz e sossego, é o grau zero. O Dragão é dos iluminados, dos escolhidos, os "gratos". Todos os outros não fazem falta. Aliás, é melhor que não venham. De vitória em vitória até à derrota final. Aliás! Não. Agora que me lembro, nem há duas semanas eu já era infiltrado por dizer que tive vergonha da exibição em S. Petersburgo. O próprio Portismo é ónus e direito exclusivo dos Pereirinhos! E felizmente esses lampiões encapotados estão a desertar do estádio para dar lugar aos "verdadeiros". Parece-me bem. Heil!

Deve exigir uma taxa de esforço cerebral muito elevada para perceber que o único clube que perdeu mais adeptos no estádio que nós foi o Sporting na pior época da sua história. Não há Sport TV nem crise em Guimarães? Não é por aí.

Mas se em vez de virem logo de forma pavloviana tentar defender o indefensável, lessem o quadro, percebiam que o Porto perde SEMPRE adeptos de forma significativa em épocas de campeonato perdido. O que era, efectivamente, o caso até à 28ª jornada. A diferença residual entre a perda verificada de 08/09 para 09/10 e esta pode ter várias explicações mas é natural que o menor poder de compra tenha um papel de relevo. Possivelmente mesmo o tipo de jogo da equipa, mas entre isto e os sonos que o Jesualdo nos espetava a diferença não é grande portanto vou meter as fichas na 1ª hipótese. Em 11/12 a inflexão deu-se à 21ª jornada, com 4 jogos por disputar em casa, parece-me relativamente pacífico tirar a mesma conclusão.

Pronto, pá. Antes que alguém venha com a desculpa do estádio arejado num ano "particularmente frio" e o meu cérebro se desligue por falta de estímulo, está descoberto o problema, não escavem mais. E, pelo amor da santa, menos posturinha de "escolhidos", que é completamente ridícula.

Pedro Albuquerque disse...

E que tal fazer como os americanos ou mesmo alguns campeonatos europeus?
Actividade para os adeptos antes, durante (intervalo) dos jogos.Principalmente para os mais jovens, que ao verem que têm actividades vão querer pedir aos seus pais para os levarem aos jogos.

Isso das capas dos jornais parece um bocado rebuscado. Eu comprei lugar anual apartir do momento em que comecei a trabalhar e não é por ver capas e capas de jornais com imagens do Benfica que vou deixar de ir ao Dragão.

Outro aspecto importante é a comodidade do próprio Estádio. Tem está nas bancadas Norte e Sul, em jogos com chuva e vento, não está confortável. Sente muito frio e leva com chuva se tiver a chover. Lembro o jogo do Nacional do ano passado onde choveu torrencialmente e muito vento. Quem estava sentado no meu sector estava encharcado!!!!

Pedro Albuquerque disse...

E nem a vende-los a crédito com a ajuda do Cetelem!

José Rodrigues disse...

"Porque há que diferenciar o volume de adeptos de clube, fixos, que vão faça chuva ou faça sol e aqueles que por um motivo estético, vão quando lhes convém"

Pois, mas alguns de voces falam como se isto fosse fixo e imutavel, de uma forma fatalista... ora estou convencido q muitos adeptos do 2o tipo podem tornar-se em adeptos do 1o tipo, ou perto disso.

Parece-me pouco util dar licoes sobre o bom portismo e pipoquices, nao e' por ai' q se vai convencer os adeptos do 2o tipo a aparecem mais vezes... as coisas sao como sao e temos (a SAD) q saber lidar com isso de forma inteligente, tomando medidas & dando-lhes incentivos concretos a tornar-se cada vez mais adeptos do 1o tipo.

Esses, e os q hoje nunca vao sequer ao estadio (a grande maioria).

Duarte disse...

"Atenção que no início da época, quando ainda cá estava o Hulk e antes de se saber se as exibições iam ser "boas", "mais ou menos", "fracas" ou "muito fracas", já tinha havido uma queda substacial no número de dragon seats vendidos."

