sexta-feira, 16 de maio de 2008

A Guerra


O FCP desde que foi apanhado na teia do Apito Dourado perdeu muita iniciativa e tem reagido sempre muito na defensiva. Provavelmente seria difícil fazer outra coisa. Com o Apito Final, e com o FCP castigado e PdC suspenso por dois anos, os que sempre conspiraram contra nós viram confirmadas as acusações, firmadas nas denuncias que ajudaram a compilar.Obviamente não lhes basta.

Não querem apenas o castigo do eventual prevaricador. Exigem ganhar com isso. É um sentimento de vingança e de oportunismo. Querem sangue, como os vampiros. LFV se não foi capaz de vencer na frente desportiva – não tem qualidade para isso – quer passar história, como uma espécie de Átila do futebol, pronto a desencadear as maiores tiranias, junto do inimigo.


Com efeito, quem julga que esta é apenas uma pequena batalha entre o SLB e o FCP, está enganado. Trata-se de uma guerra, informalmente declarada pelo SLB, que se serve de todas as armas e da Imprensa embedded, para nos causar o máximo de danos. Acresce, que se julgam nesse direito, porque gozam de uma moral superior: nunca foram condenados e nas suas vitórias só houve glória, enquanto nós já fomos condenados e todas as nossas vitórias estão cheias de pecado. Sempre a superioridade da raça subjacente.

Como no tempo da Inquisição: querem lavar os ímpios do pecado e se possível exterminá-los, para o que mobilizam o aparelho e as forças vivas do clube; contam com o apoio das instâncias que gerem o futebol e o silencio inocente de um aparelho de estado submisso e centralista, sob o manto diáfano de uma Imprensa que o idolatra. Querem retirar-nos da CL e substituir-nos lá. Não lhes basta: reclamam que nos seja retirado o estatuto de instituição de utilidade pública.


Os homens estão a exigir a nossa cabeça. Retirar-nos da história. Temos que provar que temos cabeça e a sabemos usar. Mais do que cânticos, mais ou menos, obscenos sobre o SLB, é preciso ir à luta. Sem violência, mas determinação e firmeza.

O primeiro passo de não estar presente no Jamor nos camarotes oficiais deve manter-se, mas é apenas um sinal. Temos de combater, ser mais eficazes e marcar mais “golos”. Temos que chamar as nossas forças de elite para a guerra.
A presença na AR e o jantar com os amigos de Lisboa, é bem mais importante que ir ao jantar de cerimónia organizado pela FPF. São sinais. Mas, temos de ousar ir mais além. A nossa luta tem de se travar na Liga e em todas as instâncias desportivas e públicas: não abdicar dos nossos direitos e da nossa capacidade de intervenção. Somos inteligentes, somos activos, então há que prová-lo de forma institucional e informal. Temos muita gente boa, é preciso tocar a reunir.

Era bom que neste processo, fossem aparecendo outros dirigentes, o que não significa meter o PdC numa gaveta. Temos, ao que parece, dirigentes com pergaminhos e há que levá-los à luz da ribalta. Quero um FCP sem vergonha, diversificado na sua representação, sem medo e com capacidade de iniciativa. Vamos lá juntar os nossos cérebros e dar a volta ao texto. Temos que ser capazes: com muita luta e sem violência. Em todos os locais em que o bom nome do FCP ande pela lama.

E, por favor, falem aos sócios, aproximem-se mais de nós. Não somos tropa de choque, mas estamos dispostos à luta. Vivemos em sobressalto sob o enigma da justiça, cujos corredores não conhecemos. São sombrios: escondem ambições, vaidades, compromissos e, por isso, os tememos. Sentimo-nos longe da Direcção, nós que queremos estar tão perto.

Contem connosco: FCP Sempre!

4 comentários:

Nelson Carvalho disse...

O ataque está ser feroz e bem demonstrativo de que por detras de pedidos de limpeza e transparencia do futebol, está um ódio mesquinho por quem lhes viu derrubar no terreno de jogo o dominio do e no futebol Portugues.

De facto, mais do que nunca pede-se que os Portistas sejam solidarios entre si, que juntem esforços para lutar contra quem nos quer derrubar. E direcção deve ter um papel importante neste aspecto, com abertura e dialogo com os sócios, para que estes possam corresponder as suas necessidades.

José Correia disse...

Retomando parte do que escrevi no artigo http://reflexaoportista.blogspot.com/
2008/05/um-dragao-sem-chama.html

proponho, desde já, o seguinte:

1) Até que sejam encontrados e punidos os informadores do 'Correio da Manhã' existentes no CD da Liga, o FC Porto deve cortar relações com todos os órgãos sociais desta Liga de Clubes, mantendo apenas os contactos mínimos institucionais a que seja obrigado.

