segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um novo calendário futebolístico

«O presidente do Bayern de Munique, Karl-Heinz Rummenigge, sugeriu esta segunda-feira um novo calendário futebolístico. (...)
"O calendário pode ser alterado da seguinte forma: oito meses para o campeonato, Liga dos Campeões e Liga Europa; dois meses para as selecções nacionais com dez ou doze jogos e dois meses de paragem, incluindo quatro semanas de férias e quatro semanas de preparação", explicou o alemão à "Kicker". (…)
"Os clubes, na condição de empregadores, não podem aceitar que os calendários sejam determinados por despacho e que os jogadores sejam disponibilizados gratuitamente. No caso de não se chegar a um consenso, haverá procedimentos para o Tribunal de Justiça da União Europeia", advertiu o presidente dos bávaros.»
in record.pt


aqui tinha abordado este conflito latente entre os interesses da FIFA/federações e o dos clubes. Tal como escrevi na altura, é inaceitável continuarmos num modelo em que as despesas são dos clubes, enquanto que os lucros são das federações e da própria FIFA. Parece-me óbvio que algo tem de ser feito e estas declarações de Rummenigge, que também é presidente da Associação Europeia de Clubes, são claras quanto a isso.

7 comentários:

Pedro disse...

parece-me muito bem. esse género de calendário iria mudar um pouco as capacidades q um seleccionador nacional deve ter para alcançar o sucesso. deixaria de ter de ser apenas uma pessoa capaz de motivar os atletas, penso eu, iria ser necessária uma maior abordagem e preocupação táctica.

Alexandre Burmester disse...

Há apenas um problemazinho com essa ideia de recorrerem ao Tribunal Europeu de Justiça: a FIFA e a UEFA têm a sede fora da União Europeia. E o mesmo se aplica, claro, às federações dos países não membros da UE.

meirelesportuense disse...

Mas é claro que existe aqui um nítido aproveitamento das federações Nacionais do trabalho e da matéria-prima dos Clubes Profissionais sem que aconteça a devida correspondência financeira...Isto tem sempre duas leituras, os jogadores mais requisitados são sempre mais valorizados, mas também correm riscos acrescidos e esses riscos, têm que ser cobertos por alguém...As Federações devem segurar devidamente -na proporção exacta dos seus contratos- os jogadores que a representem, sem isto os Clubes podem e devem negar-se a ceder-lhes os seus elementos...Nem mais.

eumargotdasilva disse...

Isto até fazia muito sentido, mas não sei quem vai marcar esses dois meses de competição das selecções - o lado de baixo ou o lado de cima do Equador!
Ou seja, é inviável uma coincidência de datas: a Rússia e os países escandinavos tinham a taça "foot-ball on ice" e na faixa equatorial tínhamos a taça "40 graus à sombra"...

Quanto ao resto, todos sabemos, quem ganha mais são sempre os agentes e os pratocinadores e os "pobres jogadores", de forma que não vejo os clubes a poderem fazer nada senão ladrar...

Paulo Marques disse...

Aqui, os clubes a defenderem o lado empresarial.
Para a semana, já vão defender o lado desportivo e dizer que um jogador só pode mudar de contracto no regime de servitude permitido, que são instituições de interesse público, etc.
Isto de ter poder sobre as massas é porreiro.

Azulantas disse...

Parece-me justo, desde que o tempo para as selecções seja bem programado (8 semanas espalhadas pela época regular) e aumentado em anos de Euro ou Mundial (10 semanas).

José Correia disse...

Não sei qual é a ideia/proposta exacta do Rummenigge, mas imagino algo deste género:
Clubes (pré-temporada) – 1 mês: Agosto
Clubes (competição) – 8 meses: Setembro – Dezembro + Fevereiro – Maio
Selecções – 2 meses: Janeiro e Junho
Férias – 1 mês: Julho