sexta-feira, 2 de maio de 2008

A fantochada continua


«Carolina Salgado queixou-se no piquete da Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa, por alegados crimes de injúrias e ameaças, através de telemóvel, cometidos por um seu ex-amigo íntimo durante o segundo semestre de 2006. A participação foi feita há três semanas, quando, teoricamente, já tinha caducado o direito de queixa. Mas a ex-namorada do presidente do F. C. Porto alegou que só tomou conhecimento das injúrias poucos dias antes, momento em que "conseguiu ligar um telemóvel que se encontrava avariado".

Esta denúncia contra Paulo Lemos foi comunicada pelo advogado de Carolina ao juiz do Tribunal de Instrução Criminal do Porto, Artur Guimarães Ribeiro, que decidiu mandá-la para julgamento no processo em que foi acusada pelo Ministério Público por autoria moral de crimes de incêndio aos escritórios de Pinto da Costa e do advogado Lourenço Pinto, e de ofensa à integridade física grave e qualificada contra o médico Fernando Póvoas, ambos na forma tentada. E visaria descredibilizar a principal testemunha do caso, que acabou por ser acusada por crime de dano, por não ter concretizado os propósitos imputados a Carolina (os incêndios) e cometido apenas estragos diminutos.

O juiz aceitou incluir no processo o documento referente à queixa, mas salientou que, mesmo admitindo-se que as mensagens foram enviadas por Lemos, tal facto acaba por confirmar o seu depoimento, designadamente quanto à relação próxima e sentimentos para com a arguida.

Nuno Brandão, advogado de Fernando Póvoas, assistente no processo, estranhou a data de tomada de conhecimento das alegadas injúrias ocorridas há ano e meio. Isto porque, para aquele crime, é de seis meses o prazo-limite de apresentação de queixa, a partir do conhecimento da ofensa. Disse-se, também, surpreendido pelo facto de o dito telemóvel não ter sido mostrado ao juiz de instrução, para aferir da credibilidade da testemunha, e que a queixa tenha sido apresentada na PJ/Lisboa. Como tal, o caso pode ser investigado em Lisboa.

Recorde-se que Carolina chegou a negar ter tido qualquer relação com Paulo Lemos e procurou descredibilizá-lo devido a sucessivas mudanças de depoimento.

A procuradora Teresa Morais, do DIAP do Ministério Público do Porto, acabou por acreditar na confissão do ex-amigo de Carolina, uma vez que a sua versão coincidiu com os dados fornecidos pela facturação detalhada e localização celular do seu telemóvel e o de Carolina, quanto à descrição dos factos nos dias em que terão acontecido os crimes na forma tentada.

De acordo com a decisão, consultada pelo JN, que manda Carolina para julgamento, o juiz conferiu credibilidade a Lemos exactamente pela mesma razão. Este foi um dos processos que deu origem a uma investigação da Procuradoria-Geral da República, a cargo do procurador-geral-adjunto, Agostinho Homem, ainda em curso relativamente a várias situações conexas ao Apito Dourado, designadamente o depoimento de Ana Salgado, irmã de Carolina e duas cartas anónimas.»
in JN, 02/05/2008

Esta notícia, publicada no JN de hoje, é mais uma situação que ilustra a “enorme credibilidade” da “ponta-de-lança” do Ministério Público (como lhe chamou Pinto da Costa numa entrevista dada à ‘Visão’) nos processos contra o FC Porto.

Com que então, só agora “conseguiu ligar um telemóvel que se encontrava avariado”!...
Quem se terá lembrado de instruir a ex-alternadeira para apresentar esta justificação ridícula para um atraso de quase dois anos numa queixa?

Mais. Se Carolina e o seu ex-namorado Paulo Lemos viviam no Porto/Gaia, se os factos ocorreram no Porto, porque razão a queixa foi apresentada na Polícia Judiciária em Lisboa?
Será que se esqueceu de onde fica a PJ no Porto? Ou terá sido aconselhada e, quiçá, mesmo acompanhada na ida à PJ de Lisboa, por algum dos seus novos amigos (Leonor Pinhão, Luis Filipe Vieira ou Pedro Rita)?

A estratégia seguida por Carolina Salgado em relação ao seu ex-namorado e cúmplice em vários crimes, já tinha sido denunciada e desmontada em Outubro de 2007, no blog ‘Jornal O Portuense’.

Sustentar uma acusação numa testemunha com a “credibilidade”, “coerência” de versões e curriculum criminal de Carolina Salgado – assumiu ter encomendado uma coça a um vereador da câmara de Gondomar e, comprovadamente, roubou uma extensa lista de bens a Pinto da Costa (que a GNR teve de ir buscar a casa dela) – é ilustrativo do que é a (in)Justiça portuguesa. Fantochada semelhante nem no Zimbabwe de Mugabe...

Olhando para os contornos deste caso, todo ele cheio de vícios e manobras, não acredito que haja algum juiz que condene Pinto da Costa. Contudo, se estiver enganado, é melhor começar a pensar em emigrar para um país a sério.

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