sexta-feira, 19 de março de 2010

Transparência - o caso dos 31 milhões

Diz um ditado popular que "o segredo é a alma do negócio".

Tal como com a maior parte dos ditados populares, penso que haverá também neste um misto de verdade com uma simplificação exagerada.

No caso da FCP Futebol SAD, há limites externos impostos no grau de secretismo, ditados pelo facto de sermos uma sociedade desportiva cotada em Bolsa. As nossas contas são (e têm de ser) públicas, com um mínimo de detalhe e seguindo as normas adequadas. Além disso a SAD comprometeu-se há muitos anos com a BVL (agora Euronext) em comunicar publicamente "factos relevantes", como no caso de contratações e vendas de monta (de jogadores).

Para além disso penso que a "ciência" do secretismo está em saber que factos e informação manter em segredo, e que informação passar em público. Naturalmente, no primeiro campo devem-se situar, sem dúvida, aspectos decisivos (e não públicos ou evidentes) que constituem uma verdadeira mais-valia na competitivade desportiva. Isso começa, naturalmente, pelas palestras do treinador no balneário e passa pelos planos de contratação ou venda futura de jogadores.

Já no que diz respeito aos valores das contratações (e vendas) de jogadores, não vejo qualquer vantagem competitiva em guardar segredo, uma vez negócio feito: primeiro porque não é verdadeiramente segredo (valores não oficiais, que não devem longe da realidade, aparecem nos jornais, e o total gasto em contratações aparece nos R&C); segundo porque não vejo que vantagem competitiva é que o slb nos ganha ao saber que afinal pagámos 5 milhões pelo jogador "x" e não 4 ou 6, como se "disse nos jornais".

Sendo assim, e apesar de haver mais transparência nas nossas contas hoje do que antigamente, o que é de saudar, continua a ser insuficiente - algo que se pode virar contrar a própria SAD.

Vamos a um exemplo concreto: ficámos a saber através do R&C semestral que de 1 de Julho a 30 de Dezembro gastámos 30,7 milhões € em passes de jogadores.

A maior surpresa (negativa, pelo menos para mim) é de que o R&C diz que 84% desse valor se explica por um número de aquisições e o "restante investimento está, essencialmente, relacionado com a aquisição de 25% de T Costa".

Ora isso equivale a dizer que pagámos quase 4,8M€ (16% de 30,7) por 25% de T Costa - ou por outras palavras, que ele valerá 19M€ (ou perto disso).

Custa-me muito a entender que a SAD troque 4 a 5M€ hoje (que muito jeito dariam para outras coisas) por um hipotético lucro futuro nesse "investimento", na esperança de uma venda superior a 20M€, no caso específico de T. Costa. Será por isso que Pinto da Costa se referiu a ele em Dezembro como a "contratação de Inverno"? Avaliado nesse valor, pudera...

Escusado é dizer que uma operação de tal envergadura não teve direito a comunicado oficial, enquanto operações em compras de passe de valor mais baixo (por ex. 60% de Falcao por 3,9M€) já o tiveram. Qual o critério sobre o que é ou não comunicado (se é que existe)? Não se vislumbra qualquer lógica, até porque já tivémos uma contratação de quase 10 M€ (Anderson) cujo valor de aquisição nunca foi comunicado (só ficámos a saber mais tarde depois da venda ao Man. Utd).

De resto os 31 milhões não batem muito certo com o que veio a público (e das 8 operações de compra de passes efectuadas neste período só duas é que foram comunicadas à CMVM - a de 50% de Belluschi por 5M€, e a de 60% de Falcao por 3,9M€ - logo não sabemos ao certo como se dividem os 31 milhões).

Ora se adicionarmos a esses 8,9M€ (e baseando-me em notícias de jornal, não havendo comunicação oficial) uns 4.5M€ por Prediger, uns 2M€ por 50% de Guarin, uns 3M€ por 30% de Fernando, uns 4M€ por 40% de Falcao e 4.7M€ por 25% de T Costa... sobram uns 3.5M€ por explicar.

Parte da explicação (?) reside no comentário no R&C de "encargos aquando da renovação do contrato de Hulk", que foi prolongado por um ano (sem que se comprasse qualquer % do passe). Que "encargos" serão estes não sei; especulo que ou "bónus" ao jogador pela renovação, ou comissão a intermediários (numa operação destas?) - mas não tenho a certeza que estes valores possam ser considerados contabilisticamente como "imobilizado". O aumento de salário não foi concerteza, já que é um custo corrente registrado em "custos com pessoal".

