sexta-feira, 31 de julho de 2009

Os serviços mínimos nem sempre bastam

Entrou bem o Porto a movimentar-se a preceito nos primeiros 10 minutos. Falcão teve uma excelente jogada individual e num centro remate rasgado, nem a bola entrou nem Varela lhe chegou. Ficou a promessa (de um bom jogo) que não chegou a ser cumprida.

O AVilla ameaçou pelo lado direito, e acabou por marcar logo de seguida num centro rasgado que Heskey em posição duvidosa desviou para a baliza, quase a meias com Fernando que tentou o corte in extremis. A defesa do FCP esteve mal e Bruno Alves, muito longe da sua zona de influência, atentou mais na perseguição do seu adversário directo (que tinha recuado) que no equilíbrio da zona que lhe compete cobrir.

Apesar do golo sofrido, continuámos a jogar devagarinho e nem sempre a ligação entre o meio campo e a linha ofensiva saiu fluente, e raramente conseguimos levar perigo à baliza adversária. Varela tentava as diagonais, Meireles os passes de ruptura, mas as boas intenções não produziam qualquer efeito.

Ao contrário o AVilla, embora com menos posse de bola, sempre que chegava próximo da nossa área era um susto. Uma boa jogada do lado direito ia dando golo, após um bom centro e um excelente remate de cabeça de Carew que saiu ao lado, com o Nuno a fazer-se ao lance de modo desajeitado.
Varela continuava bastante em jogo, mas raramente dava a melhor sequência aos lances. Meireles, sempre em evidência, episodicamente caído sobre a direita, teve um remate de meia distância muito bom que o guarda redes, muito atento, defendeu bem.

No seguimento de uma série continuada de jogadas perigosas e duma acção trapalhona da defesa do FCP, o AVilla chegou ao o 2-0 na sequência de um canto. Fucile afastou a bola que foi bater no peito de Bruno Alves e sobrou para um adversário que só teve de rematar com calma, jeito e força para o golo. O FCP ficou mais longe de chegar à meia final. Uma equipa acomodada, rotinada no controlo, pouco concentrada nas acções defensivas e muito pouco acutilante nas acções ofensivas.

Na 2ª parte JF procedeu a algumas substituições, trocando Meireles por Tomás Costa, Varela por Hulk e Guarin por Beluschi. Entrámos mais diligentes, pressionantes, mas também mais trapalhões. Raramente demos velocidade ao jogo (excepção a Hulk) e jogámos demasiado com o coração. Muitos passes perdidos pela sofreguidão, pelo cansaço e pela pertinácia do adversário.

Bruno tentou o remate de longe, Hulk também, cruzaram-se muitas bolas, mas nem a expulsão de Heskey nos trouxe oportunidades de golo claras.
Ao contrário do FCP que continua a tirar muito pouco proveito da marcação de livres, o AVilla ainda mandou uma bola à trave na sequência de um canto. O FCP sem grande inspiração continuava a empurrar o adversário para dentro da sua área e quando espreitava o golo, lá estava o guarde redes adversário que, apesar de suplente, fez uma exibição muito segura.

Marcámos já nos descontos de grande penalidade, por Hulk, após falta assinalada numa jogada do próprio. Não merecemos ganhar, entramos demasiado descontraídos e saímos extenuados, pois tentamos sempre virar o resultado através de uma agressividade pouco eficaz, porque raramente cumprida de forma organizada e servida por executantes inspirados.

Não temos que nos queixar, senão de nós próprios. A equipa continua sob avaliação. Hulk bem (o FCP é Hulk e mais dez, o que não me agrada nada), Maicon é reforço, APereira menos bem tendo acusado cansaço, Fernando em bom nível, embora falhe ainda demais na fase de construção e Meireles, sem estar mal, esteve pouco atento nas tarefas defensivas.

Bruno regular mas algo displicente, e Guarin e Tomás Costa estiveram longe de actuar a um nível razoável. Tal como Farias que andou perdido, sem bola e jeito para encontrar espaços. Falcão teve uma excelente jogada e pouco mais. Varela não se mexe mal mas não resolve bem os lances e Mariano oscilou entre a forma habilidosa ou trapalhona como abordou os lances e não conseguiu ser regular. Fucile mais uma má exibição e Belluschi seria o jogador para pausar o jogo e ritmá-lo, mas não foi capaz. Ficou na retina, um grande passe para Hulk que terminou num portentoso remate que o guarda redes defendeu muito bem.

