terça-feira, 7 de agosto de 2012

Teodoro nas entrelinhas...

"O Hulk tem contrato, gosta do FC Porto, mas neste momento ficamos todos com um ponto de interrogação muito grande. Por vezes, queremos que um jogador continue, mas as condições não são propícias. Às vezes, os clubes têm de abdicar de um direito, de um jogador ou de uma pessoa para poder manter a estrutura toda. (...) Ele ama o FC Porto, ama a cidade, ama todos aqueles que o têm ajudado. (...) Quem não gostaria de jogar na Premier League ou no Chelsea ou noutro grande emblema? Mas também quem não gostaria de jogar no FC Porto?"
Teodoro Fonseca, empresário de Hulk, em declarações à Rádio Renascença


Entretanto, com Hulk a ficar de início no banco dos suplentes (o desempenho do Incrível nos Jogos Olímpicos tem sido aquém daquilo que era esperado), a selecção canarinha derrotou hoje a Coreia do Sul por 3-0 e apurou-se para a Final, onde irá defrontar o México.

14 comentários:

D.Pedro disse...

Como pode o Hulk Jogar bem se o Brasil joga tão pouco mesmo contra adversarios acessiveis ?!

E o que lhe pedem no FCP é diferente do que lhe pedem na equipa do Brasil ...

José Correia disse...

@D.Pedro
Admito que tenha razão.
Provavelmente as minhas expectativas em relação ao desempenho do Hulk nos JO eram demasiado elevadas, mas do Hulk eu espero sempre o melhor.

RBN disse...

Eu como brasileiro não entendo como o Mano ao invés de jogar com Hulk aberto na direita, recebendo lançamento em velocidade e partindo em diagonal, coloca Hulk mais a meio para ajudar a fechar(?) o meiocampo, perdendo com isso uma arma valiosíssima no (contra)ataque.

Hoje com a Coréia, já na 1ª parte, se ao invés de Damião tivesse sido Hulk a receber aqueles lançamentos, um ou 2 teriam com certeza sido golos, pois ele chegava na bola bem mais rápido que o nº9 brasileiro.

Jogando deste jeito na seleção, sem receber bola como gosta e deveria receber, com os individualismos exagerados das primadonnas Neymar e Marcelo, dificilmente Hulk conseguirá fazer melhor do que tem feito, mas serve como aprendizagem, porque quando for necessário, ele saberá jogar também deste jeito.

E não sei se sou só eu, mas vejo ali na seleção alguma "panelinha" liderada por Neymar, Marcelo e Oscar, onde raramente um deles solta a bola com rapidez, mesmo vendo outro jogador completamente livre para receber o passe, e com isso matam contrataques.E raramente passam a bola a Hulk, não sei se é só impressão minha...

Abraço.

JOSE LIMA disse...

Caro José Correia
Penso que o Hulk ficou "resguardado" para a final. Como a coisa estava a correr bem, só entrou aos 80 minutos.
Quem me surpreendeu positivamente foi o Alex Sandro. Já temos alternativa para o Fernando. Como ele veio para actuar como defesa-esquerdo, imagine-se o que seria se VP o colocasse a jogar no meio campo...
Abraço

Joao disse...

Hulk têm é de perceber que com este empresário não vai conseguir grande coisa...

Com Jorge Mendes Hulk já teria sido vendido por uma porrada de massa!

E o Porto parece ter um problema bicudo para resolver, a questão do salário de Hulk...

Hélder disse...

É notório que não passam a bola a Hulk na seleção. Mesmo quando este tem a bola, nota-se que para não ser apelidado de individualista, a tenta soltar logo. Ainda ontem com a Koreia, passa por 4 jogadores, podia puxar a bola para a esquerda e estoirar, e preferiu fazer o passe... A jogar condicionado, não dá.

RBN disse...

É verdade Helder, eu e muita gente já notamos isso.

Às vezes Hulk está completamente livre e não lhe passam a bola, e com isso quem perde é a equipa.

Por isso é que Messi é o que é, porque joga para a equipa e usa seu enorme talento com objetividade.

CR7 ou Neymar perdem muito tempo em penteados, tatuagens, comerciais de tv e dribles desnecessários, e com isso prejudicam a equipa.

Mas voltando ao tema, Hulk na seleção está muito mal aproveitado, mas acredito que ele será peça importante na final de sábado, porque ao contrário de alguns que tremem nas decisões, Hulk está mais que acostumado.

Abraço.

Silva Pereira disse...

Boa tarde,

Antes demais os meus parbéns, textos excelentes e comentários ao nível.
Concordo em pleno, acrescentaria que o Brasil é á muito tempo controlado por um conjunto de interesses (empresários e seus apaniguados) que associado a treinadores fora do contexto (futebol europeu)se refletem nas más prestações e que a jogarem assim nunca mais irâo ganhar um campeonato do mundo.
cumprimentos

RBN disse...