De resto ficámos também a saber que foram gastos 2,4 M€ em comissões a intermediários em operações de compra de passes (uma transparência recente que é de louvar). Mais uma vez, não sei se isso está contabilizado como "imobilizado" (e não FSE) - ou seja, incluído nos 31 milhões - ou não; é bem possível que sim, e a ser o caso os números começam a bater mais certo.

Mas o que é certo é que estas discrepâncias e a ausência de comunicação pública na grande maioria das aquisições de passe joga contra a SAD, já que dá munição à desconfiança de muitos portistas (o dinheiro "que não se sabe para onde foi", como se queixam alguns - de certeza que todos conhecemos portistas que mandam "bocas" do género).

Tenho a certeza que há uma explicação lógica e legítima para as discrepâncias e pontos de interrogação, mas essa falta de transparência acaba por se virar contra a própria SAD pela desconfiança gerada entre muitos adeptos - e não me acredito minimamente que ganhemos qualquer vantagem competitiva em relação aos rivais por não esclarecermos se a compra do jogador X foi afinal por 3, 4 ou 5 milhões.

30 comentários:

Unknown disse...

parabéns pelo artigo! a falta de transparencia so prejudica a SAD, é exiguivel q os numeros sejam dados publicos apos a conclusao dos ditos negocios. A nao ser q a SAD nao queira comentarios n'A biblia aos seus "optimos" negocios (serao optimos?)... eu sempre ouvi dizer "so esconde quem tem algo a esconder." O fcporto tem o dever (CMVM) e a pressao (socios) de se pronunciar sobre os negocios que faz, se nao nem os proprios socios podem avaliar a gestao...


O que mais me constrange no meio disto, é q o clube esta a precisar de paz, poucos escandalos, poucos tribunais (parece q o PdCosta teve la ontem) e poucos namoriscos! o clube precisa de TEMPO para trabalhar, pensar e elaborar um plano de volta às conquistas! O sucesso trabalha-se e nao e por causa de 27 anos de sucesso q o presidente n vai ter q trabalhar... agora mais do que nunca! nunca o acusarei de falta de trabalho, ate q me provem o contrario. Max era neste momento q o fcporto precisava daquelas contrataçoes bingo.. e para isso é preciso trabalhar!

Agora, isto nao e possivel se o presidente tiver q planear as audiencias no tribunal, se o departamento juridico estiver preocupado em prestar justificaçoes, se for so o DrAntero Henrique a comandar o plantel e, essencialmente, se houver um distanciamento do presidente.

Quando fomos tri, PdCosta disse: "e no meio da nossa euforia, e no meio da nossa grande vitória, e no meio do grito CAMPEÕES, nós vamos... ignorá-los, c desprezo q merecem os vermes, c desprezo q merece quem nao presta, com desprezo d quem faz o odio a sua razao de viver! Nós vamos ganhar, nos vamos continuar a ganhar, porque nós somos UNIDOS!"

revi-me neste discurso, fantastico presidente, é assim q nos queremos continuar. Nao deixe q este trunfo nos fuga, principalmente para o eterno rival!

PS: O fcporto se ganhar a taça da liga no domingo iguala o numero de titulos gerais do benfica. estes anos todos estao a ter resultados. estamos perto de nos sagrar o melhor clube portugues. vamos deixar q isto se desvaneça?

fiona bacana disse...

A sociedade contemporânea mudou e continua a mudar by the minute e a FCP SAD continua a portar-se como se vivesse num país com fronteiras físicas:

«Mais à frente, Augusto Aguiar Branco, advogado de Alexandre Magalhães, focou a questão da contabilidade das comissões referentes à aquisição e venda de jogadores, situação que Fernando Gomes explicou perante o juiz, mantendo como fundamental a não-divulgação dos contornos dos negócios, mas apenas o seu valor global, sem especificar detalhes. "Os accionistas têm o direito de pedir um esclarecimento a título particular, mas nunca para divulgar os pormenores dos negócios, como as comissões pagas e os seus contornos, porque estaríamos a expor o modo de actuação da SAD e, como toda a gente sabe, o segredo ainda é a alma do negócio", apontou. »

A questão é, Dr. Fernando Gomes, que a maior parte das vezes nem sequer o valor global é divulgado.

cumps
canossa

Bernini disse...

