segunda-feira, 27 de maio de 2013

Viena, 27 de Maio de 1987: nunca é demais recordar



Faz hoje 26 anos, tal como ontem se cumpriram 9 sobre a vitória de Gelsenkirchen, mas nunca é demais recordar.

A nossa vitória na Taça dos Campeões Europeus de 1987 foi o nosso primeiro êxito europeu, depois de termos sido derrotados na Final da Taça das Taças de 1984. A partir daí vencemos todas as finais europeias em que estivemos presentes, e ainda juntámos a Supertaça Europeia de 1987, além das Taças Intercontinentais desse mesmo ano e de 2004.

Mas um aspecto distingue esta vitória das três que haveriam de seguir-se-lhe. Em Viena, em 1987, claramente não eramos os favoritos, não podendo dizer-se o mesmo de Sevilha 2003, Gelsenkirchen 2004 e Dublin 2011. E a pouco mais de dez minutos do final tudo parecia perdido, até que aqueles dois golpes de génio do grande Rabah Madjer, de que todos nos recordamos, resolveram a questão a nosso favor.

Dessa final recordo a argúcia de Artur Jorge na hora das substituições, lançando os intuitivos Frasco e Juary contra os ponderosos germânicos, que pareciam achar que "já estava no papo"; aquela genial jogada do igualmente genial Futre pelo flanco direito; o grito de vitória do Sousa junto ao arbitro quando este fez soar o apito final; as lágrimas de Pinto da Costa; o entusiástico "egoísmo" do João Pinto, relutante em deixar outro que não ele pegar na Taça; e um Artur Jorge eufórico, ele que nomalmente era um homem bem reservado.

Em Viena em 1987 nasceu o F.C. Porto europeu.




4 comentários:

Silva Pereira disse...

Boa tarde,

Para mim a melhor equipa de sempre e que recordo (infelizmente acompanhei pela TV)..
Lembro-me que ganhei uma aposta a um amigo espanhol pois como se devem recordar o Bayer M tinha tinha eliminado nas meias o Real Madrid e todos os espanhóis achavam que o FCP iria ser esmagado. Na época o FCP era olhado do género que os encornados olharam para o VG, só que os portistas sabiam que o FCP tinha uma grande equipa composta por:
2 Magos como o Futre, Madjer
Carregadores de piano : André e Quim
Pensadores: Sousa e Frasco
Uma defesa de betão em que se destacava o capitão que era entes morrer do que torcer João Pinto e acompanhado pelo GR Mlynarcyk, Celso , Eduardo Luís e Inácio.
Desequilibrador como Jaime Magalhães
Uma gazela: Juary
Comandados por um poeta Artur Jorge e para azar ainda tivemos o grande bi-bota Gomes lesionado .

eumargotdasilva disse...

Concordo! Tivemos outras equipes lindas: jogadores mágicos graças a Deus nunca nos faltaram, mas aquela era quase perfeita de sintonização... Agora queria relembrar, e não desfazendo nos seguintes, que o Mly foi para mim o melhor guarda-redes que tivemos... Pode ser que seja só nostalgia, mas era um gajo sem dias menos bons! Um esteio...

António Viana disse...

Inesquecível. Vi em Évora na companhia de dois amigos benfiquistas. Por incrível que pareça vibraram quase tanto como eu. Outros tempos. Lembro-me que fiquei afónico e só consegui voltar a falar normalmente 3 ou 4 dias depois. E lembro-me do orgulho imenso do meu avô que já quase com 90 anos, pôde ter esta grande alegria pouco antes de falecer. Ele, um velho portista dos tempos gloriosos do campo da Constituição, que tanta almofada atirou do seu lugar cativo nas Antas, furioso com as derrotas do clube. Cartões vi-o rasgar uns 4 ou 5. Tudo por uma paixão que soube transmitir aos netos. E que está a ter continuidade nos bisnetos.

Azulantas disse...

Marco histórico, sem dúvida alguma.

Mas não terá sido o "Parto díficil" de Basileia que deu o fruto de 1987?