Claro. No ano anterior as exibições já tinham sido medíocres e o treinador manteve-se. Também por isso a renovação dos Dragon Seat baixou para esta época. Não era possível prever-se com total exactidão como iria ser o futebol praticado, mas atendendo ao que se havia visto no ano transacto, a crença das pessoas era baixa, pelo menos no que à qualidade dos espectáculos diz respeito. É justo dizer-se que os níveis exibicionais subiram alguma coisa de um ano para o outro, mas não tanto quanto era aconselhável.

Paulo disse...

Concordo com a sua analise ,e deixo mais duas sugestões :
- Acordo com a Metro do Porto para , como na Alemanha o bilhete de
jogo ser valido também no Metro.
- Desconto em artigos na Loja Azul em dias de jogo para possuidores de bilhete.

Joao Goncalves disse...

Oh Caro Miguel Lopes,

Acha mesmo que eu a pagar 100€/pessoa por cada jogo que vou ver do FC Porto vou para ver jogos de morrer de tédio?

Eu não sou como um Portista da cidade do Porto ou arredores que paga 15€ ou 20€ para ver um jogo.

Se assim fosse, teria toda a credibilidade para falar agora quando eu pago por 2 jogos o mesmo que você paga por metade da época, todo direito de exigir que a minha equipa jogue futebol de qualidade e para ganhar.

Se o Futebol de VP é assim eu fico sossegadinho em casa a ver o jogo e pago 0€ e até estou no sofá e dá para dormir em alguns períodos do jogo.

Anónimo disse...

Enviem artigo e comentários para a SAD e Portocomercial.

Joao Goncalves disse...

Completamente errado e basta ver as estatísticas do Rival.

Se a equipa joga um futebol que é atractivo e cria emotividade, os adeptos fazem um esforço para ir ao estádio vive-las.

Se a equipa faz dormir e não é interessante, então fica em casa a ver o jogo na TV e a beber uma cervejola com um chouriço grelhadinho na frente.

DC disse...

Concordo com o Miguel. O futebol não é um espectáculo, o futebol é um desporto. E um desporto tem um objectivo que é ganhar. Dar espectáculo é com os globetrotters.

João, compreendo que está numa situação muito mais complicada que nós, mas desculpe está errado.
Você deve exigir vitórias, espectáculo, além de ser uma coisa completamente subjectiva (para mim o que é espectacular pode ser banal para si), não é um objectivo do futebol.

Hugo disse...

Mais um adepto do rival .Porque nao te juntas a eles com o seu grande futebol que rende zero titulos e muito melao ?

João disse...

Aquilo que o José Rodrigues disse. Se não houver conversão de adeptos do 2º tipo em adeptos do 1º tipo, corremos o risco de o Dragão ficar entregue aos "iluminados" e "verdadeiros". E vazio. Que é como deve ser num estádio onde só adeptos dos bons e maus momentos vão. Tenho a certeza que os jogadores e a tesouraria vão adorar a vossa ideia.

Receitas de bilheteira, meu amigo Miguel. O vosso "verdadeirismo" não alimenta ninguém.

Hugo disse...

Ridiculo e ver o nosso clube como o cinema ou um espectaculo semelhante

DC disse...

A diferença é que o rival, na minha opinião, tem adeptos muito mais fiéis.
E nada tem a ver com espectáculo porque eles várias vezes com treinadores medíocres encheram o estádio.

O Sporting por exemplo, se tivesse adeptos a seguir a lógica do espectáculo, já não tinha adeptos no estádio. Mesmo assim, vão conseguido ter assistências pouco abaixo das nossas.

No nosso clube ha´grandes adeptos, mas também há uma facção que só é adepta do Porto moderno, do Porto vencedor. Se o Porto passasse por uma "sportinguização" esses adeptos iam passar anos sem pôr os pés no estádio. São adeptos de ocasião e felizmente a nossa ocasião é muito boa nos últimos 30 anos. Mas se a ocasião mudar, quero ver o que vai acontecer a esses adeptos do espectáculo.

Nuno Nunes disse...

Porque há que diferenciar o volume de adeptos de clube, fixos, que vão faça chuva ou faça sol e aqueles que por um motivo estético, vão quando lhes convém.

