quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Moutinho, Rúben e Souza


Não pensava que o FCP pudesse estar, e muito menos nesta fase de arranque, claramente à frente dos seus concorrentes directos. Obviamente que o campeonato ainda agora começou, mas sempre pensei que iríamos ter um início mais atribulado. E, como a tendência será para melhorar, é possível que o FCP esteja a formar uma equipa competitiva e progressivamente mais confiante. E a praticar um melhor futebol, o que já tomamos como um desígnio da equipa e uma exigência do treinador.

Embora a vitória valha sempre 3 pontos, foi nos jogos mais difíceis que estivemos a um nível superior. Ainda não esmagámos, mas fomos claramente superiores aos adversários nos jogos com o SLB e SCB. Contra a Naval e o Rio Ave, fomos superiores, mas não fomos suficientemente consistentes.

A defesa está a melhorar. Fucille e Otamendi são opções credíveis, sendo que o primeiro funciona tão bem na direita como na esquerda. Na frente o trio actual deverá manter-se, mas falta-nos um avançado. Temos o Falcão, o Walter e o Hulk como recurso. É muito pouco relativamente à concorrência e à rotação que o treinador será obrigado a recorrer para a equipa se apresentar de forma condizente em todas as provas em que participa.

No meio campo é que (ainda) a coisa não funciona tão bem como é desejável. Se Fernando e Beluschi estão em crescendo e a preencher funções que antes não desempenhavam, pois o primeiro já sobe e constrói, enquanto o segundo, sem perder o perfil de play maker, pressiona mais e defende melhor, considero, ao invés, que Moutinho e Rúben ainda estão longe da produção que prometiam. Lutam, mais o primeiro que o segundo, mas têm sido pouco decisivos ma última fase de construção. Entram pouco nas faixas para permitir as diagonais aos alas, e quase não arriscam em movimentos de ruptura.

Creio que não é apenas um problema de adaptação. O Moutinho e o Rúben eram as referências das equipas a que pertenciam, que se estruturavam em função do perfil de cada um, o primeiro um permanente motor em alta rotação, o segundo mais criativo e explosivo na última fase de construção.

Obviamente que nem um nem outro confirmaram (ainda) as qualidades demonstradas e ainda são personagens à procura do ritmo certo. Oxalá continuem a porfiar e não desistam. É que naquela zona do terreno têm de contar com o Souza que vai ser uma certeza, pois nos minutos que jogou provou um enorme potencial, e Guarin que tem predicados que o tornam muito útil, em jogos que exijam mais músculo.

Ukra, Castro, Rafa e James não conto muito com eles, enquanto espero que o Rodriguez não se acomode, pois se recuperar a sua melhor condição física é uma opção válida para jogar na ala esquerda.

"Bigorna" é o nome de guerra de Walter, um avançado brasileiro possante, capaz de esburacar defesas sólidas e possuidor de um pontapé forte e bem colocado – por isso o apelido. Walter é um jogador polivalente, capaz de actuar como segundo avançado ou como ponta-de-lança fixo, embora tenha características de jogador mais móvel e capaz de explorar os espaços vazios. Este é o cartaz. Falta comprovar.

Helton dá-me toda a confiança e tem sido uma surpresa como capitão. Muito bem!
Este FCP não é vintage, mas tem futuro. Desejo ao AVB toda a sorte do mundo. Acho que o seu trabalho será decisivo no progresso da equipa.

1 comentário:

Pacheco disse...

Acho que é injusta a avaliação do Ruben. Apesar do pouco tempo de utilização (se não me engano) é o jogador com mais assistências para golo (somando todas as competições).

Não obstante, acho que em geral todos os Portistas estão curiosos para ver o Souza mais tempo em campo.

À excepção dos avançados, acho que temos um banco de respeito.