Gustavo disse:
Max era neste momento q o fcporto precisava daquelas contrataçoes bingo.. e para isso é preciso trabalhar!

Nem mais, Gustavo... os meses que se seguem são fundamentais, ou a próxima época é bem planeada ou arriscamo-nos e mais um ano a ver a banda passar... E não me digam que a SAD pensa bem o futuro do Porto, porque se assim fosse não tinha andado no ultimo verão atrás dos jogadores pretendidos pelo Benfica nem tinha deixado a contratação de um avançado (que há tanto (precisavamos) para os 2 últimos dias do fecho do mercado...

Quanto ao post está excelente e é muito pretinente, precimante numa altura destes em que paira a desconfiança por alguns membros da SAD...

José Rodrigues disse...

"A questão é, Dr. Fernando Gomes, que a maior parte das vezes nem sequer o valor global é divulgado."

Ora nem mais.

A comunicação do custo de aquisição só acontece em menos de 25% do número de aquisições. Pegue-se no exemplo desta época: de cerca de 40M€ gastos em passes, só 16M€ é que foram comunicados (Falcao, Belluschi, A Pereira e R Micael: 4 operações de aquisição de passe em 12 ou 13).

E mais - nem sequer obedece a qualquer critério. O custo de aquisição dos 60% (iniciais) de Falcao por 3,9 milhões foi comunicado, mas o custo de 25% do passe de T. Costa (q pelos vistos foi de valor superior) já não. E o exemplo mais flagrante foi o custo de Anderson (perto de 10 milhões), que nunca foi comunicado.

Eu não peço sequer que nos comunicados ponham o nome dos intermediários e a comissão que receberam... isso seria óptimo para evitar suspeições, mas não peço tanto.

O q peço apenas é q comuniquem o custo total de aquisição (incl. passe; "luvas" para o jogador, a haver; e comissões), sistematicamente. Apenas e só. Do tipo: "comprámos x% do passe do jogador Y num custo total de Z M€".

E se tal não acontece hoje parece-me que não é porque isso iria revelar segredos que prejudicariam a nossa competitividade. Porque é que o custo (inicial) de Falcao não é um segredo importante, mas o custo dos 25% do passe de T. Costa já o é? A mim parece-me é que acham que os adeptos não iriam aprovar da decisão se soubessem disso, o q não é uma razão legítima para guardar segredo...

Até porque o custo (total) das aquisições não é segredo nenhum, está no R&C; se fosse, até compreendia um bocadinho melhor que quisessem guardar segredo dos valores individuais.

Bernini disse...

José, esses 4,8 milhões por 25% do passe do Tomás Costa são mesmo verdade?? E foi uma percentagem adquirida recentemente, ou foi aquando da sua transferência para o Porto?

Unknown disse...

so aqui entre a comunidade portista... De fonte segura, soube q o passe do Orlanda Sá custou à volta de 4-5milhoes...
Este tb n tinha sido revelado n entendi porquê, mas...

Nao acham isto um exagero de dinheiro?

Se clhr e por ixo q eles n divulgam os valores. Esperava mais da SAD em termos de olheiros

José Rodrigues disse...

Bernini escreveu: "José, esses 4,8 milhões por 25% do passe do Tomás Costa são mesmo verdade??"

Bem, é o que está escrito no R&C, como expliquei no artigo. Se a SAD se enganou ou mentiu no R&C... isso já não sei, claro.

Estes 25% foram adquiridos entre Julho e Dezembro de 2009. Quanto aos 75% iniciais, esses nunca foram comunicados oficialmente mas dizia-se que teria sido cerca de 3,5M€, o que a ser verdade quer dizer que ele nos custou uns 8M€ na totalidade.

Ficámos também a saber pelos R&C e fazendo umas contas de subtrair que pagámos recentemente 2,1 milhões por 20% de Fernando, o q basicamente equivale a dizer q a SAD pensa q vai vendê-lo por mais de 10 milhões (caso contrário porquê fazer a compra?).

Esta compra já me parece fazer muito mais sentido do que os 25% de T. Costa.

Gustavo,

Quanto ao O. Sá, só temos 60% (ou pelo menos era assim a 31 de Dez). Na altura os jornais diziam q esses 60% teriam custado uns 3M€ (equivalente a avaliá-lo em 5M€), logo o q dizes não é surpresa.