É verdade Miguel. O problema é que o FC Porto precisa do dinheiro de todos eles para pagar as suas contas no fim do mês! Por isso é que a SAD deve estudar cuidadosamente o fenómeno. Daí poderá advir um importante crescimento da receita corrente.

DC disse...

É escusado estar a falar vagamente porque percebi bem que o seu comentário era em resposta ao meu.

Meu caro, se você vai para o estádio com a atitude que tem aqui, digo e repito: por mim, espero que não vá!

Atrás do meu lugar anual, umas 4 ou 5 filas, há um "adepto" que passou o ano a insultar o Vítor Pereira. Fê-lo num jogo em que estavamos a ganhar 2-0 tranquilo, fê-lo até num que estava 4-0. Gritava alto para toda a gente ouvir, insultava a mãe do treinador, etc...
Pergunto, o que raio estava o homem a fazer lá se estava tão incomodado?

O Dragão não é dos iluminados, é dos que vão apoiar o Porto. Eu orgulho-me de nunca na minha vida ter assobiado um jogador, treinador ou dirigente do Porto!
A quem vai ao Dragão já com o objectivo de ir insultar e assobiar, digo claramente que os quero ver em casa.

E não me considero mais ou menos portista do que ninguém, simplesmente para mim o Porto é para apoiar seja quem lá estiver. Eu não gosto do JJ, acha que iria para o estádio assobiá-lo e insultá-lo?

O seu problema é que você neste momento já confunde o Porto com o seu treinador, já separa os adeptos por apoiantes ou críticos do VP, anda numa guerra contra quem ousa ser contra a sua opinião e até já lhes arranjou uma denominação negativa.
O João está obcecado e qualquer obsessão é impedimento de um pensamento coerente.

DC disse...

Adeptos de ocasião hão-de continuar a ser de ocasião. Nunca vamos ter o estádio cheio de adeptos de ocasião numa noite chuvosa de Janeiro ou Fevereiro.

A SAD deve concentrar-se sim em trazer os fiéis, os que são sócios e se calhar dar-lhes condições de trazerem amigos, filhos, etc...
Porque já se sabe que em Agosto vamos ter os jogos em casa sempre cheios com os emigrantes e o pessoal de férias, agora ao frio e à chuva os adeptos do "espectáculo" vão antes ao cinema. E a época desportiva cá no Norte tem muito mais jogos ao frio e à chuva do que no bom tempo.

João disse...

Não, meu caro, ridículo é achar que o clube se sustenta com os "verdadeiros", verdadeiros entre aspas evidentemente, para distinguir os efectivamente verdadeiros, que lá estão em qualquer circunstância dos "verdadeiros" Pereirinhos que, posso apostar, metade não metem lá o c* nem uma quota na tesouraria nem que chova. Mas isso é outra conversa.

João disse...

DC, não se projecte em mim. Eu não ando a "confundir" nada. Não sou eu que ando a dizer que os nossos putos são todos mancos e os nosso titulares medíocres, a nossa direcção incompetente, o nosso estádio um pro-forma e os nossos adeptos uma nódoa só para defender uma pessoa.

Eu já o disse aqui, a questão não é nem nunca foi o Vítor Pereira, valorizamos os seus méritos de forma diferente, é natural. A questão aqui é que eu também valorizo os seus deméritos e vocês não reconhecem UM (1!), dão as desculpas mais e-s-t-u-p-i-d-i-f-i-c-a-n-t-e-s para tudo e colocam em causa toda a gente, do adepto ao roupeiro, do Helton ao Paciência, da Fernandinha ao Macaco, para defenderem o VP.

ISSO é obsessão! Rir-me das vossas bacoradas é simplesmente lógico.

PS: Nunca assobiei ninguém no Dragão, mas já me reclinei umas quantas vezes na cadeira e já estive a muito pouco de passar pelas brasas dentro do Dragão que é coisa que nunca me tinha acontecido. O jogo com o Setúbal foi a última de uma série delas nestas 2 épocas. Mas na volta é da idade.

Pedro Albuquerque disse...

