segunda-feira, 4 de abril de 2011

Contas à moda do Porto (III)

Há números que dizem muita coisa:

5 nos últimos 6 - 83%
7 nos últimos 9 - 78%
12 nos últimos 17 - 71%
15 nos últimos 23 - 65%
18 nos últimos 27 - 67%
20 nos últimos 34 - 59%
25 em 77 - 32%

7 comentários:

Remígio Manuel Silva da Costa disse...

É bem verdade que os mais jovens, hoje em dia, encontram quase tudo feito...

Iludida disse...

Quem souber como esta música pode chegar ao nosso speaker que o faça!!!

Jesus apaga a Luz!

http://www.youtube.com/watch?v=UUmXykmTSfA&feature=player_embedded#at=31

FCP!!!!!!!!

Mefistófeles disse...

Ai que saudades que os cabeçudos têm da "outra senhora"...

David Duarte disse...

Bom, é preciso parar e pensar um pouco no que se diz! Saudades da "outra senhora"? Não percebo porquê! Apenas pensa assim quem não conhece a historia do futebol português.

A crise do Benfica não começa com o fim da outra senhora, mas 20 anos, repito, 20 ANOS!!, mais tarde. Vejamos. Entre 74 et 94 (antes do penta do FC Porto) o Benfica conquistou metade dos titulos nacionais, 10, enquanto o FC Porto ganhou 8 e o Sporting apenas 2.

Isto significa que houve um dominio partilhado entre Benfica e FC Porto. O que não é novidade nenhuma a questão do dominio partilhado. A diferença é que antes o dominio era partilhado entre Benfica e Sporting. Se ha alguém que tem saudades da "outra senhora", esse alguém é o Sporting.

A crise do Benfica começou em 1995. Dai para cà, o FC Porto ganhou 12 (com o deste ano) titulos e o Benica apenas 2 (como o Sporting e o Boavista 1).

Daniel Gonçalves disse...

David Duarte,

faz todo o sentido pensar que o Benfica tem saudades do tempo da "outra senhora". Não percebe porquê???? Porque com a "outra senhora" a "crise" de títulos que o seu clube sofre/sofreu nunca teria acontecido, o "corporativismo" existente não teria permitido que o Benfica ficasse tanto tempo sem ganhar, os "condicionalismos" existentes na altura imporiam o "status quo" favorável ao seu clube, mesmo que este não demonstrasse possuir a melhor equipa. Situação que uma competição e uma concorrência transparente, com regras pré-estabelecidas, isentas e iguais para todos - como numa sociedade democrática e num Estado de Direito - não favoreceram o SLB, que baseava a sua estrutura desportiva numa realidade política, cultural, social existente nos anos 60 e 70, e que ainda persistia em algo grau nos anos 80.

José Rodrigues disse...

David Duarte,

acho q é óbvio que nestas coisas há uma inércia muito considerável, e os resultados não mudam de um dia para o outro (até pq que eu saiba os árbitros e dirigentes da FPF não foram todos substituídos no 25 de Abril por uma nova geração).

Até nos media se viu isso, com os Alfredos Farinhas a prolongarem-se por muito tempo (e ainda hoje há por aí muita gente que cresceu antes do 25 de Abril, e isso vê-se em certas mentalidades).

Saliento no entanto q nos 15 anos q se seguiram ao 25 de Abril o FCP conseguiu mais títulos do que nos 37 anos anteriores (desde que o campeonato foi inventado); e q dos 10 campeonatos ganhos pelo slb até 1994, 6 deles aconteceram nos primeiros 10 anos (3 deles de rajada após o 25 de Abril).

Para além disso é tb inegável q uma grande quota-parte da responsabilidade pelas vitórias de slb e SCP na ditadura foram por mérito próprio dos clubes (e demérito do FCP).

Mas olhando para os resultados no antes e no depois, é mais do q óbvio q EXISTE uma correlação entre a democracia e os resultados que não é mera coincidência.

A aliança B-S-B durate a ditadura (que contribui para o sucesso dos respectivos clubes) só foi possível com o beneplácito ou até mesmo encorajamento do Regime político, directa ou indirectamente.

Há imensos episódios específicos q consubstanciam esta conclusão, desde o veto político a uma saída de Eusébio para o estrangeiro à re-integração/re-habilitação no slb de um jogador que tinha sido irradiado ao serviço do FCP - e passando por muitos outros.

Os resquícios da ditadura ainda hoje se vêem, ainda que de forma mais esbatida - como disse, a inércia é grande, e para além de gente que manda hoje e cresceu no pré-25 de Abril, certas mentalidades propagam-se mesmo em alguns casos de pais para filhos. Penso que só daqui a 2 gerações é q esse factor terá desaparecido por completo.

David Duarte disse...

José Rodrigues, com essa nuance o discurso faz outro sentido. Porque não se trata apenas de conhecer o futebol português, mas igualmente o que é um regime como o regime fascista (ou mesmo comunista).

O que um regime fascista faz é querer evidenciar o valor da raça e nesse sentido instrumentaliza o que ha de sucesso no pais para seu proveito. Ora o Benfica teve o "azar" de ganhar na Europa e o regime quis aproveitar-se do facto do Benfica ter sido o melhor clube europeu dos anos 60 se tivermos em conta as finais e os titulos conquistados.

Mas reduzir o sucesso do Benfica a esse contexto (sem falar por exemplo que o Benfica foi um clube de resistência : jogadores pertencentes à FRELIMO como o Coluna, principais embros comunistas adeptos e em relação informal com o Benfica) é como querer reduzir o sucesso do FC Porto à corrupção : ou seja é querer tapar o sol com a peneira!