2) O FC Porto deve considerar persona non grata todos os elementos dos órgãos sociais desta Liga, os quais devem ser informados, publicamente, de que não são bem vindos nos jogos disputados no estádio do Dragão. Contudo, como os regulamentos prevêem que os mesmos tenham lugares reservados no camarote presidencial, o FC Porto deve avisar essa gente que nenhum dirigente da FCP SAD os receberá, nem ocupará lugares nesse camarote ao seu lado.

3) O FC Porto deverá solicitar reuniões à UEFA e à FIFA com carácter de urgência, de modo a expor as suas razões sobre este assunto. Nessas mesmas reuniões deverá apresentar um conjunto de documentação e vídeos sobre casos do futebol português, com ênfase para os escândalos que ocorreram na época 2004/05 e que passaram impunes.

4) O FC Porto deve iniciar contactos com os clubes e SAD's amigas, no sentido de preparar uma lista alternativa para as próximas eleições da Liga de Clubes.

Jorge Aragão disse...

O que vale é que isto são fogos fátuos, só para impressionar e demonstrar do que estavam à espera quando orquestraram esta teia toda.
Veja-se mais uma vez este pasquim que enche mais uma página com o FCP ... e já são duas suguidas ... quando até aqui apenas nos davam duas linhas nas nossas grandes vitórias.
Concordo com os comentários, mais que nunca temos de estar unidos e lutar com alma e imeginação, a começar em oeiras já no domingo com um apoio cerrado à equipa e ao Presidente.

cesario disse...

-Eu não sou portista mas tal facto não me impede de encarar os factos com seriedade e de os tratar como tal; factos e não convicções.

Presentemente tenho que confessar que já não consigo calar a minha revolta e estupefacção pelo momento que atravessa Portugal.

Assistimos, neste momento, ao assassinato social de uma personagem pública, em absoluto frenesim mediático e perante o gozo, finalmente alforrio, de três quartos do país.

Pinto da Costa é o seu nome e atrás dele arrasta-se pelo chão o nome do clube a que ele preside - o Futebol Clube do Porto.

Na entrega dos Globos de Ouro, onde o Jesualdo Ferreira recebeu o galardão de treinador do ano, as vaias e apupos que se ergueram só não foram mais explícitas na transmissão televisiva

por causa das palmas pré-gravadas; esta reacção fez-me corar de vergonha como se tivesse sido eu o alvo. Perante a audiência das elites mediáticas sufragou-se o nojo do país por tal clube e

presidente.

No dia seguinte a um outro espectáculo mediático, este o da leitura da sentença da Liga de Clubes, publicaram-se notícias sobre a perda de sigilo bancário de Pinto da Costa em relação a

contas de empresas suas, vítimas de denúncias de Carolina Salgado. Quando o inimigo cai no lodo não se deve cometer o erro estratégico de o deixar levantar; as solas das botas servem para

alguma coisa.

Mas afinal qual a causa que levou, finalmente, à condenação, não dos tribunais – que estes são o que sabemos – mas em sede da opinião publica (desportiva?), do homem por causa de quem

foi formada a segunda equipa especial de investigação do Ministério Público em toda a história da terceira república em Portugal. Antes desta só uma foi criada e foi-o para investigar um

outro fenómeno de "proporções equivalentes": as FP 25 de Abril.

O que está aqui em causa não é se ele é corrupto ou não. Eu disso não sei e se o for não sei se é muito diferente dos que o perseguem, inclusive dos que dirigem o meu clube.

O que está aqui em causa são duas acusações específicas, ocorridas numa determinada data, envolvendo determinadas pessoas. Acusações que são o corolário de anos de investigação por

parte da mais cara e mais "independente" equipa de investigação em Portugal e que continuamos a pagar como se não houvesse problemas mais graves a resolver neste pais. Por mais que

alguns queiram, não se trata de absolutamente mais nada.Todos os que comentam este caso confessam, em privado ou na televisão, o seu desconhecimento do processo, mas no entanto

louvam a coragem da condenação.

Como é possível? Que estado de loucura é que nos atingiu? De certeza que não é por causa das escutas telefónicas que Pinto da Costa será condenado, porque se for, não se compreende por

que é que as escutas que mostram Luís Filipe Vieira, João Rodrigues e Veiga a escolher árbitro e pedir favores, e que foram publicados nos mesmos jornais, não deram origem a processos.

De certeza que não é por causa do testemunho de Carolina, porque em qualquer parte do mundo ela não seria considerada uma testemunha credível. Não por causa do seu passado de

alterne, mas porque é uma companheira desavinda e com pronunciada e notória intenção de denegrir o antigo companheiro. Para além disso nunca conseguiu apresentar qualquer prova do

que afirmou, exibindo apenas testemunhos contraditórios. E testemunhos valem o que valem. Todos podemos dizer mal ou bem de quem nos apetecer.