Seria interessante saber o seu lugar, João.

José Rodrigues disse...

"há menos assistência por comodismo e penso que essa praga é difícil de combater porque podemos ver tudo na TV, na caminha nos dias de inverno e aproveitar o intervalo para uma rapidinha."

Como ja' disse aqui, tem q se dar incentivos a q a experiencia pessoal de ir ao estadio (que nao de ver o jogo) valha a pena.

Se a estrategia for apenas de tentar levar o adepto ao estadio so' para ver o jogo nas 4 linhas, falha redondamente. A experiencia de la' ir tem q dar mais qualquer coisa (objectiva e/ou subjectivamente) q e' impossivel no cafe' ou em casa de chinelos.

A SAD quer ideias? Ja' aqui falamos em algumas coisas e haveria outras a acrescentar, mas que tal comecarem por fazer um benchmarking a serio e profundo pela Europa fora e EUA (incl. outros desportos, como basquete ou basebol)? Sao bem pagos para isso, nao e'?

Joao Goncalves disse...

Oh Hugo!

Se me voltas a chamar aquilo que me chamas-te acima vai de cab*** para cima!

Bom bom!

Joao Goncalves disse...

Olha José,

Eu quando venho do Sul onde pago mais é em alojamento... e porque não o FCP ter uma unidade para alojar os adeptos (Sócios obviamente) a preços reduzidos? Apenas dormida e nada mais?

Qualquer coisa como 10€ noite ou promoção de nos jogos de bilhete mais acessivel (considerando de 5-10€) fazer 15-20€ com bilhete de jogo.

Será que com medidas destas o FC Porto não ganharia mais Sócios pagantes externos ao ciclo da cidade e não incintivaria mais gente a ir ao estádio?

Outra ideia era fazer com a Rede Expresso acordos, para lançar o produto viagem+bilhete a um preço mais atratico seja de que parte do pais fosse.

Comprava-se o bilhete do jogo no Site e vinha logo com a promoção para o autocarro que a pessoa podia seleccionar e não se preocupar mais em andar a tentar encontrar transporte.

Isto seriam medidas para sócios além área do Porto é claro, mas muitas mais haveriam a ser tomadas a nivel de Marketing (isto excluindo o Marketing mais directo que é a qualidade de jogo)

Joao Goncalves disse...

DC discordo por completo da assunção de espectáctulo ser completamente subjectiva.

É tão objectiva que quer o Porto ganhe ou perca, todos os blogs portista são unanimes à qualidade de jogo apresentada seja ela para o bem ou para o mal.

Não andamos aqui à 1 época a ver futebol... eu joguei federado por 12 épocas e vejo futebol a sério à mais de 20 anos portanto sei muito bem o que é espectaculo e o que não o é.

Aliás, melhor que eu sabe os EUA, que aquilo sim, todo o desporto é um espectaculo e ali sim, vale apena pagar o Bilhete para levantar o rabo da cabeira e ver um jogo de NHL/NFL/NBA ao vivo.

Até o próprio Soccer americano é bem mais vivido que o nosso e tudo começa na cultura que é completamente virada para o entretainement e tratar quem vai aos estádios como reis e senhores para que voltem lá "over and over again"

João disse...

Pedro Albuquerque e teria todo o prazer em dizê-lo, não fossem vocês lunáticos acabadinhos e eu ter mais que fazer que aturar-vos lá, ou aturar alguém por mim quando empresto o anual, se não posso ir. Posso dizer-lhe que costumo abastecer no Barcarola e tenho acesso privilegiado ao banco visitante. E já sabe muito.

Miguel Lourenço Pereira disse...

João,

Se o do Miguel Lopes foi para mim, há um engano. Eu sou Miguel Lourenço Pereira ;-)
Dito isso, eu vivo em Madrid há seis anos, não vivo no Porto. Quando posso vou ao Dragão mas vou para apoiar o meu clube. Já apanhei empates e vitórias, jogos grandes e jogos aborrecidos, mas quando lá vou isso é secundário. Se quero ver só um espectáculo vou ao Bernabeu ou ao Calderón em jogos seleccionados. No Dragão quero ver o meu FCP a ganhar.

