sábado, 25 de agosto de 2012

Moncho e o projeto Dragon Force

(JN, 20-08-2012)


(O JOGO, 20-08-2012) 


Tenho sérias dúvidas que um treinador com o currículo e da craveira de Moncho Lopez fique três anos longe de equipas seniores de topo e, ainda por cima, "preso" a um projeto de formação, cujos resultados me parecem muitíssimo duvidosos.

Diz o Moncho que em Portugal se treina muito pouco comparativamente com outros países. Provavelmente tem razão, mas será realista pedir a jovens, entre os 12 e os 19 anos, que façam mais do que três ou quatro treinos por semana, de no máximo duas horas cada, a que acrescem os jogos e deslocações do fim-de-semana?
Que condições existem em Portugal, para os jovens que se destacam no basquetebol (ou noutra qualquer modalidade) poderem compatibilizar os estudos com uma formação desportiva mais intensa, exigente e qualificada? Por exemplo, quantos Centros de Alto Rendimento (locais onde se reside, treina e estuda) existem na Associação de Basquetebol do Porto?

Os jovens da escola de futebol Dragon Force do Porto treinam no remodelado e moderno Vitalis Park e, se forem sócios do FC Porto, pagam uma mensalidade de 30, 45 ou 55 euros, consoante fizerem 1, 2 ou 3 treinos por semana.
Se for criada uma escola de basquetebol Dragon Force no Porto, em que pavilhão irão treinar? E quais serão as mensalidades (a suportar pelos pais dos atletas), nomeadamente se houver a ambição de fazer mais que os normais três ou quatro treinos por semana?

Isto é tudo muito bonito mas, por acaso, o Moncho saberá onde treinam e em que condições os escalões de formação - Sub-12, Sub-14, Sub-16, Sub-18 - do basquetebol azul-e-branco?
Quantos pavilhões desportivos existem na cidade do Porto, com boas condições de treino e disponíveis entre as 18h30 e as 21h00, para poderem ser usados por dezenas/centenas de jovens basquetebolistas dos diversos escalões de formação?
Já agora, o Moncho saberá quantas vezes é que foi dada oportunidade aos jovens atletas da formação do FC Porto para, nos últimos dois anos, irem fazer um treino, ou um jogo, ao Dragão Caixa?

Mas vamos admitir que todas estas dificuldades estruturais eram ultrapassadas e que se conseguia, num horizonte de três anos, formar atletas de elevada qualidade na escola de basquetebol Dragon Force.
E depois, para onde iam jogar?

E, finalmente, a questão principal: de que maneira é que este projecto - escola de basquetebol Dragon Force -, de aposta forte na formação, resolve o problema da sustentabilidade das modalidades de alta competição, particularmente do basquetebol sénior, no FC Porto?

9 comentários:

Anónimo disse...

É preciso é ser positivo.
Força Moncho

Joao disse...

E restruturar a equipa de futebol? Como é possível estar a pagar balurdios em comissões, salários, passes de jogadores e ter as modalidades sem receber um tostão durante grande parte da época?

Estas férias infelizmente "apanhei" uma conversa na mesa ao lado da esplanada. Estavam Greg Stempin e um outro jogador jovem do Porto (David qualquer coisa) com as respectivas famílias. Greg Stempin estava desolado, não recebe (recebia) há mais de 5 meses, o Porto não quer pagar a rescisão do contrato (cerca de 2 milhões de euros)...

Aggghhhhhhh!!!!!!!


Anónimo disse...

Espero que o basquetebol sénior volte!

Anónimo disse...

O FCP paga em despesas de transferencias o que todos os clubes pagam.
Aliás em Portugal é o FCP salvo erro o unico clube que dá publicamente a conhecer todas as despesas com transferencias o que de certo modo até não aprovo por inteiro pos é um pau de dois bicos.

Anónimo disse...

No que toca ao basquetebol parece verdadeiro que o FCP,SAD (de basquetebol atenção) tentou tendo em conta a crise que assola a Europa uma redução de ordenados de 20 ou 30% por cento mas ao que também parece os atletas não aceitaram.

É que a coisa está mesmo muito dificil em todas as actividades e a cada mes que passa se agravam.

Agora como estão as coisas não sei mas suponho que o a SAD de basquetebol se vai extinguir.

Ou seja a vida está muito dificil para clubes e atletas.

Anónimo disse...

Uma coisa é a o FUTEBOL SAD outra coisa as modalidades.

Eu gosto de andebol,basquetebol,voleibol, hoquei, futebol salão etc mas é preciso ver que toda esta malta hoje em dia é profissional e muitas vezes não ganham pouco...o tempo do amadorismo ou até do semiprofissionalismo que permitia a existencia de muitas modalidades parece-me que já lá vai.

José Correia disse...

Força Moncho!
Força Porto!
Sim, claro, mas para que este tipo de "apoios" não sejam ocos e façam algum sentido, é preciso ver em que condições o Projecto vai ser posto em prática.
Ora, actualmente, o FC Porto nem sequer tem um pavilhão desportivo onde os vários escalões possam treinar.

meirelesportuense disse...

Isso que descreve a ser verdade é tremendo para os jogadores que vieram para cá com a perspectiva de tudo iria correr normalmente e acabam assim sem saberem nada do que os espera.Para o Clube também não é bom, o nome sai desgastado, no futuro isto vai ter consequências...

meirelesportuense disse...

Quanto ao Moncho, creio que esta aposta, é mais uma forma de lidar com ele na questão do fim do profissionalismo em basquete, sem criar grandes problemas...Ele pode inclusivé ajudar a sanar algumas situações menos fáceis.