Pinto da Costa é condenado porque existe uma generalizada convicção de culpa. De que é corrupto e que arquitecta os resultados do clube a que preside à mais de vinte e cinco anos e que

portanto este não os merece e que lhes deviam ser retirados. Esta convicção continua a ser uma convicção e não uma certeza, depois do falhanço da toda-poderosa equipa de Morgado em

apurar factos novos e emancipados da Carolina. Neste momento a equipa da eminente magistrada investiga transferências de jogadores do FCP e mais recentemente empresas de Pinto da

Costa para apurar fugas ao fisco. Tudo com base nas informações de Carolina. Já não se trata de futebol. É a procura de um ponto fraco, do calcanhar de Aquiles. Trata-se de um inimigo que

urge abater a qualquer custo. Se doer melhor.

Eu nisto não me revejo. E quem possui, então, esta convicção tão forte que até se confunde com uma certeza? Esta convicção que desmobiliza qualquer interesse sobre aspectos legais ou

morais e apenas direcciona para o pelourinho. Os adeptos do Porto não a têm, claro.Têm-na os adeptos dos seus dois clubes realmente rivais, os quais constituem perto de três quartos dos

adeptos em Portugal. E como é possível que massas tão colossais de pessoas tenham crenças tão parecidas ou tão diferentes? A explicação não me parece difícil.

Todos se lembram do campeonato ganho pelo Sporting em 1999/2000? Pois o Sporting chegou ao último jogo com dois pontos de vantagem sobre o Porto, depois de o segundo ter sido

"roubado" de uma forma – mesmo eu tenho que admitir - inacreditável, por Bruno Paixão em Campomaior. Os meus amigos portistas ficaram cabalmente convencidos da corrupção desse

campeonato que lhes roubou o "Hexa".

No ano seguinte o mundo do futebol escandalizou-se com a benevolência com que o "sistema" permitiu ao Boavista molhar a sopa em praticamente todos os relvados do país, deixando uma

esteira de mortos e feridos nas fileiras adversárias.

Em 2001/2002 o Sporting ganhou um campeonato em que os adeptos contrários se indignaram com o número de jogos resolvidos com penaltis. As suspeitas foram como de costume

descomunais

.Em 2004/2005 o Benfica arrecadou um campeonato invulgar, pisando com pezinhos de lã o que se convencionou chamar de "passadeira vermelha". Mais uma vez foi grande e generalizada a

revolta e a suspeita.

Ora, este curto parágrafo contém a descrição de todas os campeonatos ganhos por equipas adversárias do Porto desde 1994 e isto é que constitui o cerne do problema.

Basta aplicar a fórmula explicada em cima para se perceber o porquê do ódio ao Porto e da convicção, por parte dos adversários, da sua culpa e da do seu presidente que tem permanecido o

mesmo. Neste país ninguém ganha por merecimento. Tudo ganha na batota.

Ganhasse o Porto dois campeonatos por década e era um clube simpático e o presidente um tipo culto que até declama poesia, passe a pronúncia.

É claro que existe corrupção no futebol.Ninguém é ingénuo. No futebol e na politica, nas modalidades amadoras e sociedades recreativas. A corrupção existe onde existem interesses.Nas

mesas de café, por entre cervejas e tremoços, os amigos e conhecidos repartem amigavelmente estas histórias e convencimentos, riem-se do golo que marcaram com a mão e ofendem-se

com a vista grossa feita à bola que bateu em pelo menos 15% do ombro e portanto deveria ser penalti.

Falta apenas o catalisador de todas estas energias, positivas e negativas e o catalisador são os media. No momento em que escrevo este texto não sei quantas pessoas o vão ler, mas se o fizer

na televisão sei que vai ser escutado por milhões. Os dirigentes dos clubes que não ganham o suficiente, ou então velhas comadres desavindas, extravasam os seus ódios e dissimulações

nos meios de comunicação e catalisam todas as frustrações dos adeptos que conduzem da mesma forma que os políticos gerem os povos nos comícios e mesas de voto.Temo que o processo

tenha ido longe demais e apenas a justiça civil tenha oportunidade de repor o estado de direito que permanece na aparência mas que foi suspenso de facto. Nesta sociedade, quem acusa tem

que provar, não o contrário. Nesta sociedade, perante a justiça, causas iguais originam processos iguais. Não pode haver descriminação.Não pode haver perseguição. Aquilo que está aqui em

causa é apenas demonstrar se os dois acontecimentos de que Pinto da Costa é acusado são provados ou não. O resto é política, mediatismo ou clubite. Quando a chacina de uma pessoa por

causa de campeonatos ou outra coisa tão mesquinha como esta, é permitida - gostemos da pessoa ou não da pessoa, e eu não gosto - mais vale passarmos mudarmos de vida. No fim, o trago

será sempre amargo.

Assim não vale a pena.