Na sequência do artigo anterior do João Saraiva, em que ele chama à atenção para algumas declarações de Fernando Gomes, efectuadas aquando da apresentação do estudo “Competição fora das 4 linhas” (1), há dois quadros que fazem parte desse estudo e que são elucidativos.
Evolução do modelo de financiamento dos clubes/SADs portugueses:
Evolução dos resultados anuais, com e sem transferências:
Olhando para estes números, é fácil perceber que este trajecto é insustentável.
(1) Estudo acerca do futebol profissional em Portugal, encomendado pela Liga a uma equipa do Centro de Estudos em Gestão e Economia Aplicada da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica, no Porto, o qual contou com a colaboração de peritos da Deloitte.
5 comentários:
JC desculpe a minha ignorância contabilistica, mas a minha preocupação vai por inteiro para o nosso clube, fácilmente e hipoteticamente falando seria possivel a venda dos direitos desportivos de HULK, FALCÂO e J.MOUTINHO, teriamos um encaixe superior a 100 milhões, temos ainda felizmente a separação entre CLUBE e SAD, sinto-me bastante satisfeito com a relação entre resultados desportivos e financeiros do nosso clube, mas se estiver enganado gostava de ser elucidado,este estudo e estes quadros falam dos clubes em geral, já que para chegar a estes números foi preciso ter os balanços de todos, podiam tambêm esclarecer clube a clube, até porque há clubes modestos quase sem passivo, meter tudo e todos no mesmo saco e depois não individualizar, não é para mim de bom tom, agradeço uma melhor elucidação.
VIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO
@paulop
O FC Porto tem tido um desempenho desportivo extraordinário e, nos últimos anos, um desempenho financeiro equilibrado, para o qual muito têm contribuído as transferências de jogadores.
Se nos próximos anos as coisas continuarem assim e se, paralelamente, for possível reduzir o endividamento bancário, penso que estaremos bem.
O problema é que o FC Porto tem sido, não diria um oásis, mas uma excepção no cenário calamitoso em que está o futebol profissional português. Situações como as do Farense, Salgueiros, Boavista, Estrela Amadora não aconteceram por acaso e, se nada for feito para inverter a tendência, atrás destes irão outros.
E, meu caro, o futebol português não pode ficar resumido a FC Porto, slb, SCP, SC Braga, V. Guimarães e pouco mais.
Caro paulop
Muito bem observado, meu caro. Este estudo bate estrondosamente nas ventas do Vieira. O “meter tudo no mesmo saco” é mesmo “para Inglês ver” e, não ferir susceptibilidades. Repare, por exemplo, que o Braga com Orçamentos de “meia dúzia de tostões” tem conseguido excelentes performances desportivas. Se analisarmos as Contas desde que LFV assumiu a presidência, verificamos que aumentou o Passivo da gerência Vilarinho em 5 vezes. Se compararmos com os títulos ganhos então é uma catástrofe: Em 10 anos ganhou 2 campeonatos e ambos com batota: o Campeonato do Algarve e o Campeonato dos Túneis.
Naturalmente que os 3 grandes são os que mais pesam nestas análises colectivas, o que distorce todo o raciocínio, não sendo possível extrair com uma simples “regra de três” uma média fiável. Sendo difícil explicar neste breve comentário toda a estrutura dos Balanços, poderá verificar abaixo pelos indicadores dos Passivos, os índices mais significativos das diferenças entre o nosso Clube e o seu mais directo adversário, o Benfica, já que, quanto ao Zbórdem, com as recentes operações financeiras conduzidos por JEB e GL, desconhecem-se os números actuais. Teremos que aguardar pelas próximas Contas, o que só acontecerá lá para Outubro.
Pelos dados expressos nos Relatórios e Contas relativos ao 1º Semestre da época 2010/2011, ou seja no período compreendido entre 1 de Julho e 31 de Dezembro de 2010, verifica-se que:
O nosso Clube apresentava de Activo 190M€ e de Passivo 161M€ sendo o Passivo Financeiro (incluído nos 161M€), de 68M€. Como sabe o Passivo Financeiro é MESMO aquilo que se deve. O restante Passivo poderá ser maior ou menor conforme os Resultados que já venham de Balanços anteriores, e/ou os investimentos e amortizações efectuados.
A “instituição”, em igual data, apresenta os seguintes números: Activo 383M€ e Passivo 374M€, sendo o Passivo Financeiro (incluído nos 374M€) de 214M€. Importa realçar que, enquanto o Estádio do Dragão, pertence ao FC Porto, o estádio da “instituição”, pertence à SAD, o que, aumenta artificialmente o seu Activo. Um estádio não é um Activo “vendável”. Só o arrastaram para a SAD para fugir à falência técnica. Considera-se “falência técnica” quando o valor do Passivo é superior ao Activo. Estes estudos tem que ser muito bem analisados e dependem de quem os “encomenda”. Ainda hoje um pasquineiro do JN, a propósito dos encargos de 6 autarquias com os Estádios do Euro, tenta misturar “os clubes do Porto”, com as despesas dos estádios que essas autarquias construíram. O imbecil deve ignorar que, a CMP, não construiu nenhum estádio e, aliás, tudo fez para obstaculizar a construção dos Estádios do Dragão e do Bessa. A única coisa que lhe competia era, como é de sua obrigação, construir os acessos às infra-estruturas que melhoraram a cidade. O pasquineiro deve ter-se confundido com os milhões gastos nos calhambeques ou, com a anedota em que Rui Rio transformou a nossa Avenida dos Aliados.
Abraço
Parabéns ao "JOSE LIMA" pelo seu comentário, não sendo nunca demais repetir que a "instituição" mascara a sua falência com a inclusão do estádio no seu activo!
Sempre pensei que um dia, o Estado Português iria salvar a "instituição" comprado-lhe o estádio e seguindo o exemplo da Ferreira Leite que lhes aceitou como penhora por dívidas ao fisco, as acções que não tinham cotação na Bolsa nem valor de mercado fiável!
Mas... agora com a crise da "dívida soberana"... creio que tal já não será possível! Enfim... no meio desta enorme desgraça em que o nosso País está metido, resta-me esta boa esperança para alegrar o meu coração!
José Lima obrigado pelos esclarecimentos.
VIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO
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