Pessoalmente tb me parece muito (e disse-o na altura quando o comprámos), já que não me parece q ele tivesse demonstrado desportivamente no Braga valer 5M€.

António Pista disse...
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Bernini disse...

Confesso que estou estupefacto com esses números apresentados... Como é possível pagar tanto dinheiro por jogadores como o Tomás Costa e o Orlando Sá? O primeiro, apesar de ser um titular indiscutível no Rosário Central, não chegou com grande currículo...dois golos apenas, um dos quais de penalti, e raras assistências para golo...o que para um centro-campista parece-me muito pouco.
Quanto ao Orlando Sá o caso ainda é mais grave. Esteve emprestado pelo Braga ao Maria da Fonte onde marcou meia dúzia de golos. Depois no Braga muito raramente foi utilizado. Toda a gente apenas o conhecia pelos jackpot dos 4 golos marcados contra a Espanha pelos Sub-21. E agora pergunto...como é possível pagar tanto dinheiro por um jogador sem nenhuma prova dada, além de que o Braga recebeu o passe de alguns jogadores como Alan? Para os lados de Braga alguém se ficou a rir...

Anónimo disse...

Mais do que os confusos critérios de comunicação à CMVM e do que as comissões e outras confusões e ininteligibilidades (bom exemplo destas últimas são os "encargos aquando da renovação do contrato de Hulk"), coisas que me incomodam mas não me surpreendem, eu fico estarrecido é com o que se pagou pelo Tomás Costa e com aquilo que pelos vistos a SAD pensa que esse jogador vale - perto de € 20 M! Está tudo louco ou quê? E depois ficam muito chateados por as pessoas manifestarem a sua perplexidade!

José Rodrigues disse...

"O primeiro, apesar de ser um titular indiscutível no Rosário Central, não chegou com grande currículo...dois golos apenas, um dos quais de penalti, e raras assistências para golo...o que para um centro-campista parece-me muito pouco."

Os (oficiosos) 3.5M€ pelos 75% do passe até nem me chocam: foram um bocado puxados, mas aceita-se, com maior ou menos dificuldade. Agora os 25% agora por 4 a 5M€ é q me parece, desculpem a palavra, uma estupidez pegada.

Quanto ao O. Sá, veio de facto com valores altamente inflacionados (veio com a mesma valorização do R. Micael, e compare-se o percurso dos dois).

Ainda por cima foi contratado acabado de sair de uma operação grave e com muitos meses de recuperação pela frente (sabendo-se lá se ia recuperar a 100%, por boas indicações médicas q tenham saído da operação). Pelos vistos uns clubes chumbam jogadores por causa dos dentes, outros não têm problemas em pagar milhões por gajos de muletas...

eumargotdasilva disse...

quanto à SAD dever ser transparente, nenhuma dúvida, quanto a não se referirem os montantes especificadamente, prefiro isso a uma apresentação de valores fabricados e mentirosos;
quanto aos valores pagos - eu não sei se entendo muito bem os vossos raciocínios! eu acho que só se pode saber se valeram a pena os valores de compra depois de efectuada a venda; antes disso pode-nos parecer tudo e mais alguma coisa, mas é só um feeling ... como o problema nos dentes afinal só nos beneficiou, talvez o "gajo de muletas" ainda venha a ser uma mais-valia...

Pedro disse...

Segundo julgo saber, a regra contábil que é usada em Portugal é a de integrar no imobilizado toda a despesa referente à contratação e depois amortizá-la pelo período de contrato. Esta regra é contrária, segundo creio, à usada na Inglaterra, onde essa despesa é integrada como despesa corrente.

Se um jogador com dois anos de contrato, assina novo contrato por mais tempo e exige um prémio de assinatura, então o valor desse prémio entra na rubrica de imobilizado intangível e é tratado pela SAD como se fosse investimento (incluido na transferência).

Da mesma forma todos os encargos com a transferência são incluídos nesse valor de imobilizado (comissões, prémios de assinatura de novos contratos, etc..).

O problema é que das dezenas de jogadores com vínculo contratual, nós não sabemos de que forma está a ser levado o contrato, se foi renegociado, etc.. Por isso fica difícil desmembrar um valor de 31 milhões sem explicações da SAD.

José Rodrigues disse...