É claro que todos queremos jogar o melhor possível e quem gasta dinheiro sente hoje em dia que isso é uma obrigação. Não é. Ser de um clube, adepto/sócio/seguidor, é criar uma identificação. O ganhar é suplementar, o espectáculo é mais suplementar ainda. Eu fui sócio cativo durante 12 anos consecutivos. Apanhei os 3 anos sem titulos, os jogos do Fernando Santos e do Octávio e não falhei um, salvo casos excepcionais, porque ia defender como adepto as cores do meu clube, aplaudir a equipa, puxar por eles. Não ia ao cinema com um filme escolhido para cumprir um pre-requisito estilistico.

Há muitos erros de gestão da SAD na relação com os adeptos, há muito que o digo. É, talvez, o ponto em que a gestão de PdC dos últimos 10 anos mais se afastou do seu espirito original. E como dizem bem o Nuno e o DC, é normal que se tente aumentar a relação 1º com os sócios e os detentores de lugares cativos. Não só porque suportam financeiramente o clube mas porque são eles o apoio incondicional, faça chuva ou faça sol.

Para os outros, como o João ou eu, devia haver muito mais ofertas atractivas, devia haver outro tipo de relação institucional. Mas quando vamos ao estádio, como adeptos do FCP, vamos para sentir o que é ser adepto do FCP, não para exigir o que quer que seja. Ser adepto, para mim, é primeiro dar e só depois receber!

Miguel Lourenço Pereira disse...

Eu e o DC não concordamos em muita coisa, mas neste ponto subscrevo a 100% o que disse. A minha relação como adepto de futebol com o meu clube é 1º de apoio, 2º de apoio e 3º de apoio.

Entre adeptos posso discutir se isto foi bem ou mal feito, se este jogador vale ou não vale a pena, etc. Mas no estádio, durante os noventa minutos, eu estou lá é para apoiar. Para que sintam que nos têm atrás, a empurrar com eles. Houve jogadores do FCP com quem embirrei, mas nunca os mandei a nenhum sitio no estádio. Durante noventa minutos eles são parte de mim e quero que tenham a melhor noite da vida deles, com o Moreirense ou com o Barcelona.

Ser adepto é dar, é sofrer, é empurrar. Não é receber. Receber é fácil. Temos 3 décadas de hegemonia que criou a cultura dos adeptos que só existem quando se recebem gratificações. Titulos, grandes jogos, grandes jogadores. Mas e o dar, onde ficou? Vão para a bancada de pipocas, cachorros, coca-colas, ás vezes sem cachecol ou camisola, sem se porem de pé quando a equipa entra, sem saberem o hino, sem terem a coragem de aplaudir o Varela quando perde uma bola, o Jackson quando manda a bola para as nuvens ou o Helton quando dá um frango. O adepto o que faz é isso. Está lá para os outros no momento da derrota, do erro, porque depois são eles que lhe vão dar a enorme alegria do que significa ultrapassar e cumprir objectivos. Que no FCP é ganhar.

Eu vivi derrotas, não muitas felizmente, nas Antas e no Dragão e senti-me envergonhado de muitos que estavam á minha volta. Não senti que fossem adeptos como eu o entendo. Podem ir ao estádio perfeitamente, que deixem o seu dinheiro nas arcas do clube, não os posso proibir. Mas pelo menos tenham o decoro de apelidar-se de outra forma.

Silva Pereira disse...

