Não sei quanto a vocês, mas para mim esta nossa participação na edição deste ano da Supertaça Europeia foi tudo menos uma boa experiência. E falo desde a convocatória até ao apito final (nunca assisto à posterior entrega do troféu quando o FCP não é o vencedor, para evitar um prolongar desnecessário do sofrimento).
Dou-me mal com o ficar, inicialmente, apenas a torcer para não sermos goleados e, depois, quando o resultado nem é assim tão pesado, encher o peito e ficar a reclamar do árbitro: "E se aquele penalty fosse marcado, nem sei se o Barcelona ganharia...".
Evitemos, pois, uma análise "à lá scp" (também os de Alvalade, da última vez que vieram ao Dragão, reclamaram que só perderam por uma decisão errada do árbitro perto do final) e, ao invés, reflictamos sobre os aspectos sobre os quais temos controlo.
Primeiro aspecto: deveremos dar-nos por satisfeitos com o "11" que apresentamos perante tão grandioso adversário?
Na época passada, apesar de termos uma grande equipa, particularmente na sua vertente ofensiva, a verdade é que sentimos grandes dificuldades nos dois jogos contra Sevilha, Villarreal e também em Moscovo, contra o CSKA.
Ora, se assim foi contra estes adversários, nesta época que agora se inicia, com a nossa participação na Champions e também neste jogo do Mónaco, seria prudente aparecermos reforçados no que à componente defensiva diz respeito.
Porém, na prática, a única diferença, até ao momento, foi a substituição de A.Pereira por Fucile na lateral esquerda. (Também é certo que VP parecia apostar em Souza em vez de Fernando, mas até isso deixou de ser uma certeza, após aquela alteração na parte final do jogo do Principado.)
Globalmente estaremos mais fortes, defensivamente falando, este ano? A resposta parece óbvia.
Mangala chegou tarde. Não seria a contratação de um defesa-central o assunto mais prioritário, pré-saída de Falcao?
É que acabou por ser o último/penúltimo a chegar...
Álvaro Pereira quer e vai mesmo sair, mas por que razão não pode jogar enquanto vai e não vai?
Esta era uma partida especial, contra um grande adversário, alguém acredita que ele se iria retrair?
Os jogadores com mais qualidade devem ser sempre os escolhidos, com mais razão ainda quando o adversário nos é superior.
Esta sua ausência prolongada, deixa apenas uma mensagem ao seu potencial comprador: "Não se preocupem que, mais milhão, menos milhão, ele vai mesmo acabar por ir para o vosso clube."
E chegamos ao ponto mais polémico: James não teria sequer lugar no banco?
Bem, parece que aqui o factor emocional passou um bocado ao lado.
O nosso adversário de sexta-feira, por exemplo, parece ter um ponto de vista diferente nestas coisas: Fàbregas, chegou num dia e jogou apenas dois dias depois. E logo contra o Real Madrid...
E, claro, é obrigatória a pergunta: em termos de rotinas e de adaptação rápida, tem mais hipóteses alguém que chegou duas semanas antes (Defour) do que alguém (James) que até fez a pré-temporada, vem com ritmo de competição e já cá anda há mais de um ano?
E o que dizer da utilização, a titular, de um atleta que, apenas 3 dias antes, não contava para nada nas contas desta época, que nem sequer estava inscrito para defrontar os Feirenses e Olhanenses da nossa ligazinha?
Como é que, de repente, lhe são oferecidos 70 (longos) minutos contra a equipa mais difícil do Mundo?
Muito provavelmente, mesmo o com nosso melhor "11" possível, perderíamos de igual forma, tão forte era a oposição. Porém, dessa forma, teríamos a vantagem de poder dormir com a consciência tranquila, de que tudo que estava ao nosso alcance teria sido feito.