domingo, 21 de junho de 2009

As partilhas dos passes dos jogadores


No decorrer da ultima semana, nas paginas do jornal O Jogo e em declarações a diversos órgãos da comunicação social, Teodoro Fonseca, um dos colaboradores do empresário Juan Figger, dono de 50% do passe de Hulk, afirmava que quem bater 40 milhões de euros (valor de clausula de rescisão) poderia resgatar o jogador. Porem o FC Porto só teria direito a metade dessa verba, ou então, caso decidisse manter o atleta no plantel, teria largar 20 milhões de euros para resgatar o remanescente do passe.

Com valores deste nível de grandeza, é facilmente perceptível que os Dragões dificilmente conseguirão garantir uma maior percentagem dos direitos de Hulk. Esta situação tem levado muitos adeptos portistas a questionar se não deveria a SAD garantir logo à partida a totalidade dos direitos dos jogadores que tem sob contrato. O caso de Hulk é apenas mais um entre vários, tal como Rodriguez, Cissohko, Sapunaru, Miguel Lopes, Maicon ou Alvaro Pereira, só para citar alguns exemplos.



É certo que momento das vendas fica um certo travo amargo de boca por ver o FC Porto prescindir de parte significativa das verbas para outras entidades, ou empresários. Acrescente-se ao facto de ser o clube o maior responsável pela formação e posterior projecção desses atletas. Porem, no momento em que estes ilustres jogadores desconhecidos chegam ao Dragão, a partilha dos direitos é também uma forma de dividir os riscos na sua aquisição.

Há também os casos de Lucho, Lisandro e Anderson, que chegarão ao FC Porto já com nome no mercado, sendo que a parceria dos seus passes com outras entidades, foi uma boa forma de a SAD conseguir deitar a mão a jogadores que de outra forma nunca alcançaria. Os ganhos desportivos nestes casos foram e têm sido inquantificáveis, e até já houve um tremendo retorno financeiro no caso do jogador brasileiro.



Por ultimo, mas não menos importante, a cedência de parte dos direitos económicos a terceiros, torna-se um estimulo para que estas entidades no futuro previligiem o FC Porto como parceiro estratégico para contratar, formar e elevar ao estrelato novos craques. Pede-se apenas a maior transparência possível nestes negócios, e que sejam prestadas à entidade reguladora de capitais (CMVM) os dados concretos dos mesmos, o que nem sempre tem sido norma nestes casos.

5 comentários:

PABAR 76 disse...

Como existem as clausulas de opção de compra no caso dos empréstimos, que são fixas, quando um clube adquire uma percentagem do passe deveria ficar acertado o valor do restante mesmo que com variáveis consoante o sucesso do jogador. Em relação ao Hulk penso que o F.C. Porto deve renovar-lhe o contrato e aumentar a clausula de rescisão. Penso que isso os clubes aindam podem fazer...

sirmister disse...

No caso de licha, lisandro ou anderson, o valor a pagar pela restante percentagem do passe ficou acordada a quando da compra, por isso é previsível que o mesmo se passe com hulk ou Rodriguez, o caso do cissokho é diferente uma vez que quando o fcp o comprou o setubal só detinha 60% do passe, sendo que o empresario não deverá ter tido na altura muito interesse em vender a parte qure detinha porque por norma os jogadores valorizam no FCP.

Nelson Carvalho disse...

Sirmister disse: «No caso de licha, lisandro ou anderson, o valor a pagar pela restante percentagem do passe ficou acordada a quando da compra, por isso é previsível que o mesmo se passe com hulk ou Rodriguez(...)"

Caro Sirmister, tomando como verdadeira a noticia que veio no jornal O Jogo a meio desta semana, o FC Porto se quiser adquirir os restantes 50% do passe de Hulk que pertencem ao empresário Juan Figger, terá forçosamente de negociar com o dito empresário para tomar posse da totalidade dos direitos do jogador. Não há, portanto, um valor estipulado para a compra do restante passe.

E como o empresário deve estar bem ciente da valia do jogador, é obvio que caso o FC Porto queira negociar a compra de uma maior percentagem do passe terá de abrir os cordões à bolsa.

Na mesma noticia refere mesmo que se alguem, por hipotese, oferecer os 40 milhões da clausula de rescisão, ao Porto só resta a opção de comprar o restante passe por metade dessa verba, ou libertar o jogador.

Pelo que já tem sido dito na comunicação social, o FCP está tentar negociar o aumento da clausula de rescisão, talvez com uma melhoria contratual do Hulk.

Mas pessoalmente não acredito que haja já neste defeso um clube disposto a pagar 40 milhões pelo Hulk. Pelo menos não consta que o Florentino Perez ande a deitar o olho para os lados do Dragão. ;-)

sirmister disse...

Eu tambem li essa noticia no jornal, mas tendo em conta os ultimos negócios acho pouco provável que o clube não tenha fixado um preço pelos restantes 50% do passe do jogador (claro que não será pelo mesmo valor que os primeiros, tanto no caso do lucho como no caso do lixa foram mais caros 85%)


ps: já agora se fosse aplicada essa percentagem o valor a pagar pelo restante passe de hulk seria 10M de euros.

José Correia disse...

Quando um jogador é caro, faz todo o sentido que a FC Porto SAD compre apenas uma parte do passe do jogador. Foi o caso do Luis Fabiano, Lucho, Lisandro, Anderson, Sapunaru ou Hulk.
Contudo, num cenário destes, deve obrigatoriamente ficar desde logo fixado o custo da percentagem remanescente do passe. Não faz sentido que o empresário ou o detentor do restante passe, beneficie da “montra FC Porto” e da valorização do jogador na mesma proporção da SAD, pela simples razão que não corre qualquer risco.

O que também não faz qualquer sentido é que a FC Porto SAD não compre a totalidade do passe, quando o jogador em causa custe menos de 1 milhão de euros. Ainda hoje estou para perceber porque razão é que inicialmente a SAD comprou apenas 60% do passe do Cissokho.