Boa tarde,
Se analisarmos os comentários as causas estão todas registadas.
Antes de mais meu caro José Rodrigues quando diz a procura é elástica … embora o conceito inclua esta realidade a elasticidade aplica-se aqui (e não como se aprende em economia por exemplo substituição do azeite por óleo) em substituir o futebol pelo fundamental para a sobrevivência humana (alimentação, saúde, abrigo). Um dos aspetos que a me poderá fazer com que vá mais vezes ao Dragão é não renovar a assinatura da SPORTV (pela razão da colagem ao SLB, aliás aproveito para dizer que desta vez me contaram e tentaram aliciar-me com a gratuitidade de 2 meses que não aceitei).
Ora quando o FCP está inserido num meio em que o desemprego ultrapassa os 25%, onde os rendimentos do trabalho são dos mais baixos do país isso tem uma importância fundamental.
Depois afirma que quem vive na periferia está a 30 minutos do Dragão, bem vou dar o meu exemplo moro no Mindelo e quando vou ao Dragão vou de carro até ao Metro (3Km) e a viagem de Metro custa 2,2€ * 2 =4,4 € há 3 anos custava quase metade (ainda esta semana foi veiculado que o Metro perdeu 2 milhões de passageiros), e quem viaja de Metro constata que cada vez se assiste a pessoas a viajarem sem bilhete (o bom sinal do poder de compra).
Se associarmos a isto tudo as exibições, o mau tempo, os horários dos jogos que por sua vez associados à redução das carreiras dos transportes, juntarmos o rigoroso ano (estamos no fim da primavera e até a minha gata não vai para o jardim) tudo junto contribui para o afastamento dos espetadores.

miguel87 disse...

E ninguém fala dos vergonhosos horários dos jogos?
A grande maioria dos jogos no Dragão foram a partir das 20h e às vezes bastava serem uma hora mais cedo para se verificar o aumento de assistência.
Eu espero que na próxima época com a perda da liga inglesa, a sport tv "autorize" a marcação de jogos de futebol em horários dignos, por ex. 15h ou 16h de sábados e/ou domingos!

Em relação à comparação com os clubes de lisboa, não tenho dúvidas nenhumas que a crise tem muito mais peso no norte do país do que na capital do império.

José Rodrigues disse...

Porque nao, mas achei alguma piada ao pedido.

Eu trabalho numa empresa q é vista por muitos como a melhor do mundo em Marketing. Ora nós nao conquistamos este estatuto estando sentados com o cu à espera q os nossos consumidores tomem a iniciativa de nos enviar um email a dar opiniões (ou à custa de publicidade).

Não: nós tomamos a iniciativa (entre outras coisas) de consultar consumidores em todo o tipo de questões, e de varias formas.

Quero com isto dizer o quê? Acho q é obvio: porque diabo é q nao é a própria SAD a tomar a iniciativa de fazer sondagens e consultar os adeptos e sócios, pro-activamente (e de diversos modos)??

José Rodrigues disse...

Quando se fala no mau tempo, bem... Até me admira como os estádios em Inglaterra não estão todos vazios...

Aliás, quem der muita ênfase a isso provavelmente raramente ia às Antas.

Miguel Magalhães disse...

Excelente artigo. Das melhores reflexões que vi neste blog nos vários anos que cá venho. Como alguém já referiu nos comentários, valerá a pena enviar o artigo e os comentários para a SAD e a PortoComercial.
Quanto ao tema da redução de assistências, creio que todos os factores apontados são válidos e cada um tem a sua quota parte de culpa:
. Os adeptos: uma grande fatia aburguesou-se com as vitórias e só quer ver grandes espectáculos (tenho lugar anual há 25 anos, começamos 4, já fomos 12 e restamos os mesmos 4 mais 2 resistentes) ; As Antas chegaram ter bem mais dos que os 52.000 do Dragão em pé e à chuva
. A crise económica: tem batido como nunca bateu no bolso das pessoas e muitas têm questionado as suas prioridades (os lugares anuais são caros ainda para mais se pensarmos no futebol como um evento para uma família)
. A injecção de futebol na TV e os horários dos jogos não ajudam
. As exibições da equipa: têm uma correlação óbvia com o número de espectadores também porque os adeptos deixaram de ter aquelas referências "da casa" que tinham no passado e que eram tão adeptos do Porto como os que estavam na bancada
Tudo isto são factores que afectam o mercado alvo da SAD, os adeptos. E a SAD não alterou em nada o seu produto em função do comportamento do seu mercado alvo. E, de facto, na minha opinião, está aqui o principal problema para a quebra de adeptos.
Existem, p.ex.,
. descontos para grupos de 10 adeptos que se inscrevam todos juntos em lugares adjacentes no estádio? (se um ou dois desistissem, era ver os outros a procurar arranjar quem os substituísse)
. incentivos para um detentor de lugar anual que leve um novo para a época seguinte?
. pacotes familiares que permitam a um pai/mãe poder levar os filhos a custos reduzidos em X jogos seleccionados por época?
. descontos de fidelização nos lugares anuais?
. campanhas fortes em jogos específicos (aqueles vistos como mais fracos na época) para encher o estádio a preços quase simbólicos?
Poderíamos falar da quebra dos lugares empresa onde a oferta se mantém a mesma de há 10 anos, da animação no estádio que é reduzida, etc mas iríamos sempre cair no mesmo: A má estratégia comercial do Porto (se é que existe alguma) relativamente à captação de espectadores para os jogos.
Por fim, uma nota simples: 20.000 lugares por ocupar em média, vezes 20 jogos (para simplificar), vezes 2,5 euros por lugar daria 1 milhão de euros de receita adicional. Se o custo de meter esta gente toda no estádio fosse 1 milhão de euros, a SAD não ficava pior do que está, o estádio ficava sempre cheio, valorizava o produto e a prazo compensaria financeiramente (aumento do custo dos lugares, receitas de patrocinadores, etc)