Caro Silva Pereira, em termos de empresários e etc, concordo consigo, pois a Nike dá um patrocínio principesco à CBF, que assim pode pagar salários aos atletas enquanto estão à serviço do escrete, aliviando os clubes nestes períodos.

Quanto a treinadores fora do contexto, concordo em parte, mas a CBF entende por enquanto que o treinador da seleção tem de ser brasileiro, e quer manter a tradição.

Acho que Mano evoluiu muito desde que lá está, tanto que testou muita gente, observou muita gente e rejuvenesceu a seleção com os sub-20 campeões do mundo em 2011, onde apenas quem destoa é o defesa Juan.

E mostra conhecimento, ao escalar Alex Sandro e Danilo no meiocampo, sinal que já conhece muito bem as capacidades destes jogadores, mas pelos vistos, continua sem conhecer bem TODAS as capacidades de Hulk.

Estes jovens continuando a jogar juntos, reforçados com os 3 acima dos 23 anos(Hulk, Thiago Silva e Marcelo), mais Pato, Daniel Alves, David Luiz, Diego Cavalieri(guarda-redes do Fluminense), Fred(centroavante do Flu) e outros mais experientes, poderão ser uma seleção bem forte em 2014.

E o que diferencia a Espanha dos outros é a quantidade de craques que esta geração produziu, onde são todos bons de bola, sejam titulares ou suplentes.E lembrando que a base da Espanha é o Barça, onde jogam juntos há quase 10 anos, dá para explicar o sucesso espanhol neste momento.

Vale lembrar que na década de 60, a base do escrete eram Santos e Botafogo, onde jogavam Pelé e garrincha por exemplo, mas em 1970 é que Zagallo como treinador ganhou o respeito dos brasileiros, ao colocar 5 camisas 10 na equipa titular(Jairzinho era o 10 do Botafogo e jogou de ponta-direita, Rivelino 10 do Corinthians jogou de ponta esquerda, Tostão 10 no Cruzeiro jogou de centroavante, Pelé 10 do Santos e Gérson 10 no São Paulo jogou de camisa 8).Cada um com humildade e espírito de equipe, sendo supercraques, adaptaram-se facilmente às novas posições em campo e o que houve foi um festival de talento.

Para terminar, se Mano mantiver a base desta equipa, fazendo as primadonnas entenderem que tem que jogar em equipe para o bem do escrete, estaremos fortes.Caso contrário...

José Rodrigues disse...

"E mostra conhecimento, ao escalar Alex Sandro e Danilo no meiocampo, sinal que já conhece muito bem as capacidades destes jogadores, mas pelos vistos, continua sem conhecer bem TODAS as capacidades de Hulk."

Danilo e A. Sandro ja' eram bem conhecidos quando jogavam no Brasil (muito recentemente, alias).

Em geral, onde os treinadores brasileiros costumam demonstrar grande desconhecimento (ou desfavorecimento premeditado) e' nos jogadores q "apareceram" ja' na Europa, ou evoluiram ai' imenso - sendo o Hulk um exemplo (entre tantos).

Vejo nisso um problema de mentalidade, com quem faz carreira (de treinador, jornalistas, dirigentes, etc) no Brasil a nao saber acompanhar os tempos, e nisto refiro-me ao seguinte: mais do q nunca, nos ultimos 20 anos o q mais interessa no mundo do futebol passa-se na Europa. E' ai' q jogam 90% dos melhores jogadores mundiais, e' ai' q ha' mais exigencia, e' ai' q se ve^ tb 90% dos melhores treinadores no mundo.

Ja' vi de experiencia propria (em viagens ao Brasil) q no Brasil ainda ha' muito uma mentalidade de "ilha" e arrogante, torcendo-se o nariz ao q se passa fora do Brasil e demonstrando pouco ou nenhum interesse por ex numa Liga dos Campeoes (bem ao contrario do q observei numa Argentina, por exemplo).

Claro q ha' excepcoes, mas pelo q observo a regra geral e' essa.

Alias, vou fazer uma observacao controversa: pelo q vi, e muito mais do q em qq outro pais, os brasileiros em geral so' querem saber do "escrete" e do seu clube (brasileiro).

Isso ve-se um pouco em todo o lado, claro, mas pelo q vi o desconhecimento geral do q se passa fora do pais e' particularmente brutal no Brasil.

José Rodrigues disse...

"E o que diferencia a Espanha dos outros é a quantidade de craques que esta geração produziu, onde são todos bons de bola, sejam titulares ou suplentes.E lembrando que a base da Espanha é o Barça, onde jogam juntos há quase 10 anos"

Esse ultimo ponto e' bastante mito, sendo frequentemente exagerado.

Dos jogadores mais utilizados na seleccao espanhola actualmente, so' para ai 3 ou 4 deles e' q jogam ha' mais do q 3 anos juntos no Barca (quanto mais 10).