Rodriguez está ”feio” de gordo, muito longe ainda da boa forma, mas esteve perto do golo numa emenda na pequena área que o guarda redes adversário não deixou entrar.

Dito isto é conveniente referir que o AVilla trabalhou muito, como diria Octávio, e defendeu-se com tudo e teve no seu guarda redes a melhor figura em campo. Mesmo em desvantagem numérica foi à frente e levou algum perigo à baliza do FCP. Nada a dizer quanto à vitoria que acabou por lhes sorrir. Obviamente que o mérito da sua vitória encontrou algum espaço no demérito nosso. Mas não é sempre assim?

Tirando o dinheiro que deixamos de ganhar, a nossa presença neste torneio foi muito útil. Gostaria de ver um FCP mais de conquista e menos de controlo, sobretudo com adversários que não nos são superiores. Dos resultados feitos até ao momento não há muita queixa, quanto às exibições, esperemos por melhores dias.
No Domingo para a Super Taça vamos avaliar um pouco melhor o que vale este FCP, ainda em construção. A equipa segue dentro de momentos.

5 comentários:

dragao vila pouca disse...

Como eu sempre afirmei, para mim, os jogos de pré-época, devem ser encarados como treinos, rodar e dar minutos aos jogadores, ensaiar esquemas, ao fim e ao cabo, mesmo sem ser a doer - valer pontos e troféus -, ver quem é quem. Este ano, com a participação na Peace Cup, outros interesses se levantaram e colocaram-se os resultados à frente daquilo que deve ser o trabalho da pré-época.
Assim houveram jgadores que praticamente não jogaram e como a pré-época acabou, não tiveram oportunidade de mostrar o seu valor. Se bem conheço Jesualdo, ou arrasam como Hulk em Alvalade para a Taça e ganham o lugar, ou então vão jogar 5 minutinhos no campeonato - se estivermos a ganhar por mais que um golo... -, na Intercalar e na Taça da Liga.

Não adianta estarmos a criticar muito o Jesualdo, o futebol de Jesualdo, ele é assim e não vai mudar nunca. Seremos mais uma vez, uma equipa forte fora e menos forte em casa. Seremos empre uma equipa, que se marcar primeiro, recua as linhas e depois, nas chamadas transições rápidas acaba com o jogo e ganha, mas também seremos uma equipa que vai ter dificuldades, sempre que o adversário marcar primeiro e tiver de ir atrás do prejuízo.

Sobre os jogadores: vou esperar para ver, até porque, por exemplo do Falcao, já vi coisas boas, mas também coisas más.

Um abraço

Nuno Nunes disse...

Não vi o jogo mas por aquilo que vi dos 2 jogos anteriores, o FC Porto está claramente sem fio de jogo e sem uma voz de comando no meio campo. A derrota vai fazer o clube colocar os pés na terra e pensar nas correcções a fazer. Há que arrumar os cepos e tranquilizar os novos e se possível fazer uma alteração de cada vez no onze titular. Muito trabalho para refazer novamente a equipa e com isso teremos outra vez tremideira no começo de campeonato.

condor disse...

Tambem eu não vi o jogo,já que não tenho spor lb tv!
Pelo que leio e ouço não perdi grande coisa,acho no entanto que perdi algo deveras importante:foi marcado um penalty a favor do Hulkc!
Nem tudo foi mau...

José Correia disse...

A 2ª parte foi claramente melhor que a primeira, o que não é de admirar, visto que o Hulk só entrou ao intervalo.

Na 1ª parte o trio atacante era composto por Varela, Mariano e Falcao.
Se nos lembrarmos que na época passada o trio atacante era composto por Rodriguez, Hulk e Lisandro está quase tudo dito.

Ainda por cima, no triângulo do meio-campo, jogou Guarin em vez de Lucho...

Volto a dizer que é preciso dar tempo ao Jesualdo, mas não lhe peçam milagres, nomeadamente quando os jogadores que são colocados em campo não têm comparação com os titulares da época passada.

Jorge disse...

Derrotas em pré-época não me preocupam. O Aston Villa não é uma equipa melhor que o FC Porto mas jogou com mais inteligência, eficácia e melhor capacidade física, para não falar no cabrão do Carew que consegue proteger a bola como poucos. O que me lixa é que o futebol jogado não tem sido bom, e o cansaço é evidente. A Supertaça é já prá semana e ainda não consigo atirar um onze. É uma época que começa a meio-gás, mas é o que temos e é o que vamos atirar para a fogueira!

Jorge
http://porta19.blogspot.com