Joaquim Lima disse...

Eu diria porque, o Marketing do FCP não é, de todo, dos melhores do mundo!!! ;)

Anónimo disse...

Boa Noite meus caros, excelente discussão, que aborda um tema que já tem merecido reflexão portista.

Creio que um clube grande como o nosso tem que procurar ter o seu estadio sempre cheio. Deveria ser um requisito da SAD. E há formas de o fazer, basta querer. Como disse o Miguel Magalhão não é por mais 1 ou 2 milhões de euros que seja, que a SAD fica a perder. Mas uma coisa é certa o estádio cheio faz toda a diferença, até para quem vê na TV. Eu próprio confesso que tinha visto os jogos quase todos em casa, pela tv e quando vi o jogo frente ao Malaga, em que estava 40 e tal mil, me fez ver o jogo com muito mais entusiasmo do que os anteriores com 30mil. Obviamente então no estádio faz toda a diferença. Galvaniza, anima, traz orgulho, compõe a moldura humana e não só, a do espirito. Vejamos, Barcelona, Real Madrid, Manchester United, Bayern Munich, todos eles tem o seu estádio cheio, em qualquer competição à muitos anos. Temos que ver o seu modelo e o que fazem. Todos tem uma fidelização muito grande com o adepto. Basta ver os facebooks desses clubes e o nosso. Muito embora neste último ano neste aspecto tenhamos melhorado bastante esta abordagem.
Creio que o mais importante, o busílis da questão se concentra, na angarianção de sócios, e atrávés disso, vender lugares anuais. Um passo de cada vez. Não vejo à alguns anos nenhuma campanha do FCPorto para angarianção de sócios. E isto é muito importante. Talvez se pudesse começar pela redução da cota, ou durante um período anulação da jóia, como forma de incentivo.
-Outro ponto que faz falta melhorar, é o site do clube. Considero muito importante um site de topo. Do melhor que se faz nos clubes de futebol. veja-se os sites dos clubes acima citados e faça-se um semelhantes na funcionalidade. Facilidade de inscriçao como sócio, atractividade, COMPRA DE MERCHANDISING!!! neste ponto então o nosso site está muito abaixo do exigivél. Ainda nem sequer tem os produtos do TriCampeonato disponíveis no site. Apenas os do BiCampeonato....
Deu a informação que esse Merchandising está disponível nas lojas azuis na zona do Grande Porto, mas eu que sou de Lisboa, queria comprar pela net e até agora nada.....Estas pequenas coisas fazem a diferença.
-Quanto ao Merchandising, refiro a escassez de produtos. Basta ir ao site/loja online da Nike e procurar por FCPORTO e FCBARCELONA para ver a gama de produtos disponiveis. Do FCPorto apenas a camisola oficial do clube, do FCBarcelona tudo e mais alguma....também é um ponto importante. Embora nas lojas azuis haja bastantes produtos. Talvez a parceria com a Nike seja escassa.
-Outro ponto muito importante, são as Casas do FCP. É um excelente plataforma que creio que será possível melhorar e muito, especialmente para zonas fora do Grande Porto. Fazer parcerias com transportes, Comboio, Autocarros, etc para fazer com que adeptos de Faro, Lisboa, Setubal,Coimbra, Castelo Branco, Aveiro, Bragança, Chaves,Viseu, através das Casas do FCP possam ir ao estadio com regularidade. Considero este ponto muito importante. Por exemplo o nosso rival neste ponto utiliza muito esta plataforma. Talvez facilmente consigamos ter mais 5 mil pessoas por jogo em casa com esta opção. O mesmo para os jogos fora, os sócios das casas entusiasmados por serem olhados de forma especial pelo clube, quando o clube marca presença num estádio perto dessa Casa do FCP, organizar-se-ão em maior numero para ir ver o jogo. Gera-se aqui uma dinâmica muito positiva e uma ligação mais forte, entre clube, adeptos e associados.