De resto a seleccao q mais promete para o futuro (2 a 6 anos) a meu ver e' a Alemanha. A quantidade de muito bons jogadores q sao muito jovens e' tremenda, na Mannschaft: eles tem portanto uma base para uns bons 6 anos pela frente. Alem disso, certamente q mais alguns vao aparecer nos px anos para juntar ao "ramalhete".

RBN disse...

O problema caro José Rodrigues é que nós brasileiros estamos acostumados a ver a seleção a disputar competições para ganhar, e como é óbvio, o clube lá como cá, é MAIS importante, porque cada um dos 12 maiores clubes do Brasil tem massa associativa maior que a do slbarbies por exemplo, e como exemplo dou o meu Fluminense que só no Brasil tem cerca de 10 milhões de torcedores.

É diferente da seleção portuguesa, que tem como 1º objetivo passar a fase de grupos.

Esta mentalidade de ilha e arrogancia também passa-se cá em Portugal, tanto que pouquíssimos portugueses sabem o que se passa no Brasileirão, assim como pouquíssimos brasileiros se interessam pelos campeonatos europeus.

Aqui estão 90% dos melhores jogadores e treinadores, é certo, mas o centro do mundo para nós são a seleção, os nossos clubes e os nossos campeonatos, porque apesar de estarmos em fase de transição de jogadores e treinadores, ainda somos o país com melhor palmarés na história do futebol, ainda somos respeitados por todos(veja lá a Espanha no mundial 2010, que ao saber do resultado, virou o jogo com o Chile para não pegar o Brasil nos 8ºs de final).

Voltando ao assunto, é certo que há alguma(ou ainda bastante) soberba da imprensa brasileira em relação ao campeonato portugues, que custou-nos um craque como Deco, hoje reconhecido como maestro e um dos melhores do brasileirão pelos próprios brasileiros que o desprezaram.

O que eu queria mesmo do futebol europeu no futebol brasileiro era que o presidente da CBF fosse o Pinto da Costa:-)

Silva Pereira disse...

Boa tarde,
O José Rodrigues complementa o meu raciocínio de que os treinadores…. estão fora do contexto europeu, no entanto parece-me que lentamente estão a mudar estou a pensar na mudança de estratégia na chamadas de jogadores como o Kléber que logicamente nunca mais irá ser chamado á seleção.
Como todos sabemos os jogadores brasileiros adoram a sua seleção (ao contrário da maioria dos jogadores portugueses) e a” inteligência” aprendeu com os casos de Deco, Pepe e muitos outros que jogavam fora do Brasil e que nunca lhes foi dado uma oportunidade, assim “abriram os olhos” e começaram a chamá-los para jogar os amigáveis. Com isso conseguem dois objetivos , o jogador fica na esperança de ser novamente selecionado e mais importante, nunca irá jogar contra o Brasil.
Mas para mim ainda falta dar mais um passo, que é jogar um futebol mais objetivo e mais rápido, às vezes tento ver um jogo dos campeonatos brasileiros e sinceramente não consigo, aliás só consegui ver o jogo de ontem por curiosidade e para ver os jogadores do FCP.
Mais uma vez parabéns pela excelência deste blogue
Cumprimentos

José Rodrigues disse...

"O problema caro José Rodrigues é que nós brasileiros estamos acostumados a ver a seleção a disputar competições para ganhar"

Nao percebo em q e' isso invalida minimamente o q escrevi.

Pois precisamente por querem ganhar e' q deviam seguir com muitissima atencao o q se passa na Europa (seja para observar brasileiros seleccionaveis, seja para observar a concorrencia, seja para analisar o ultimo 'grito' de tacticas etc). Como disse, e' ai' q joga e treina todas as semanas 90% da 'nata' mundial.

Para dar um exemplo extremo, eu se quiser ser excelente em basebol vou prestar muita atencao a' World Series nos EUA, naturalmente. Nao e' tao diferente como isso.

"ainda somos o país com melhor palmarés na história do futebol, ainda somos respeitados por todos"

Mais uma vez nao vejo a minima relevancia para a discussao. Ou melhor, vejo isso como um argumento a reforcar o q eu disse: se querem continuar a ganhar, entao facam um esforco para seguir os brasileiros na Europa e a concorrencia em geral.

Se eu fosse pelo palmares andava a seguir o Nottingham Forest (duas vezes campeao europeu) e nao o Chelsea. Desde quando e' q os palmares ganham titulos?

De resto mau era se o Brasil nao continuava a ser um cronico candidato a vitorias, mesmo dando tiros nos pes (como olhar acima de tudo para o seu umbigo, e por "umbigo" refiro-me ao campeonato brasileiro e nao 'a seleccao): tem pelo menos 3 a 4x mais populacao q os rivais (e tanta ou mais paixao pela pratica do futebol como eles), e o futebol profissional e' para uma grande maioria deles a unica forma de se safarem bem na vida o q faz com q apostem imenso nisso na fase de formacao, ao contrario do q se ve^ por ex na Europa em geral (acho q nem precisava de dar o exemplo do analfabruto do Walter).