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Cabrita tinha insistido, durante toda a semana, na jogada tipo : bola em Chalana, corte para dentro, fuga veloz na direcção da grande área, até bater no primeiro obstáculo, (leia-se adversário) que lhe aparecesse pela frente, se possível dentro da grande área, ou então muito perto. Talvez bastasse !
E bastou : Chalana cumpriu exemplarmente o que lhe tinham pedido : correu, fintou, flectiu para dentro, bateu e depois de uma brilhante meia pirueta mergulhou com estilo sobre a linha. O árbitro zelosamente marcou grande penalidade. Jordão transformou e lá fomos até França onde cumprimos um bom europeu : Portugal foi eliminado nas meias finais pela equipa da casa, por 3-2.
Não obstante o relativo êxito da nossa campanha, um jovem não conseguiu esquecer aquela queda. Tinha assistido ao jogo da Luz e ficou siderado com a simulação de Chalana e pelo facto do crime ter compensado. Apesar de ser um patriota, a sede de justiça falou mais alto. Decidiu cursar direito e jurou que – se Portugal não pedia desculpa à URSS porque o império implodiu – haveria de ser ele a pôr ordem no Futebol em Portugal e acabar de vez com as simulações, a bem da verdade desportiva nacional.
Haveríamos de ser um exemplo para o mundo da bola, e sempre que possível à custa daquele clube do Norte que já por essa altura treinava a chama para ser o melhor e, por isso, serviria optimamente como suspeito.
O célebre golo de Maradona, com a mão de Deus, pô-lo definitivamente na trilha do desporto, da justiça, contra todos os hereges que invocassem o nome de Deus em vão e viciassem a verdade desportiva, sobretudo a sujeita à denúncia pela Comunicação Social do costume.
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Lisandro foi o meio para atingir esse fim. Vale mais tarde que nunca. Desde que assumiu tão sábia condenação, tirou um pesado fardo de cima dos seus ombros. Sente-se aliviado e feliz. A sua auto-estima aumentou. Que se cuidem, os simuladores, nomeadamente os desse clube do Norte !
Detesta essa gente (excepção a Rui Rio), as neblinas, o frio vento do norte, o granito. E Pinto da Costa.
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Obviamente, que o toque não deve ter sido dado com intensidade suficiente, senão o homem só podia ter caído. Então, como haveria de ter sido marcada a grande penalidade ? Se não parece, não é. Cair, eis a questão. Saber cair, eis a forma.
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Ou seja, se Lisandro caísse em mergulho com cambalhota e mortal para trás, de certeza que não seria acusado de simulação, pois tinha agido conforme as regras da física a que o CD está obrigado a dar cumprimento.
De futuro, vamos ter bola e circo. As cambalhotas e os mergulhos têm de ser virtuosamente encenados, a bem da verdade desportiva e para ganhos futuros dos concorrentes do costume, que se andam a treinar para o efeito. Rui Costa chamou Chalana para finalmente o incumbir de uma tarefa : ensinar a rapaziada . Ele sabe como se faz !
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A paz voltou ao reino. Proença é um árbitro no bom caminho para a reabilitação, Ricardo Costa é esse Homo. Um homem com alma da gente da 2ª. Circular. Portugal no seu melhor !
1 comentário:
Estou de acordo com tudo o que o meu amigo nescreveu,excepto com isto:
ricardo bosta é o nome do RAPAZ que se fez "homem"??? Homem?Mas o gajo não passa de um rapazola!
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