Anónimo disse...

-Outro ponto que me parece passível de análise retrata o Porto Canal, que poderá servir de meio de angariação e promoção de campanhas de novos associados e venda de merchandising do clube, com publicidades. Temos um canal aberto, ao menos que o saibamos utilizar devidamente.
-Poderemos também criar campanhas junto das crianças, por exemplo, 1 jogo em casa por mês, entrada gratuita para crianças de escolas do Grande Porto.
-Como já foram referidas várias ideias para campanhas familiares, apenas queria deixar mais uma deste genero, que seria, aquando da inscrição de um novo sócio, esse sócio poderia inscrever a familia todo a um preço mais barato, ou ter as cotas desse ano mais baratas, ou ausência de jóia, etc.
-Um ponto que já vimos por vezes utilizado, mas que poderia ser melhorado são as promoções, sessões de autografos com jogadores, ofertas de camisolas, quisque do FCP pela cidade, escolas, etc. É uma forte de pôr a marca FCPorto na cabeça das pessoas. Por exemplo de vez em quando fazer um dia de descontos nas lojas FCPorto. Sortear alguns números de sócios com descontos nas lojas, pôr os jogadores mais próximo dos sócios e adeptos, visitas ao estádio, visitas ao balneário. creio que isto já existe, mas pode ser melhorar e de forma mais veemente. O Museu que vai ser inaugurado poderá ser um bom foco de interesse nos associados. PONTO POSITIVO!!! Ou seja realçar a ligação com o associado e adeptos. Fazer com que o adepto se sinta bem, próximo do clube. É isso que faz com que as pessoas vão à bola, e voltem!! como foi dito e bem por alguns dos anteriores comentários.
-Por último queria só também dizer que o clube deveria bater mais nas parcerias, transportes públicos, autocarros, comboios e metros, restaurantes, cinemas, descontos nos Combustivéis. Este ultimo ponto suponho que já existe.

Alonguei-me um pouco no meu comentário, mas penso que disse tudo :)

VIVA O FCPORTO !!!!

Cumprimentos.

António Sá.

João disse...

Daqui a pouco está a sugerir que recebamos os derrotados no Sá Carneiro com aplausos e ovação de pé como os adeptos do Carnide FC. É o que eu digo, não basta dizermos que somos adeptos exigentes, o "exigentes" não é os Super mandarem o carro do treinador ou de um jogador qualquer para a Express Glass, é exigir na medida em que apoiamos. Podemos não fazê-lo no estádio, parece-me sensato. Mas quando se extinguir a exigência para dar lugar à permanente desculpabilização e mãozinha no pêlo, vamos pelo mesmo caminho do Telheiras FC.

E, como já lhe disseram, goste ou não, não há quórum de adeptos como o Miguel que sustente a tesouraria portanto, goste ou não, vai ter que levar com os "pipoqueiros". E se quer que a "melhor noite da vida dos jogadores" envolva salários em dia, é melhor começar a contar com eles..

Anónimo disse...

Sem falar na Alemanha, onde estão sempre cheios.