Pedro disse: "Se um jogador com dois anos de contrato, assina novo contrato por mais tempo e exige um prémio de assinatura, então o valor desse prémio entra na rubrica de imobilizado intangível e é tratado pela SAD como se fosse investimento (incluido na transferência)."

Como escrevi no artigo, foi isso mesmo q presumi no caso dos "encargos com Hulk": "bónus pela renovação" (as palavras q utilizei), "luvas", "prémio de assinatura" é tudo formas diferentes de descrever exactamente a mesma coisa.

De qualquer forma essa parcela é certamente uma pequena parte do investimento: basta constatar q um "prémio de assinatura" de 1M€ é equivalente a um total 12 meses de salário a ganhar 90mil euros/mês (a q há q acrescentar o salário em si q o jogador vai ganhar depois). Ou seja, um valor enorme, e portanto raríssimo (espero eu).

Anti PORKOS CORRUPTOS!!!! disse...
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Anti PORKOS CORRUPTOS!!!! disse...
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Paulo Marques disse...

Ai vem mais um apoiante do clube de natação...

Quanto à SAD, não me estão a convencer a renovar o cartão de sócio. Está para lá, algures, a carta de renovação. Acho que continuo farto disto.

José Rodrigues disse...

Os comentários da galinhada aqui não se aguentam mais do q uma hora (o tempo de aparecer um dos autores do blog por aí). Eles q continuem a perder tempo a escrevê-los para nada, se não tiverem mais nada q fazer.

José Rodrigues disse...

reine margot disse: "quanto aos valores pagos - eu não sei se entendo muito bem os vossos raciocínios! eu acho que só se pode saber se valeram a pena os valores de compra depois de efectuada a venda; antes disso pode-nos parecer tudo e mais alguma coisa, mas é só um feeling ..."

Os raciocínios parecem-me claros e fáceis de seguir.

De resto naturalmente q as contas se valeu a pena ou não só se fazem no fim - mas um valor justo e aproximado no momento da compra não é muito difícil de adivinhar. Sem ter uma bola de cristal, aposto um jantar em como o T Costa nunca será vendido por mais de 20M€.

Se os jogadores fossem verdadeiros "melões" como alguns dizem, então não se compreenderia porque é q um C Ronaldo é vendido por mais dinheiro do que um O. Sá.

Pedro disse...

O que diz o relatório, nas páginas 40 e 41, é que os custos com renegociação e com comissões foram de 1,067 milhões e os custos com efeitos de actualização financeira foram de 560mil euros de transferências passadas mas cujo pagamento não foi totalmente liquidado.

Ou seja para aquisições fica a diferença para os 30,795 milhões, ou seja nas aquisições ter-se-ão gasto 29,168milhões.

Na página 43 vem uma relação dos passes de maior valor e a sua variação desde o período passado. Para além dos 100% do passe do Falcão, 30% adicional do Fernando (60 para 90%), 25 do Tomás Costa (75 para 100%), 100% do prediguer, 50% do Guarin (50 para 100%), há também 30% do Valeri (0 para 30%). Estas percentagens deverão perfazer os tais 29 milhões.

miguel.ca disse...

O dinheiro sempre foi um sacana com uma vontade louca de se esconder. E depois, quanto maior for, quanto mais encorpado ou nutricionalmente desenvolvido, mais persegue essa tentação de desaparecer sem deixar rastro.
Sempre foi assim a estranha relação entre os humanos e este estafermo do dinheiro!

paulop disse...

A expressão inglesa "shit for you" aplica-se a muita gente, vêm para os blogs com grandes bitaites sobre economia de gestão, toda a gente tem opinião de compra e venda de futeboleiros, mais e melhor fariam se fossem admistradores, convido todos a formarem uma lista para serem admistradores, quanto mais não seja na próxima assembleia, juntamente com o iluminado sobre gestão a. magalhães, formem uma lista para presidente da sad,sou sócio 3592(tenho 54 anos) e a minha gratidão com o PRESIDENTE é imensurável, o homem tem defeitos e fez muita asneira, nunca o considerei nenhum deus, mas uma coisa é o reconhecimento de o PORTO ser hoje um clube intemporal e imensurável
HOJE SOMOS OS MELHORES
VIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO

Anónimo disse...

Tá bem tá, Paulop. Explica lá à gente se achas uma gestão cuidada e competente dar uns € 4 M por 20% do passe do Tomás Costa. Ou a tua gratidão faz com que automaticamente respondas que sim?

Há malta que mais parecem adeptos do JNPC que do FCP. E quanto ao teu número de sócio, o meu é mais baixo e sou mais novo. Mas a antiguidade não é um posto no FCP, aquilo não é a tropa.

Não sei se hoje ainda somos os melhores. Como tu dizes fez-se muita asneira, e a fraqueza dos adversários embalou-nos e fez-nos pensar que isto era sempre trigo limpo, farinha amparo.

Uma coisa eu sei: não é a dar balúrdios por jogadores medíocres como o Tomás Costa que vamos longe. E depois ainda dizem que não há petróleo. Pudera!

José Rodrigues disse...

Caro Paulop, diz que a sua gratidão para com PdC por tudo o que fez no clube é imensa. Olhe, a minha também, já somos dois.

Err... só não percebi a que propósito é que isso veio. Nevermind.

Pedro disse...

Eu acho que o valor dos 25% do Tomás Costa poderá ter sido uma coisa pré-negociada na altura em que ele veio. Toda a gente considerará um péssimo negócio, mas pode ter havido em 2008 (quando ele veio) a venda de 75% com opção de venda, do Rosário, com preço pré-estabelecido dos restantes 25%.

Existem opções de compra a preço pre-estabelecido mas também poderão existir opções de venda. Nesse caso, a compra de 25% seria para honrar um contrato inicialmente assinado.

Não sei se será este o caso, mas que outra hipótese haverá para gastar um valor como este e que avalia um jogador com apenas mais dois anos de contrato e que joga a suplente em 20 milhões. Se ele não for transaccionado, o Porto gasta nos três anos de contrato remanescentes (este e os próximos dois) 6 milhões por ano só em amortização do passe ... é absurdamente alto. Só possível mesmo se tiver sido algo pré-acordado na altura da transferência.

paulop disse...

Meus caros amigos e PORTISTAS, parece que abriu a caça às bruxas, na visão de alguns há que crucificar os culpados principalmente dentro do clube, para mim os inimigos são outros, a partir de hoje termino a minha breve passagem por blogues PORTISTAS,
VIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO

Pedro disse...

Caso tivésse havido um contrato de opção de venda de 4,8milhões por 25%, e os iniciais 75% tivéssem custado os tais oficiais 3,5milhões, então isso significa que o negócio inicialmente assinado era de 8,3 milhões. É um valor muito pesado, mas talvez a óptica dos dirigentes fosse a de conseguir vender por 20 sendo que uma parte do investimento era feito na altura da venda.

O problema é que o Tomás Costa não saiu tão bem como o Lucho, e se sair agora, dificilmente será com lucro.

Pedro disse...

Caro Paulop,

Não se trata de crucificar ninguém, mas a perspectiva mais responsável dos adeptos e sócios é a de acompanhar, opinar e se necessário censurar os dirigentes.

Não é por falta de apreço ou gratidão, mas se formos mais atentos teremos dado a nossa contribuição para que a SAD caminhe na direcção certa.

Da mesma forma, podemos entender que os negócios do Falcão ou do Álvaro Pereira foram óptimos, mas que outros, como o Prediguer, Tomás Costa, Bellushi nem tanto.

Cumprimentos portistas ;)

José Rodrigues disse...

Pedro disse: "Eu acho que o valor dos 25% do Tomás Costa poderá ter sido uma coisa pré-negociada na altura em que ele veio."

É possível, mas... qual teria sido então o "trigger" para se accionar a cláusula agora??

Pedro disse...

Na minha hipótese, a cláusula foi accionada pelo clube vendedor e não pelo Porto. Na hipótese que pensei (mas que é só uma hipótese), esta tratar-se-ia de uma opção de venda.

Um contrato de opção é sempre um contrato leonino, onde uma das partes detém o poder de o accionar o negócio e a outra a obrigação de o aceitar.

Teria sido um excelente negócio para o Porto caso o Tomás Costa tivésse vingado. O Porto pagaria um valor menor no início e pagaria a parte maior, justamente quando já estivésse em posição de vender o jogador com mais valia.

Acontece que o Tomás Costa não foi jogador que désse assim tão certo. Na verdade o Porto aceitou pagar logo 8,3 no início, embora se désse a ideia de que o negócio era de 3,5. Se o jogador fosse um novo Lucho, ninguém acharia mal se no total o Porto tivesse gasto os tais 8,3 do total.

Mas repito, esta é apenas uma hipótese